Resumo Informativo da
Doutrina Espírita e as
Leis de Deus
Objetivo
deste artigo
Há uma dificuldade do
frequentador não assíduo
de um Centro Espírita
compreender a Doutrina
Espírita e se interessar
pela leitura de O Livro
dos Espíritos e O
Evangelho segundo o
Espiritismo.
O motivo é a não
assiduidade dos
frequentadores da casa
que não frequentam os
cursos da doutrina
espírita.
Se feito o estudo d’O
Livro dos Espíritos em
forma sequencial das
questões, eles sempre
acabam por perder o fio
da meada.
Além disso, O Livro dos
Espíritos é muito
extenso e consome quase
um ano, estudando
questões por questões em
uma reunião por semana.
Esta série de artigos,
“Resumo Informativo da
Doutrina Espírita”,
objetiva fazer
abordagens condensadas
do essencial da doutrina
espírita constante em O
Livro dos Espíritos e O
Evangelho segundo o
Espiritismo.
O objetivo é que cada
artigo resuma um assunto
por inteiro.
Estes resumos, se
utilizados como suporte
a palestras, estas terão
começo meio e fim em até
uma hora.
Estes resumos
informativos também
visam dar um panorama
geral a pessoas que
querem saber um pouco
sobre o Espiritismo.
A ideia por trás disto é
mostrar o assunto na
forma top down
para despertar o
interesse por conhecê-lo
na totalidade e, neste
caso, deverá ser
utilizado O Livro dos
Espíritos e/ou O
Evangelho segundo o
Espiritismo.
As frases escritas em
caracteres itálicos são
de autoria de Allan
Kardec e foram
“pescadas” n’O Livro dos
Espíritos.
Introdução
Uma das primeiras coisas
que nos ensinaram era
que os 10 mandamentos
bíblicos seriam a lei de
Deus.
Estes 10 mandamentos não
são a lei natural e
moral de Deus e, sim,
leis de um código civil
simplificado, que Iahweh,
o deus bíblico, ditou a
Moisés.
Eles contêm também
alguma coisa das leis
morais.
Na Bíblia, Deuteronômio
- Cap. 5 v 6 a 21, temos
os 10 mandamentos:
No primeiro,
Iahweh se impõe como
sendo ele o único deus
do povo de Israel e
exige exclusividade em
relação aos demais
deuses.
I. Eu sou o senhor,
vosso deus, que vos
tirei do Egito, da casa
de servidão. Não
tereis, diante de mim,
outros deuses
estrangeiros. - Não
fareis imagem esculpida,
nem figura alguma do que
está em cima do céu, nem
embaixo na Terra, nem do
que quer que esteja nas
águas sob a terra. Não
os adorareis e não
lhes prestareis culto
soberano, porque eu,
o senhor vosso deus,
sou deus zeloso, que
puno a iniquidade dos
pais nos filhos, na
terceira e na quarta
gerações daqueles que me
aborrecem, e uso de
misericórdia até mil
gerações daqueles que me
amam e guardam os meus
mandamentos. (grifos
meus)
No segundo,
ele exige respeito com o
uso de seu nome.
II. Não pronunciarás
para um uso vão o nome
do senhor, teu deus;
porque o senhor não terá
por inocente aquele que
tiver pronunciado para
um uso vão o seu nome.
No terceiro,
ele estabelece o
descanso semanal.
III. Guardarás o dia de
sábado e o santificarás,
como te ordenou o
senhor, teu deus.
Trabalharás seis
dias...
No quarto,
ele visa agregar a
família.
IV. Honra teu pai e tua
mãe, como te mandou o
senhor, para que
prolonguem teus dias e
prosperes sobre a terra
que te deu o senhor, teu
deus.
Do quinto ao décimo,
quatro proibições
primárias, sendo:
a) Assassinato:
V. Não matarás.
b) Adultério por ato ou
pensamento:
VI. Não cometerás
adultério;
IX. Não desejarás a
mulher do teu próximo.
c) Roubo por ato ou
pensamento:
VII. Não furtarás;
X. Não cobiceis sua
casa, nem seu campo, nem
seu escravo, nem sua
escrava, nem o seu boi,
nem seu jumento, nem
nada do que lhe
pertence.
d) Uma regra ética de
boa convivência:
VIII. Não levantarás
falso testemunho contra
teu próximo.
OBS:
As regras “b” e “d” são
complementadas em
Deuteronômio, 22:22, e
em Levítico, capítulo
20, de 7 a 21,
onde Iahweh regulamenta
a poligamia e estabelece
restrições ao
relacionamento sexual,
visando combater o
adultério (então, o
maior mal de Israel) e o
homossexualismo.
