Homicídios espirituais
Uma revelação importante
que os espíritos
trouxeram aos homens é a
que diz respeito à
influência que aqueles
exercem sobre estes.
A uma pergunta que lhes
foi feita, os habitantes
do mundo invisível
disseram que influem nos
atos humanos muito mais
do que se possa pensar
por aqui, na Terra.
Essa revelação
espantosa, da qual boa
parte dos homens sequer
suspeita, está contida
em O Livro dos
Espíritos, obra
produzida pelos próprios
espíritos e coordenada
por Allan Kardec, depois
de muita observação e
estudos criteriosos.
Estes seres do outro
mundo chegaram a afirmar
que essa influência é
tal, que “muito
frequentemente são eles
que nos dirigem”.
Embora Deus nos garanta
a liberdade de pensar e
agir, de fazer as nossas
escolhas, nos dois lados
da vida, essa informação
não deixa de ser
contundente. Por isso a
questão das influências
recíprocas precisa ser
conhecida e estudada
atentamente por todas as
pessoas. Porque, segundo
os espíritos, essa
permuta é muito intensa
e está presente em quase
todas as circunstâncias
da vida, ajudando a
desencadear o bem ou o
mal, dependendo das
motivações que nutrem as
relações entre os
seres.
Pensando neste assunto,
relacionei-o com o
noticiário policial das
tevês e jornais da
atualidade. Praticamente
todos os dias são
divulgados dramas
horrendos de variada
espécie, mas com
preponderância dos
crimes de morte, que
causam comoção e choque
na sociedade de bem,
pelas suas
características de
barbárie.
Há casos tão escabrosos
que nos custa acreditar
tenham sido provocados
por pessoas normais, que
circulam nas ruas,
compram em shoppings,
andam de metrô, levam e
buscam os filhos à
escola, enfim...
Em muitos episódios
desse tipo, o nível de
brutalidade, cálculo e
frieza é tanto, que é
difícil associar a
façanha criminosa a
pessoas com diploma
universitário, bem
apessoadas, sem
antecedentes e até com
bom histórico de rotina
familiar. Mas, não são
apenas estas que
promovem barbaridades,
pois não é o nível
social, econômico e
cultural que impede as
pessoas de cometerem
desatinos graves. O
motivo fundamental é
moral e tem a ver com a
evolução espiritual do
indivíduo.
Claro que não se pode
avaliar o caráter de uma
pessoa por coisas que
ela nunca fez e muito
menos pelos seus
atributos exteriores,
que podem muito bem ser
ditados apenas pelo
verniz social.
Mas, o intrigante é
constatar que esses
protagonistas delinquem,
na maioria das vezes,
por causas e motivos
absolutamente fúteis.
Parece não fazer sentido
algum! Será que agem
sozinhos, por conta
própria? O que haverá
por trás desses crimes
chocantes praticados por
pessoas que demonstram
insensibilidade para com
a vida do outro,
aparentando não se
importar com as
consequências?
O espírito Manoel
Philomeno de Miranda,
através da psicografia
de Divaldo Franco,
fornece curiosas
informações sobre o
assunto no seu livro
Tormentos da Obsessão.
Baseadas na lei de
afinidade e semelhança,
que aproxima as pessoas
encarnadas e
desencarnadas, dão-se as
influências recíprocas,
que podem variar de um
extremo a outro: da
benéfica intuição de um
bom espírito, à
perseguição premeditada
de um espírito mau.
Conforme orienta Manoel
Philomeno, o intercâmbio
espiritual está na raiz
de inumeráveis males que
afetam a coletividade
humana. Na forma da
obsessão, onde um ser
influencia maléfica e
continuadamente a outro,
ocorrem muitos desses
crimes, cujas causas
espirituais não são
sequer suspeitadas pela
maioria.
Espíritos vingativos,
obsediando pessoas,
jogam-nas contra seus
desafetos e inimigos. E,
nas tramas, onde muitas
vezes uns devem aos
outros, enredados entre
si, os maus espíritos se
utilizam das
fragilidades morais das
suas vítimas, para dar
cabo da vida de outros,
naquilo que Philomeno de
Miranda chamou de
“assassinato de cunho
espiritual”, no capítulo
“Reminiscências”, do
citado livro.
Assim, através de
interferências na
conduta mental e moral
de quem obsediam, essas
entidades a serviço do
mal seguem “armando-lhes
as mãos para a
consumação dos nefastos
crimes”.
Na verdade, em muitas
situações, os crimes têm
dois autores, um
encarnado (teleguiado) e
outro desencarnado. O
que sabem somente
aqueles que já tomaram
conhecimento das
profundas relações entre
os dois mundos, e por
isso se cuidam.
Saiba mais em:
Tormentos da Obsessão,
de Manoel P. de Miranda,
psicografia de Divaldo
Franco, LEAL Editora,
2001.
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec,
“Intervenção dos
Espíritos no mundo
corpóreo”, LAKE Editora,
1978.