Reações
psicológicas ao
Esperanto
Nesta semana ficamos
felizes de encontrar um
texto traduzido do
esperanto pelo caro
samideano Edvaldo
Sachett da Silva.
Trata-se de parte da
obra de Claude Piron, a
qual, na verdade, já
possui tradução para o
português em livro
impresso, mas que não
podia ser encontrada na
internet.
Além de uma aula sobre a
aversão que muitos têm
ao idioma internacional
neutro, é uma verdadeira
aula de Psicologia.
Convidamos o leitor a
conhecer o texto a
partir do link a seguir,
como também a ler um
pouco do que já se
publicou nesta sessão em
outras oportunidades,
inspirado nesse grande
autor que já habita a
espiritualidade.
http://esperanto-uniplac.blogspot.com.br/2010/01/reacoes-psicologicas-ao-esperanto.html
Nas
fronteiras entre o
Esperanto e o mundo
É estranho como o
Esperanto faz surtir as
mais diferentes reações
nas pessoas que dele
ouvem falar. Contudo,
entre tantas, duas delas
chamam destacada atenção
- certamente pela força
do antagonismo que têm
entre si.
Na mesma semana
experimentamos ambas,
trazidas inesperadamente
pelos ventos da
surpresa. Tratemo-las em
ordem crescente e, por
que não, transcendente.
A primeira foi uma
rejeição imediata de
terceiros em conversação
que de fato não lhes
pertencia. Rejeitou-se
não só o idioma como a
ideia que ele propõe, -
e o estranho a constatar
é que geralmente assim o
é entre professores de
línguas. Porém, aqui não
nos interessam os
pormenores da ação e
seus desdobramentos no
campo íntimo das
tergiversações do ser,
mas, sobretudo, o
fenômeno em si, a
rejeição de inopino, o
desdém espontâneo, sem
cálculo e com certa dose
de ferocidade, assim
como o experimentam vez
ou outra os vendedores e
os idealistas – e sem
dúvida os esperantistas
costumam ter algo dos
dois. Em casos como
esses, é uma reação que
costuma se manifestar
como uma careta
mal-disfarçada, um
comentário irônico que
quer pôr termo à
conversa, desferido de
cima para baixo, com
esgar em imagem e som. O
célebre esperantista e
psicólogo Claude Piron
desse fenômeno já tratou
em seu Reações
Psicológicas ao
Esperanto.
Tal ato não é agradável
de presenciar, contudo é
uma lição a se aprender,
de modo a não agirmos da
mesma maneira com nossos
semelhantes em assuntos
de outra ordem.
“Apresente os
argumentos, estampe-lhes
nas faces umas verdades”
– indignam-se uns,
entretanto, em vista das
circunstâncias, que
proveito disso se
tiraria, senão raivas
momentaneamente
expressas como em um
duelo e mais tarde
revividas como em
ferimento aberto. Será
que o Esperanto tem
honra a ser lavada ou já
se elevou acima da
gritaria e dos gemidos
das contendas ruidosas?
Preferimos acreditar no
convencimento que se
opera, ou pelo
arrastamento da força do
exemplo e das proporções
que este possa ganhar,
ou pelos argumentos
acolhidos pela
generosidade daquele que
sinceramente os procura.
Afinal, o Esperanto
conta com 126 anos de
progresso e processo,
sem pressa, mas firme e
constante, fazendo
tremular no vento das
adversidades, desde
1887, seu ideal
primeiro, almejado para
o mundo e vivido entre
os que, pacífica e
conscientemente, já lhe
aderiram à forma e à
causa. Verdade seja
escrita: que ninguém é
obrigado a pensar e
viver de igual maneira,
fosse desse modo, o
Esperanto nem
existiria...
No entanto,
transcendamos para a
segunda experiência que
ilustra uma outra
reação, mais aberta,
livre das amarras do
ceticismo intransigente
e da falta de crença
tanto na humanidade,
como no futuro e na
iniciativa de
idealistas, que a
exemplo de Zamenhof e de
tantos outros,
contribuíram para
alterar a paisagem de
incontáveis corações e
mentes. Tratamos aqui da
empolgação espontânea
daqueles que se
apaixonam pelo ideal da
comunicação neutra e
fraterna, vencendo as
dificuldades iniciais
que envolvem o
aprendizado de qualquer
idioma, dispostos a
constatar que, sim, um
mundo novo, mais humano
e democrático é
possível.