Em outras passagens da
bíblia, Iahweh, como
Espírito guerreiro,
estabelece regras
bárbaras de como tratar
os povos conquistados e
repartir o produto do
saque.
Estas regras hoje são
crimes contra a
humanidade.
Vide: Deuteronômio, cap.
20 v 10 a 16, e, Êxodo,
cap. 30 v 11 a 16.
Iahweh era um deus no
sentido de ser um
Espírito-guia do povo de
Israel.
O uso da palavra deus,
para designar guia ou
intermediário entre Deus
e o homem, remonta da
mais longínqua
antiguidade, como, por
exemplo, no Livro dos
Mortos do Antigo Egito,
antes mesmo do advento
da bíblia.
No Livro dos Mortos,
Anúbis, Íris, Maat,
Osíris etc. eram deuses,
e Deus era chamado por
nomes próprios como
Emen-Rá (a luz oculta),
Atum-Rá (o começo e o
fim de toda a luz) e
Eaau (poder que foi
polarizado e expandido,
criando o universo).
Também o descreviam como
“Nenhum dos seus
pensamentos pode
concebê-Lo, nenhuma
linguagem pode
defini-Lo: O que é
incorpóreo, sem forma,
invisível e não pode ser
apreendido pelos nossos
sentidos; O que é eterno
e não pode ser mensurado
pelos critérios
limitados do tempo. Ele
é inefável (algo que não
pode ser expresso com
palavras)”.
Jesus usava a palavra
Pai e fez alguma
referência a deuses,
dizendo, por exemplo,
aos apóstolos: “vós sois
deuses”.
Também no evangelho
apócrifo de Tomé, no
Versículo 30,
Jesus disse: “Onde há
três deuses, eles são
deuses. Onde há dois ou
um, eu estou com ele”.
Na data de hoje o
Budismo se refere aos
Espíritos no topo da sua
escala da evolução
(Espíritos puros na
escala Kardequiana) como
sendo deuses.
Assim, o deus único de
Israel acabou sendo
confundido com a
unicidade de Deus, e
esta confusão persiste
até os dias de hoje onde
várias religiões dizem
que seu deus é único.
Assim, as religiões
abraâmicas/cristãs
(católicos, ortodoxos,
protestantes,
evangélicos etc.) adotam
o deus Iahweh como sendo
Deus, variando somente
os dogmas, ritos, e
formas de interpretação
da bíblia.
O Espiritismo conceitua
e busca Deus.
As leis
de Deus
Sobre as leis de Deus
n’O Livro dos
Espíritos - Parte
Terceira, nos capítulos
de I a XII, Allan Kardec
diz:
A lei natural é a lei de
Deus. É a única
verdadeira para a
felicidade do homem; ela
lhe indica o que deve ou
não fazer, e ele é
infeliz somente quando
se afasta dela: A lei
natural Eterna e
imutável como o próprio
Deus.
Deus não pode se
enganar; são os homens
que são obrigados a
mudar suas leis, porque
são imperfeitos; mas as
leis de Deus são
perfeitas. A harmonia
que rege o universo
material e o universo
moral é fundada sobre as
leis que Deus
estabeleceu para toda a
eternidade.
Todas as leis da
natureza são leis
divinas, uma vez que
Deus é a causa de todas
as coisas. O sábio
estuda as leis da
matéria, o homem de bem
estuda as leis morais e
as pratica.
Uma vez que o homem traz
escrito na consciência a
lei de Deus, há
necessidade que ela lhe
seja revelada para que
aflore.
Assim, Deus deu a alguns
homens a missão de
revelar Sua lei.
A lei natural pode ser
dividida em onze partes,
compreendendo as leis de
adoração, trabalho,
reprodução, conservação,
destruição, sociedade,
progresso, igualdade,
liberdade e, por fim, a
de justiça, amor e
caridade e perfeição
moral.
O tipo mais perfeito que
Deus ofereceu ao homem
para lhe servir de guia
e modelo foi Jesus.
A seguir passamos a
resumir estas leis.
1. Lei
da adoração:
É a elevação do
pensamento a Deus.
Pela adoração, a alma
(Espírito encarnado)
se aproxima d’Ele.
A verdadeira adoração é
a do coração.
Em todas as vossas
ações, imaginai sempre
que o Senhor está
convosco.
Esta lei é equivalente a
Amar a Deus sobre
todas as coisas.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. Objetivo da
adoração; - 2. Adoração
exterior; - 3. Vida
contemplativa;
- 4. A prece; - 5.
Panteísmo; - 6.
