Reflexões sobre
a prática dos
ensinamentos dos
Espíritos
No passado, uma
amiga me disse
que para
alcançarmos a
compreensão é
necessário
vivenciarmos a
ignorância. Não
entendi de
imediato, mas
tal ensinamento
permaneceu em
mim.
Mesmo com todas
as
interpretações
existentes
acerca da vida e
da
espiritualidade,
ainda sim é mais
fácil nos
prendermos do
que nos
libertarmos, ao
reduzirmos tudo
em dogmas. O
Espiritismo não
está fora desta
condição.
Embora a
espiritualidade
tenha se
prontificado em
nos enviar o
Consolador
prometido, e o
fez com a
perfeição
possível,
reduzimos a sua
prática às
paredes dos
"centros
espíritas".
Tornamos o
Espiritismo
religião,
ideologia,
dogma, não muito
longe dos
pensamentos
viciados em
hábitos herdados
e não
corrigidos.
Allan Kardec nos
alertou acerca
do comportamento
esperado daquele
que toma por
caminho o
Espiritismo.
Entretanto,
muito antes, o
Mestre já
afirmava vir
para os doentes
e não para os
sãos. Não basta
entendermos a
pluralidade das
existências. Os
ensinamentos que
guardam a
Decodificação
são muito mais
profundos do que
os "jargões" a
que foram
reduzidos.
O estudo acerca
da realidade
espiritual,
sendo não mais
do que a
realidade da
vida, organizado
por Kardec, tem
como objetivo
permear a nossa
vida em suas
diversas
manifestações,
dentro das
práticas
normativas e
sociais,
afetivas e
técnicas. Como
um rio que escoa
e toca os
objetos em seu
caminho.
O Espiritismo
não é para
denominar
espíritas. Não é
para formar
comunidades, que
continuam a
reproduzir o
mesmo modelo de
tantas outras
crenças. Devemos
entender que ele
estabelece a
nossa
libertação,
sendo a sua base
essencial os
ensinamentos de
Jesus. Mas essa
liberdade traz a
responsabilidade
de nossas ações,
de nossa
existência,
propondo o
amadurecimento
necessário se
quisermos
continuar a nos
conhecermos.
Compreender tal
ensinamento que
se traduz por
"Espiritismo" é
possibilitar o
diálogo e a
convivência
harmônica com
outras formas de
se interpretar a
vida. Apreender
é trazer para a
vida cotidiana,
prática, o
sublime
"Amai-vos uns
aos outros".
Jesus no-lo
recomendou,
mostrando que o
conhecimento
necessário para
a evolução é
passível de ser
encerrado em uma
frase.
O "Espiritismo"
não propõe
erguer bandeiras
ou lutar em
times. Ele não é
uma etnia ou uma
cultura. O
ensinamentos
compilados pelos
Espíritos nos
foram entregues
para
identificarmos o
que é temporal e
o que é
verdadeiro, para
construirmos uma
sociedade real,
onde todos
possam se
realizar em sua
totalidade, onde
sejamos aceitos
e acolhidos e
não repudiados,
condenados e
castigados uns
pelos outros,
tendo como base
nossos juízos de
valores e
utilizando os
ensinamentos
erroneamente
para fundamentar
tais atitudes.
Depois de mais
de um século da
entrega deste
símbolo da
evolução
planetária,
ainda somos
violentos por
não estarmos
atentos ao
caminho indicado
por Jesus. Os
ensinamentos dos
Espíritos
interpretam a
Carta da Terra
compilada pelo
Mestre e esta
carta é entre
nós para nos
libertarmos de
nós mesmos.
A descoberta
racional da
pluralidade das
existências e da
vida espiritual
não pode ser
interpretada de
maneira a nos
colocarmos como
dados da
Providência. O
processo é
permanente, mas
o universo se
movimenta de
acordo com nossa
disposição a nos
mantermos em
movimento.
Não tomemos a
verdade pela
repetição dos
fenômenos. As
irregularidades
são a amostra da
dinâmica da
mente divina.
Qualquer símbolo
linguístico
conhecido ainda
é limitado para
elucidar com
fidelidade as
infinitas
variáveis da
criação.
Tenhamos cautela
ao finalizarmos
condutas e
pensamentos.
Aprendo que pelo
egoísmo eu
alcanço a
caridade, pelo
orgulho eu
alcanço a
humildade, pela
preocupação eu
alcanço a
confiança, pela
inércia o
movimento, pela
ingenuidade a
sabedoria.
Estamos na
introdução desse
processo que tem
por início o
sempre e por
futuro a
eternidade!