ANGÉLICA
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Londrina, Paraná
(Brasil) |
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No Invisível
Léon Denis
(Parte 7)
Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. É possível a um
médium atrair Espíritos
de grande elevação para
que participem de sua
missão na mediunidade?
Sim, mas para isso é
necessário oferecer-lhes
aptidões e notáveis
qualidades. Aliás, o
ardente desejo que tais
Espíritos têm com
respeito à regeneração
do gênero humano torna
essa intervenção muito
menos rara do que se
poderia imaginar.
Centenas de Espíritos
superiores pairam acima
de nós e dirigem o
movimento
espiritualista,
inspirando os médiuns,
projetando sobre os
homens de ação as
vibrações de sua
vontade, a fulguração do
seu próprio gênio.
Vários grupos possuem
uma assistência dessa
ordem.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental:
V - Educação e função
dos médiuns.)
B. A prece é importante
na aquisição de
faculdades superiores?
Evidentemente.
Descerrando nossa alma,
pela vontade e pela
prece, às influências do
Alto, podemos franquear
aos eflúvios celestes o
nosso ego interior. Pela
prece humilde, breve,
fervorosa, a alma se
dilata e dá acesso às
irradiações do divino
foco. Mas, para ser
eficaz, não pode a prece
ser uma recitação banal,
uma fórmula decorada, e
sim uma solicitação do
coração, um ato da
vontade, que atrai o
fluido universal, as
vibrações do dinamismo
divino.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
V - Educação e função
dos médiuns.)
C. Que é necessário à
educação e adestramento
dos médiuns?
A mediunidade é uma
delicada flor que, para
desabrochar, necessita
de acuradas precauções e
assíduos cuidados.
Exige, portanto, método,
paciência, altas
aspirações, sentimentos
nobres e, sobretudo, a
terna solicitude dos
bons Espíritos que a
possam envolver em seu
amor, em seus fluidos
vivificantes.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
V - Educação e função
dos médiuns.)
Texto para leitura
187. O Espiritismo
experimental: V -
Educação e função dos
médiuns – Nada
verdadeiramente
importante se adquire
sem trabalho. Uma lenta
e laboriosa iniciação se
impõe aos que buscam os
bens superiores. Como
todas as coisas, a
formação e o exercício
da mediunidade encontram
dificuldades, bastantes
vezes já assinaladas;
convém insistirmos
nisso, a fim de prevenir
os médiuns contra as
falsas interpretações,
contra as causas de erro
e de desânimo.
188. Desde que, por um
trabalho preparatório,
as faculdades do médium
adquirem certa
flexibilidade, os
resultados que se
começam a obter são
quase sempre devidos às
relações estabelecidas
com os elementos
inferiores do mundo
invisível.
189. Uma multidão de
Espíritos nos cerca,
sempre ávidos de se
comunicarem com os
homens. Essa multidão é
sobretudo composta de
almas pouco adiantadas,
de Espíritos levianos,
algumas vezes maus, que
a densidade de seus
próprios fluidos
conserva presos à Terra.
As inteligências
elevadas, animadas de
nobres aspirações,
revestidas de fluidos
sutis, não permanecem
escravizadas à nossa
atmosfera depois da
separação carnal:
remontam mais alto, a
regiões que o seu grau
de adiantamento lhes
indica. Daí baixam
muitas vezes – é certo –
para velar pelos seres
que lhes são caros;
imiscuem-se conosco, mas
unicamente para um fim
útil e em casos
importantes. Donde
resulta que os
principiantes quase
nunca obtêm senão
comunicações sem valor,
respostas chocarreiras,
triviais, às vezes
inconvenientes, que os
impacientam e desanimam.
190. Noutros casos o
médium inexperto recebe,
pela mesinha ou pelo
lápis, ditados
subscritos por nomes
célebres, contendo
revelações apócrifas que
lhe captam a confiança e
o enchem de entusiasmo.
