Desde que Chico se entregou
de corpo e alma ao trabalho
espírita, nunca teve
sossego. Encarnados e
desencarnados,
desequilibrados com certeza,
sempre procuraram atingi-lo,
tentando, dessa forma,
desarmonizá-lo, o que,
graças a Deus, nunca
conseguiram.
Certa vez, surgiu um boato
sobre ele estar sendo visto
com frequência de braços
dados com uma mulher, em
Belo Horizonte, e é o
próprio Chico quem narra o
ocorrido em carta escrita a
Wantuil de Freitas, então
presidente da Federação
Espírita Brasileira e seu
amigo (vide o livro
“Testemunhos de Chico
Xavier”, escrito por Suely
de Caldas Schubert, que
comenta suas missivas, e
editado pela própria FEB).
“A propósito do assunto,
tenho outra anedota melhor.
A viúva do meu irmão José,
D. Geni Pena Xavier, desde
1942, vive ora em casa
conosco, ora no hospício, em
Belo Horizonte. Em janeiro,
fevereiro março e abril
deste ano, fui constrangido
a efetuar várias visitas
ligadas ao caso de nossa
doente, para solucionar
problemas, de vez que ela se
encontra num período mais
calmo ao nosso lado. E
realizei as visitas a
médicos e autoridades, aos
domingos, em companhia de
minha irmã D. Zina Xavier
Pena, que reside na capital
mineira. De olhos mais
doentes e mais cansados,
como me encontro, dava o
braço à minha irmã, para
andar com mais desembaraço
nas ruas de muito movimento.
Fizemos o que era preciso.
Ali buscávamos um apoio, ali
uma informação, acolá um
atestado. No fim de certo
tempo, a nossa família
espírita de Belo Horizonte
movimentou-se. Boatos foram
espalhados, à socapa.
Opiniões alarmantes foram
projetadas em toda parte.
Dizia-se que eu estava sendo
visto em companhia de certa
mulher. Um médium conhecido
chegou a receber longa
mensagem de reprovação e
advertência que me foi
finalmente endereçada. Uma
comissão de três amigos veio
a Pedro Leopoldo
aconselhar-me. Só então é
que eu pude esclarecer que a
mulher é minha irmã, filha,
como eu, das primeiras
núpcias de meu pai, casada
com esposo ainda encarnado e
mãe de cinco filhos já
maiores”.
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