Sacrifícios.
2.
Lei do Trabalho:
O trabalho é uma lei
natural, por isso mesmo,
é uma necessidade, e a
civilização obriga o
homem a trabalhar mais,
porque aumenta suas
necessidades e prazeres.
Ao trabalhar o homem
promove o progresso.
O estudo desta lei está
subdividido em:
1. Necessidade do
trabalho; - 2. Limite do
trabalho. Repouso.
3. Lei da Reprodução:
Isso é evidente; sem a
reprodução, o mundo
corporal acabaria.
Esta lei se aplica ao
reino vegetal e animal,
incluindo aí o homem.
É necessário e permitido
ao homem que entenda
melhor esta lei, atuando
nela.
Portanto, criar novas
espécies de vegetais,
fazer clones de animais,
criar fetos humanos em
provetas, etc., e é
aprendizado segundo a
Lei do progresso.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. População do globo;
- 2. Sucessão e
aperfeiçoamento das
raças;
- 3. Obstáculos à
reprodução; - 4.
Casamento e celibato; -
5. Poligamia.
4. Lei da
Conservação:
O instinto de
conservação foi dado a
todos os seres vivos,
seja qual for o grau de
inteligência.
Para uns, nos animais,
por exemplo, é puramente
mecânico, já que o
instinto é um tipo de
inteligência.
Para outros, os homens,
parte dele permanece
mecânico, como instinto
(nossas reações
automáticas na presença
do perigo), e parte dele
podemos submeter nossa
inteligência racional,
submetendo-o à nossa
vontade, já que em
alguns casos podemos
controlar o instinto.
O instinto de
conservação, que nos foi
útil no reino animal na
forma mecânica, tende a
desenvolver o egoísmo no
homem.
Sendo o egoísmo um dos
maiores dos males, ele
nos atrapalha e deve ser
transformado em
fraternidade, humildade,
amor etc., para que a
raça humana tenha a
felicidade neste mundo,
como prometeu Jesus.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. Instinto de
Conservação; - 2. Meios
de conservação;
- 3. Gozo dos bens
terrenos; - 4.
Necessário e supérfluo;
- 5. Privações
voluntárias
Mortificações.
5. Lei da destruição:
É preciso que tudo se
destrua para renascer e
se regenerar.
O que chamamos
destruição é apenas
transformação, que tem
por objetivo a renovação
e o melhoramento dos
seres vivos.
Diz a lei de Lavoisier:
“Nada se perde nada se
cria, tudo se
transforma”.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. Destruição
necessária e destruição
abusiva; - 2. Flagelos
destruidores;
- 3. Guerras; - 4.
Assassínio; - 5.
Crueldade; - 6. Duelo; -
7. Pena de morte.
6. Lei de Sociedade:
A vida social é uma
obrigação natural.
Deus fez o homem para
viver em sociedade.
Deus deu-lhe a palavra e
todas as demais
faculdades necessárias
ao relacionamento.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. Necessidade da vida
social; - 2. Vida de
insulamento. Voto de
silêncio; - 3. Laços de
família.
7. Lei do Progresso:
O estado natural é o
estado primitivo.
A civilização é
incompatível com o
estado natural, enquanto
a lei natural contribui
para o progresso da
humanidade.
O estado natural é a
infância da humanidade,
é o ponto de partida de
seu desenvolvimento
intelectual e moral.
O homem, tendendo à
perfeição e tendo em si
o germe de seu
aperfeiçoamento, não
está destinado a viver
perpetuamente no estado
natural, como não foi
destinado a viver
perpetuamente na
infância.
O estado natural é
transitório, o homem
liberta-se dele pelo
progresso e pela
civilização. A lei
natural, ao contrário,
rege a humanidade
inteira e o homem se
aperfeiçoa à medida que
melhor compreende e
pratica essa lei.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. Estado de natureza;
- 2. Marcha do
progresso; - 3. Povos
degenerados; - 4.
Civilização; - 5.
Progresso da legislação
humana;
- 6. Influência do
Espiritismo no
progresso.
8. Lei de Igualdade:
Todos os homens são
iguais perante Deus.
Todos tendem ao mesmo
objetivo e Deus fez suas
leis para todos.
Muitas vezes, dizeis: “O
Sol nasce para todos” e
aí está uma verdade
maior e mais geral do
que pensais.
Todos os homens são
submissos às mesmas leis
da natureza; todos
nascem com a mesma
fraqueza, sujeitos às
mesmas dores, e o corpo
do rico se destrói como
o do pobre.