O inspirador invisível,
conhecendo-lhe os lados
vulneráveis,
lisonjeia-lhe o
amor-próprio e as
opiniões,
superexcita-lhe a
vaidade, cumulando-o de
elogios e prometendo-lhe
maravilhas. Pouco a
pouco o vai desviando de
qualquer outra
influência, de todo
exame esclarecido, e o
leva a se insular em
seus trabalhos. É o
começo de uma obsessão,
de um domínio
exclusivista, que pode
conduzir o médium a
deploráveis resultados.
191. Esses perigos
foram, desde os
primórdios do
Espiritismo, assinalados
por Allan Kardec; todos
os dias, estamos ainda
vendo médiuns
deixarem-se levar pelas
sugestões de Espíritos
embusteiros e serem
vítimas de mistificações
que os tornam ridículos
e vêm a recair sobre a
causa que eles julgam
servir.
192. Muitas decepções e
dissabores seriam
evitados se
compreendesse que a
mediunidade percorre
fases sucessivas, e que,
no período inicial de
desenvolvimento, o
médium é sobretudo
assistido por Espíritos
de ordem inferior, cujos
fluidos, ainda
impregnados de matéria,
se adaptam melhor aos
seus e são apropriados a
esse trabalho de
bosquejo, mais ou menos
prolongado, a que toda
faculdade está sujeita.
193. Só mais tarde,
quando a faculdade
mediúnica,
suficientemente
desenvolvida, adquiriu a
necessária maleabilidade
e se tornou dúctil o
instrumento, é que os
Espíritos elevados podem
intervir e utilizá-la
para um fim moral e
intelectual. O período
de exercício, de
trabalho preparatório,
tão fértil muitas vezes
em manifestações
grosseiras e
mistificações, é, pois,
uma fase normal de
desenvolvimento da
mediunidade; é uma
escola em que a nossa
paciência e
discernimento se
exercitam, em que
aprendemos a nos
familiarizar com o modo
de agir dos habitantes
do Além.
194. Nessa fase de prova
e de estudo elementar,
deve sempre o médium
estar de sobreaviso e
nunca se afastar de uma
prudente reserva.
Cumpre-lhe evitar
cuidadosamente as
questões ociosas ou
interesseiras, os
gracejos, tudo, em suma,
que reveste caráter
frívolo e atrai os
Espíritos levianos.
195. É preciso não se
deixar esmorecer pela
mediocridade dos
primeiros resultados,
pela abstenção e
aparente indiferença dos
nossos amigos do Espaço.
Médiuns principiantes,
ficai certos de que
alguém vela por vós e de
que a vossa perseverança
é posta à prova. Quando
houverdes chegado ao
ponto requerido,
influências mais altas
baixarão a vós e hão de
continuar a vossa
educação psíquica.
196. Não procureis na
mediunidade um objetivo
de mera curiosidade ou
de simples diversão;
considerai-a de
preferência um dom do
Céu, uma coisa sagrada,
que deveis utilizar com
respeito, para o bem de
vossos semelhantes.
Elevai o pensamento às
almas generosas que
trabalham no progresso
da Humanidade; elas
virão a vós e vos hão de
amparar e proteger.
Graças a elas, as
dificuldades do começo,
as inevitáveis decepções
que experimentareis não
terão desagradáveis
consequências; servirão
para vos esclarecer a
razão e vos desenvolver
as forças fluídicas.
197. A boa mediunidade
se forma lentamente, no
estudo calmo,
silencioso, recolhido,
longe dos prazeres
mundanos e do tumulto
das paixões. Depois de
um período de preparação
e expectativa, o médium
colhe o fruto de seus
perseverantes esforços;
recebe dos Espíritos
elevados a consagração
de suas faculdades,
amadurecidas no
santuário de sua alma,
ao abrigo das sugestões
do orgulho. Se guarda em
seu coração a pureza de
ato e de intenção, virá,
com a assistência de
seus guias, a se tornar
cooperador utilíssimo na
obra de regeneração que
eles vêm realizando.