Em sintonia com essa
perspectiva, como que a
fazer lembrar que a
humanidade é plural em
pontos de vista e
fragmentada em
idiossincrasias,
recebemos, no mesmo dia
da primeira experiência,
um e-mail da leitora
Marilene Saenz,
residente em Westport –
CT, EUA, solicitando-nos
material para o
aprendizado do idioma.
Junto à solicitação,
liam-se palavras de
manifesto carinho ao
idioma internacional. Um
suspiro aliviado... Que
bom! -, pois,
contrariamente ao que
costuma parecer tantas
vezes, a opinião de um
não traduz o sentimento
de todos.
Entre ambos os
pareceres, elegemos não
simplesmente o que nos
reforça as convicções,
mas o que vem de mãos
dadas a bailar com a
esperança, aquela mesma
que tingiu de verde uma
estrela e se pregou bem
firme no nome de um
idioma, o qual desde
sempre olhou para
humanidade naquilo que
ela poderia demonstrar
de melhor: o gesto
gentil da boa vontade e
do respeito entre os
povos.
À Marilene e aos demais
leitores interessados em
aprender esperanto:
Curso de esperanto para
baixar no computador
(com áudio):
http://www.kurso.com.br/elshuto.php?pt
Outros cursos de
esperanto on-line:
http://pt.lernu.net/kursoj/index.php
Programa Mia Amiko:
http://esperanto.brazilo.org/wp2/aprenda/mia-amiko/
Congresso, Pipoca e
Esperanto
No 91º Congresso
Universal de Esperanto,
realizado em 2006, em
Florença, na Itália, foi
lançado o filme Gerda
Malaperis (Guerda
desapareceu), do diretor
brasileiro Joe Bazilio.
A obra cinematográfica
teve por inspiração
livro homônimo de 1983,
do renomado esperantista
Claude Piron (1931 –
2008).
Mas, se você não esteve
no congresso, não
imagine que as
possibilidades de
assistir ao filme já
estejam perdidas, pois
ele está a um clique de
você. Antes de clicar,
entretanto, sugerimos
que prepare uma pipoca.
http://www.youtube.com/watch?v=9GGdi_nFQA0&feature=related
Livros de
Claude Piron
Assim se escreveu
sucintamente sobre
Claude Piron na
Wikipédia:
“Claude Piron foi
linguista, psicólogo e
tradutor para as Nações
Unidas (de chinês, de
inglês, de russo e o
espanhol para o francês)
de 1956 a 1961. Após
sair da ONU, trabalhou
para a OMS (organização
mundial de saúde) em
toda parte do mundo,
assim como sendo um
prolífico autor de
trabalhos em Esperanto.
Piron falava a língua de
Zamenhof desde a
infância e tinha usado o
Esperanto em muitos
países, incluindo Japão,
China, Uzbequistão,
Cazaquistão, e alguns
países da África, da
América Latina, e em
quase todos os países
europeus.”
Sua obra, contudo,
diz-nos muito mais:
Livros em HTML: http://rano.org/piron/
Livros em outro formato:
http://www.skoob.com.br/autor/5839-claude-piron
André
Luiz: ... converter o
trabalho em alegria.
A cada semana, propomos
uma frase de André Luiz,
do livro Sinal Verde,
psicografado por Chico
Xavier, vertida ao
esperanto por Allan
Kardec Afonso Costa.
Nesta, apresentamos a
tradução da frase
proposta na semana
passada:
Ĉu vi volas vivi pace
kaj esti feliĉa? Tiam
nuligu definitive la
ideon pri posedo: Posedo
kaj ĵaluzo estas alligo,
malsekureco, agresemo.
Tio ne estas amo.”
“Você quer viver em paz
e ser feliz? Então,
anule definitivamente a
ideia sobre posse: Posse
e ciúme são amarras,
insegurança,
agressividade. Isso não
é amor.”
Eis a mais nova:
“Kiam laboranto faras el
laboro ĝojon, la laboro
transformiĝas en la
ĝojon de la laboranto.”
Até a próxima!