O leitor Domingos Antero da
Silva, de Limeira, SP, em
carta já publicada nesta
revista, pergunta-nos:
1. O Espírito que alcança o
mais elevado nível de
evolução tem perispírito?
2. Se trocamos de
perispírito de um mundo para
outro, o que ocorre com o
perispírito que deixamos no
outro mundo? Se fosse uma
roupa, ou a vestiríamos
novamente ou ela acabaria
com o tempo. O perispírito é
mortal ou imortal?
3. Se o perispírito pode ser
trocado, onde ficam os
registros das vidas
passadas?
À vista do que aprendemos no
estudo das obras espíritas,
eis as nossas respostas:
1. O Espírito, em qualquer
fase ou grau do processo
evolutivo, está sempre
revestido de um envoltório
fluídico, também chamado de
perispírito ou corpo
espiritual. Em artigo
publicado na Revista
Espírita de 1864,
Edicel, pp. 138 e 139,
Kardec fez importante
distinção entre alma – um
ser simples, invisível,
imponderável – e Espírito –
um ser duplo, constituído
por alma e perispírito. O
pensamento de que os
Espíritos Puros não possuem
perispírito não passa, pois,
de um equívoco que algumas
pessoas repetem por
ignorarem o que diz a
questão 186 d´O Livro dos
Espíritos, abaixo
reproduzida:
186. Haverá mundos onde o
Espírito, deixando de
revestir corpos materiais,
só tenha por envoltório o
perispírito? “Há e mesmo
esse envoltório se torna tão
etéreo que para vós é como
se não existisse. Esse o
estado dos Espíritos puros.”
Corroborando a informação
acima, Kardec diz-nos em
O Livro dos Médiuns,
item 55, que o Espírito, em
qualquer grau em que se
encontre, está sempre
revestido de um invólucro ou
perispírito, cuja natureza
se eteriza à medida que ele
se purifica e se eleva na
hierarquia. O perispírito
faz, então, parte integrante
do Espírito, como o corpo
faz parte integrante do
homem.
No mesmo sentido é o
pensamento expresso por Léon
Denis no livro No
Invisível (O Espiritismo
experimental: III – O
Espírito e a sua forma), em
que afirma que em todo homem
vive um Espírito, e por
Espírito entende-se a alma
revestida de seu envoltório
fluídico, do qual é
inseparável.
2. Se trocamos de
perispírito, o que ocorre
com o perispírito que foi
substituído?
Os imortais dizem que no
caso de promoção do Espírito
a outro mundo mais elevado
ele se apropria de matéria
cósmica do novo mundo,
reestruturando um novo
perispírito, adequado à vida
naquele mundo. Na questão 94
de O Livro dos Espíritos
é dito que se trata de algo
similar "a uma troca de
roupa".
Eis o texto a que nos
reportamos:
94. De onde tira o Espírito
o seu invólucro
semimaterial? “Do fluido
universal de cada globo,
razão por que não é idêntico
em todos os mundos. Passando
de um mundo a outro, o
Espírito muda de envoltório,
como mudais de roupa.”
a) Assim, quando os
Espíritos que habitam mundos
superiores vêm ao nosso
meio, tomam um perispírito
mais grosseiro? “É
necessário que se revistam
da vossa matéria, já o
dissemos.”
A mesma informação é
repetida no item 257 da
mesma obra, mas em ambas as
citações não é mencionado o
destino do perispírito
anterior. Supomos que – por
ser formado de matéria
cósmica universal – ele não
se desfaz e é,
provavelmente, absorvido
pelo Fluido Cósmico do
planeta de origem, onde se
formou.
Há na literatura espírita
uma informação que pode
ajudar-nos na compreensão do
assunto. No livro Imagens
do Além, do Espírito
Lucius, psicografado por
Heigorina Cunha e publicado
pelo IDE, de Araras-SP, em
um capítulo que fala do
restringimento perispiritual
nos casos de reencarnações
compulsórias, Heigorina
escreveu o seguinte:
“Quando apresentamos ao
nosso Chico Xavier o desenho
do restringimento, ele nos
disse:
– Heigorina, é isto mesmo o
Restringimento. O processo é
mais lento, tratando-se de
reencarnação compulsória,
nesta categoria de Espírito.
Leva mais de ano para
completar o restringimento.
Assim que se inicia a fase
do sono letárgico, o corpo
espiritual vai se despojando
da matéria grosseira,
ficando o perispírito sutil,
sem trazer-lhe prejuízo
algum. Por exemplo: ‘A cobra
que deixa a casca’.
Olhando-nos com uma pausa,
acrescentou depois:
– Este despojo grosseiro é
enterrado em lugar próprio,
num Cemitério.”
3. Se o perispírito pode ser
trocado, onde ficam os
registros das vidas
passadas?
É preciso lembrar
primeiramente que o
perispírito ou corpo
espiritual é constituído de
dois elementos citados por
diversos autores: o corpo
astral e o corpo mental,
além do chamado duplo
etérico ou etéreo.(1)
As mutações e mesmo a
substituição verificadas no
corpo astral não afetariam,
portanto, a memória e os
registros das vivências
passadas, que constituiriam
funções do corpo mental, a
que André Luiz se refere em
uma nota de rodapé constante
do cap. II, pp. 25 e 26, da
1ª parte do livro
Evolução em Dois Mundos.
Segundo ele, o corpo mental,
assinalado experimentalmente
por diversos estudiosos, é o
envoltório sutil da mente.
(1)
Sobre o duplo etérico veja o
texto publicado nesta mesma
seção na edição 314, de 2 de
junho de 2013, de nossa
revista. Eis o link:
http://www.oconsolador.com.br/ano7/314/oespiritismoresponde.html
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