198. Terminada a
primeira fase de
desenvolvimento de suas
faculdades, o importante
para o médium é obter a
proteção de um Espírito
bom, adiantado, que o
guie, inspire e preserve
de qualquer perigo. Na
maior parte das vezes é
um parente, um amigo
desaparecido que
desempenha ao pé dele
essas funções. Um pai,
uma mãe, uma esposa, um
filho, se adquiriram a
experiência e o
adiantamento
necessários, podem-nos
dirigir no delicado
exercício da
mediunidade. Mas o seu
poder é proporcional ao
grau de elevação a que
chegaram, e nem sempre a
sua ternura e solicitude
bastam para nos defender
das investidas dos
Espíritos inferiores.
199. Dignos de louvor
são os médiuns que, por
seu desinteresse e fé
profunda, têm sabido
atrair, como uma espécie
de aliados, os Espíritos
de escol, e participar
de sua missão. Para
fazer baixar das
excelsas regiões esses
Espíritos, para os
decidir a mergulhar em
nossa espessa atmosfera,
é preciso oferecer-lhes
aptidões, notáveis
qualidades. Seu ardente
desejo de trabalhar na
regeneração do gênero
humano torna,
entretanto, essa
intervenção muito menos
rara do que se poderia
imaginar. Centenas de
Espíritos superiores
pairam acima de nós e
dirigem o movimento
espiritualista,
inspirando os médiuns,
projetando sobre os
homens de ação as
vibrações de sua
vontade, a fulguração do
seu próprio gênio.
200. Conheço vários
grupos que possuem uma
assistência dessa ordem.
Pela pena, pelos lábios
dos médiuns, os
Espíritos-guia ditam
instruções, fazem ouvir
exortações; e não
obstante as imperfeições
do meio e as
obscuridades que lhes
amortecem e velam as
irradiações do
pensamento, é sempre um
penetrante enlevo, um
gozo da alma, um
gratíssimo conforto
saborear a beleza de
seus pensamentos
escritos, escutar as
inflexões de sua
palavra, que nos vem
como longínquo e mavioso
eco das regiões
celestes.
201. A descida ao nosso
mundo terrestre é um ato
de abnegação e um motivo
de sofrimento para o
Espírito elevado. Nunca
seriam demasiados a
nossa admiração e
reconhecimento à
generosidade dessas
almas, que não recuam
diante do contacto dos
fluidos grosseiros, à
semelhança dessas nobres
damas, delicadas,
sensitivas, que, ao
impulso da caridade,
penetram em lugares
repugnantes, para levar
socorros e consolações.
Quantas vezes, em
sessões de estudo, temos
ouvido dizerem os nossos
guias: “Quando, do seio
dos Espaços, vimos até
vós, tudo se restringe,
se amesquinha e se vai
pouco a pouco retraindo.
Lá, nas alturas,
possuímos meios de ação
que nem podeis
compreender; esses meios
se enfraquecem logo que
entramos em relação com
o ambiente humano.”
202. Assim que um desses
grandes Espíritos baixa
ao nosso nível e se
demora em nossas
obscuras regiões, logo o
invade uma impressão de
tristeza; ele sente como
que uma depressão, uma
diminuição de seus
poderes e percepções. Só
por um constante
exercício da vontade,
com o auxílio das forças
magnéticas hauridas no
Espaço, é que se habitua
ao nosso mundo e nele
cumpre as missões de que
é encarregado.
203. Na obra
providencial, tudo se
acha regulado para o
ensino gradual e o
progresso da Humanidade.
Os Espíritos
missionários e
instrutores vêm revelar,
por meio das faculdades
mediúnicas, as verdades
que o nosso grau de
evolução nos permite
apreender e compreender.
Desenvolvem, na esfera
humana, as elevadas e
puras concepções da
divindade e nos vão,
passo a passo,
conduzindo a uma
compreensão mais vasta
do objetivo da
existência e dos humanos
destinos. Não se deve
esperar de tais
Espíritos as provas
banais, os testemunhos
de identidade que tantos
experimentadores exigem;
mas de nossos colóquios
com eles se exala uma
impressão de grandeza,
de elevação moral, uma
irradiação de pureza, de
caridade, que
sobreexcederá todas as
provas materiais e
constituirá a melhor das
demonstrações morais.
