Assassinato da
família
paulistana e os
ensinos
espíritas
Alguns
acontecimentos
abalam toda a
sociedade e
chocam a opinião
pública tamanha
a frieza e
crueldade dos
seus
protagonistas. E
a mídia, claro,
faz seu papel de
informar,
algumas vezes de
forma correta,
outras de
maneira bem
sensacionalista,
o que colabora
sobremaneira
para que se
criem bandeiras,
times, com
algumas pessoas
torcendo
fanaticamente
contra e outras
a favor dos
protagonistas da
notícia em voga.
Culpado! – dizem
alguns.
Monstro! –
asseveram
outros.
Foi esse ou
aquele! –
afirmam
precipitados.
No entanto, a
verdade não raro
está oculta,
encoberta por
uma bem tramada
história. E
vamos nós no
embalo a emitir
julgamentos com
pálidos
conhecimentos do
que de fato
ocorreu.
A Doutrina
Espírita, porém,
tem o papel e
dever de dar o
contraexemplo em
face das
notícias
sensacionalistas
e acordar as
pessoas para a
realidade.
No caso da
família da zona
norte de São
Paulo, que teve
todos os seus
membros
assassinados de
forma brutal no
dia 5 de agosto
de 2013 e
suspeitas de que
foi um jovem de
13 anos o autor
de tamanha
barbárie contra
a própria
família, o que
diz o
Espiritismo a
respeito de
fatos como este?
Bem, tendo Jesus
como modelo e
guia, o
Espiritismo
ensina que,
embora não seja
proibido ter
opinião, é
preciso, ao
externá-la, usar
a caridade e não
julgar.
Exatamente! Não
julgar,
porquanto não
conhecemos a
verdade, não
sabemos mesmo se
foi o garoto o
autor do crime,
e diante de
nossa ignorância
não podemos
emitir palavras
apenas por
emitir, sem
compromisso com
a caridade, ou
pensamentos que
só irão afetar
os envolvidos em
tão trágico
acontecimento.
Somos seres que
pensam, e nosso
pensamento tem
enorme poder,
atinge o outro,
colabora ou
ajuda a
desestabilizar
almas que já
estão em
conflito.
Allan Kardec
comenta em A
Gênese: “Que
um homem tenha,
por exemplo, a
ideia de matar
um outro, por
impassível que
seja seu corpo
material, seu
corpo fluídico é
posto em ação
pelo PENSAMENTO
do qual reproduz
todas as
nuanças; ele
executa
fluidicamente o
gesto, o ato que
tem o desejo de
realizar; seu
PENSAMENTO cria
a imagem da
vítima, e a cena
inteira se
pinta, como num
quadro, tal qual
ela está em seu
espírito”.
Observe que
temos grande
responsabilidade
sobre o que
pensamos, as
atitudes têm
início sempre em
nossa mente. Daí
por que devemos
ter a prudência
para não
lançarmos dardos
mentais aos
Espíritos
envolvidos em
acontecimento
tão doloroso.
Infelizmente
nossos
pensamentos são
um tanto quanto
indisciplinados
e nada
caridosos, e, em
face de atitudes
infelizes dos
outros, lá
estamos nós a
lançar nossos
julgamentos, não
raro impiedosos.
Qual a postura
de um cristão?
A de
tranquilidade,
evitando
qualquer
exasperação e,
se possível,
orar para os
envolvidos, a
fim de que a
prece feita de
coração possa
alcançá-los e
suavizar um
pouco suas
dores.
Se procurarmos
praticar a
empatia, ou
seja, nos
colocarmos no
lugar do outro,
verificaremos
que fatos assim
podem acontecer
em nossa
família, com
nossos afetos.
Como, então,
gostaríamos que
os outros
agissem? Urrando
palavras de
ódio, afirmações
sem certeza da
verdade? Ou
preferiríamos
que guardassem
silêncio ante
nossa dor e nos
respeitassem,
orando para que
o tempo
auxilie-nos a
superar tão
intrincado
drama?
Obviamente que
quereríamos a
caridade, a
postura serena e
cristã.
Recado dado. Não
sabemos o dia de
amanhã, não
sabemos o que
nos espera e o
que o futuro nos
reserva.
O notável
Shakespeare tem
pensamento
interessante:
“Deixe vir o que
me aguarda”.
O que será que
nos aguarda no
futuro?
Definitivamente,
não sabemos.
Sabemos apenas
que
necessitaremos
da caridade
alheia, de
preces e muito
amor para
superarmos os
nossos próprios
desafios.
Pensemos nisto.