Portanto, Deus não deu a
nenhum homem
superioridade natural,
nem pelo nascimento, nem
pela morte: todos são
iguais diante de Deus.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. Igualdade natural;
- 2. Desigualdade das
aptidões; - 3.
Desigualdades sociais; -
4. Desigualdade das
riquezas; - 5. As provas
de riqueza e de miséria;
- 6. Igualdade dos
direitos do homem e da
mulher;
7. Igualdade perante o
túmulo.
9. Lei de Liberdade:
Não há liberdade
absoluta, porque todos
necessitam uns dos
outros, tanto os
pequenos quanto os
grandes.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. Liberdade natural;
- 2. Escravidão; - 3.
Liberdade de pensar; -
4. Liberdade de
consciência; - 5.
Livre-arbítrio; - 6.
Fatalidade; - 7.
Conhecimento do futuro;
- 8. Resumo teórico do
móvel das ações do
homem.
10. Lei de Justiça,
Amor e Caridade:
O sentimento de justiça
é tão natural que vos
revoltais com o
pensamento de uma
injustiça.
O progresso moral
desenvolve, sem dúvida,
esse sentimento, mas não
o dá.
Deus o colocou no
coração do homem; por
isso encontrareis,
muitas vezes, nos homens
simples e primitivos,
noções mais exatas de
justiça do que naqueles
que têm muito
conhecimento.
“Benevolência para com
todos, indulgência para
as imperfeições dos
outros, perdão das
ofensas.”
O amor e a caridade são
o complemento da lei de
justiça, pois, amar o
próximo é fazer-lhe todo
o bem que nos seja
possível e que
desejáramos nos fosse
feito. Tal o sentido
destas palavras de
Jesus: Amai-vos uns aos
outros como irmãos.
A caridade, segundo
Jesus, não se restringe
à esmola, abrange todas
as relações em que nos
achamos com os nossos
semelhantes, sejam eles
nossos inferiores,
nossos iguais, ou nossos
superiores.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. Justiça e direitos
naturais; - 2. Direito
de propriedade. Roubo;
- 3. Caridade e amor do
próximo; - 4. Amor
materno e filial.
11. Lei da Perfeição
Moral:
Todas as virtudes têm
seu mérito, porque
indicam progresso no
caminho do bem.
Há virtude sempre que há
resistência voluntária
ao arrastamento das más
tendências; mas a
sublimidade da virtude é
o sacrifício do
interesse pessoal pelo
bem de seu próximo, sem
segundas intenções.
“A mais merecedora das
virtudes nasce da mais
desinteressada
caridade.”
O Espírito prova sua
elevação quando todos os
atos de sua vida são a
prática da lei de Deus e
quando compreende por
antecipação a vida
espiritual.
Esta lei é a mais
importante; é por ela
que o homem pode avançar
mais na vida espiritual,
porque resume todas as
outras. Foi por este
motivo que Jesus a focou
com maior força.
O estudo desta lei está
subdividido em:
- 1. As virtudes e os
vícios; - 2. Paixões; -
3. O egoísmo;
- 4. Caracteres do homem
de bem; - 5.
Conhecimento de si
mesmo.
Nota importante:
Kardec deixou bem claro,
ao explicar esta lei,
que ela era a mais
importante e ainda disse
que foi por este motivo
que Jesus a focou com
maior força.
Kardec também preferiu
tratar deste enfoque de
Jesus em um livro em
separado que é O
Evangelho segundo o
Espiritismo.
Por este motivo também
não a estou focando
aqui, por preferir, a
exemplo de Kardec, fazer
para elas um resumo
informativo em separado,
tratando, entre outros,
dos seguintes tópicos:
Bem-aventurados os
aflitos.
Bem-aventurados os
pobres de espírito.
Bem-aventurados os que
têm puro o coração.
Bem-aventurados os que
são brandos e pacíficos.
Bem-aventurados os que
são misericordiosos.
Amar o próximo como a si
mesmo.
Amai vossos inimigos.
Fazer o bem sem
ostentação.
Fora da Caridade não há
salvação.
Sede perfeitos.
Reencarnação:
Muito embora Kardec não
tenha elencado a
reencarnação como sendo
uma lei natural, acho
importante relacionar
este assunto aqui por
ser uma forma da
humanidade progredir, no
estágio em que estamos,
alternando experiências
no plano espiritual e
físico.
Pela sua importância,
este assunto será
tratado em um resumo
informativo em separado,
da mesma forma que
Kardec preferiu
fazê-lo.
Os que quiserem um
detalhamento maior devem
ler O Livro dos
Espíritos - Parte
Terceira - Capítulos de
I a XII - Allan Kardec.