Livre-arbítrio e
obsessão
No tratamento da
obsessão,
frequentes
vezes, entre os
seareiros do
bem, surgem
debates em torno
do
livre-arbítrio.
Se a faculdade
de escolher é
atributo da
alma, como
influir no ânimo
dos
desencarnados
menos felizes?
Temos aqui, no
entanto, o
princípio de
causa e efeito,
importando
reconhecer que
se Jesus
respeitou as
resoluções de
quantos lhe
respiravam o
ambiente, não
arrebatou
ninguém às
consequências
dos próprios
atos.
*
Se caímos na
criminalidade,
somos espíritos
doentes e
qualquer doente
guarda a sua
independência,
até o ponto em
que ameaça a
integridade dos
outros ou agrava
a condição de si
mesmo.
Para atender a
isso, a
sociedade humana
relaciona vários
recursos de
contenção,
destacando-se
entre eles a
segregação
hospitalar e a
anestesia
involuntária,
que parecem
atentados à
consciência.
Entretanto,
ninguém
malsinará o
médico que
administre
opiáceos ao
enfermo
desesperado, que
lhe tente rasgar
as próprias
vísceras, ou que
isole na câmara
gradeada de um
sanatório o
louco suscetível
de descer às
últimas raias
da
inconsequência.
*
Diante da
obsessão, não te
mostres
indiferente à
sorte dos irmãos
incursos nessa
dificuldade.
A pretexto de
resguardar o
livre-arbítrio,
não deixes o
companheiro
desencarnado e o
companheiro da
experiência
física sem o
concurso do
esclarecimento
que lhes serve
ao caminho como
inevitável
medicação.
Dinamiza o
conhecimento
quanto julgues
preciso, em cada
processo de
reajuste, mas
explica aos
irmãos em prova
a trilha mais
fácil para a
libertação deles
mesmos.
Ainda assim,
porque estejas a
serviço da
verdade, não te
faças verdugo.
Aspereza é
veneno sutil.
Irritação
retorna qualquer
serviço à estaca
zero.
Ninguém
realmente sabe
ensinar se não
sabe repetir a
lição.
Socorre obsessor
e obsidiado,
incutindo-lhes a
verdade dosada
em amor;
contudo, recorda
que o veículo de
semelhante
remédio é
paciência e
paciência.
Do cap. 64 do
livro Seara
dos Médiuns,
de Emmanuel,
obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.