204. Os Espíritos
superiores leem o que em
nosso íntimo se passa,
conhecem as nossas
intenções e dão muito
pouco apreço às nossas
fantasias e caprichos.
Para atender aos nossos
chamados e prestar-nos
assistência, exigem de
nossa parte uma vontade
firme e perseverante,
uma fé elevada, um
veemente desejo de nos
tornarmos úteis.
Reunidas essas
condições, aproximam-se
de nós; começa então,
muitas vezes sem o
sabermos, um demorado
trabalho de adaptação
dos seus fluidos aos
nossos. São as
preliminares forças de
toda relação consciente.
À medida que se
estabelece a harmonia
das vibrações, a
comunicação se acentua
sob formas apropriadas
às aptidões do
sensitivo: audição,
visão, escrita,
incorporação.
205. Os Espíritos
superiores, indiferentes
às satisfações de
opiniões materiais e
interesseiras,
comprazem-se ao pé dos
homens que procuram no
estudo um meio de
aperfeiçoamento. A
pureza de nossos
sentimentos lhes
facilita a ação e
aumenta a influência.
206. Outros Espíritos de
menor categoria, por um
impulso de dedicação,
ligam-se a nós e nos
acompanham até ao termo
de nossa peregrinação
terrestre. São os gênios
familiares ou Espíritos
protetores. Cada pessoa
tem o seu. Eles nos
guiam, em meio das
provações, com uma
paciência e uma bondade
admiráveis, sem jamais
se cansarem.
207. Os médiuns devem
recorrer à proteção
desses amigos
invisíveis, quase sempre
membros adiantados de
nossa família
espiritual, com quem
outrora vivemos neste
mundo. Aceitaram a
missão, tantas vezes
ingrata, de velar por
nós; através de nossas
alegrias e aflições, de
nossas quedas e
reabilitações, nos
encaminham para uma vida
melhor, em que nos
acharemos de novo
reunidos para uma mesma
tarefa, identificados em
um mesmo amor.
208. Em todo ser humano
existem rudimentos de
mediunidade, faculdades
em gérmen, que se podem
desenvolver pelo
exercício. Para o maior
número, um longo
trabalho perseverante é
necessário. Em alguns,
essas faculdades se
revelam desde a
infância, e sem esforço
vêm a atingir, com os
anos, um alto grau de
perfeição. Representam,
em tal caso, o resultado
das aquisições
anteriores, o fruto dos
labores efetuados na
Terra ou no Espaço,
fruto que conosco, ao
renascer, trazemos.
209. Entre os
sensitivos, muitos têm a
intuição de um mundo
superior,
extraterrestre, em que
existem, como em
reserva, poderes que
lhes é possível adquirir
mediante íntima comunhão
e elevadas aspirações,
para em seguida os
manifestarem sob
diversas formas,
apropriadas à sua
natureza: adivinhação,
ensinamentos, ação
curativa etc. Aplicada
em tal sentido, a
mediunidade torna-se uma
faculdade preciosa, por
meio da qual podem ser
liberalizados imensos
benefícios e realizadas
grandes obras.
210. À Humanidade seria
facultado um poderoso
elemento de renovação,
se todos compreendessem
que há, acima de nós, um
inesgotável manancial de
energia, de vida
espiritual, que se pode
atingir por gradativo
adestramento, por
constante orientação do
pensamento e da vontade
no sentido de assimilar
as suas ondas e
radiações, e com o seu
auxílio desenvolver as
faculdades que em nós
jazem latentes.
211. A aquisição dessas
forças nos bloqueia
contra o mal, nos coloca
acima dos conflitos
materiais e nos torna
mais firmes no
cumprimento do dever.
Nenhum dentre os bens
terrenos é comparável à
posse desses dons.
Sublimados a seu mais
alto grau, fazem os
grandes missionários, os
renovadores, os grandes
inspirados.
212. Como podemos
adquirir esses poderes,
essas faculdades
superiores? Descerrando
nossa alma, pela vontade
e pela prece, às
influências do Alto. Do
mesmo modo que abrimos
as portas da nossa casa,
para que nela penetrem
os raios do Sol, assim
também por nossos
impulsos e aspirações
podemos franquear aos
eflúvios celestes o
nosso ego interior.
213. É aí que se
manifesta a ação
benéfica e salutar da
prece. Pela prece
humilde, breve,
fervorosa, a alma se
dilata e dá acesso às
irradiações do divino
foco. A prece, para ser
eficaz, não deve ser uma
recitação banal, uma
fórmula decorada, senão
antes uma solicitação do
coração, um ato da
vontade, que atrai o
fluido universal, as
vibrações do dinamismo
divino. Ou deve ainda a
alma projetar-se,
exteriorizar-se por um
vigoroso surto e,
consoante o impulso
adquirido, entrar em
comunicação com os
mundos etéreos.
214. Assim, a prece
rasga uma vereda
fluídica pela qual sobem
as almas humanas e
baixam as almas
superiores, de tal modo
que uma íntima comunhão
se estabeleça entre umas
e outras, e o espírito
do homem seja iluminado
e fortalecido pelas
centelhas e energias
despedidas das
celestiais esferas.
215. Em Espiritismo, a
questão de educação e
adestramento dos médiuns
é capital; os bons
médiuns são raros –
diz-se muitas vezes – e
a ciência do invisível,
privada de meios de
ação, só com muita
lentidão vem a
progredir. Quantas
faculdades preciosas,
todavia, não se perdem,
à míngua de atenção e de
cultura! Quantas
mediunidades
malbaratadas em frívolas
experiências, ou que,
utilizadas ao sabor do
capricho, não atraem
mais que perniciosas
influências e só maus
frutos produzem! Quantos
médiuns, inconscientes
de seu ministério e do
valor do dom que lhes é
outorgado, deixam
inutilizadas forças
capazes de contribuir
para a obra de
renovação!
216. A mediunidade é uma
delicada flor que, para
desabrochar, necessita
de acuradas precauções e
assíduos cuidados. Exige
o método, a paciência,
as altas aspirações, os
sentimentos nobres e,
sobretudo, a terna
solicitude do bom
Espírito que a envolve
em seu amor, em seus
fluidos vivificantes.
Quase sempre, porém,
querem fazê-la produzir
frutos prematuros, e
desde logo ela se
estiola e fana ao
contacto dos Espíritos
atrasados.
217. Na antiguidade, os
jovens sensitivos que
revelavam aptidões
especiais eram retirados
do mundo, segregados de
toda influência
degradante, em lugares
consagrados ao culto,
rodeados de tudo o que
lhes pudesse elevar o
sentido do belo. Tais
eram as vestais, as
druidesas, as sibilas
etc. O mesmo acontecia
nas escolas de profetas
e videntes da Judeia,
situadas longe do ruído
das cidades. No silêncio
do deserto, na paz dos
alterosos cimos, melhor
podiam os iniciados
atrair as influências
superiores e interrogar
o invisível. Graças a
essa educação,
obtinham-se resultados
que a nós nos
surpreendem.
218. Tais processos são
hoje inaplicados. As
exigências sociais nem
sempre permitem ao
médium dedicar-se, como
conviria, ao cultivo de
suas faculdades. Sua
atenção é distraída
pelas mil necessidades
da vida de família, suas
aspirações estorvadas
pelo contacto da
sociedade mais ou menos
corrompida ou frívola.
Muitas vezes é ele
chamado a exercer suas
aptidões em círculos
impregnados de fluidos
impuros, de inarmônicas
vibrações, que reagem
sobre o seu organismo
tão impressionável e lhe
produzem desordens e
perturbações.
219. É preciso que, ao
menos, o médium,
compenetrado da
utilidade e grandeza de
sua função, se aplique a
aumentar seus
conhecimentos e procure
espiritualizar-se o mais
possível, que se reserve
horas de recolhimento e
tente então, pela visão
interior, alçar-se até
às coisas divinas, à
eterna e perfeita
beleza. Quanto mais
desenvolvidos forem nele
o saber, a inteligência,
a moralidade, mais apto
se tornará para servir
de intermediário às
grandes almas do Espaço.
(Continua no próximo
número.)