Solicitado a narrar a irmãos
de fala castelhana um dos
inúmeros fatos mediúnicos
que o sensibilizaram no
correr das suas quatro
décadas de tarefas
ininterruptas de mediunidade
com Jesus, Chico Xavier
disse o seguinte:
– Das experiências de nossa
tarefa mediúnica, citaremos
uma delas, para nós,
inesquecível. Nos arredores
de Pedro Leopoldo, há anos
passados, certa viúva viu o
corpo de um filho
assassinado, quando chegava
repentinamente à casa. Desde
então, chorava sem consolo.
O irmão homicida fugira,
logo após o delito, e a
sofredora senhora ignorava
até mesmo porque o rapaz
perdera tão desastradamente
a vida. Agravando-se-lhe os
padecimentos morais, uma
nossa amiga, já
desencarnada, D. Joaninha
Gomes, convidou-nos a ir em
sua companhia partilhar um
ligeiro culto do Evangelho
com a viúva enlutada.
A desditosa mãe acolheu-nos
com bondade e, logo após, em
círculo de cinco pessoas,
entregamo-nos à oração.
Aberto em seguida "O
Evangelho segundo o
Espiritismo", ao acaso,
caiu-nos sob os olhos o item
14 do capítulo X, intitulado
"Perdão das Ofensas".
Ia, de minha parte, começar
a leitura, quando alguém
bateu à porta. Pausamos na
atividade espiritual,
enquanto a dona da casa foi
atender. Tratava-se de um
viajante maltrapilho,
positivamente, um mendigo,
alegando fome e cansaço.
Pedia um prato de alimento e
um cobertor.
A viúva fê-lo entrar com
gentileza, a pedir-lhe
alguns momentos de espera. O
homem acomodou-se num banco
e iniciamos a leitura.
Imediatamente depois disso,
comentamos a lição de modo
geral. Um dos assistentes
perguntou à dona da casa se
ela havia desculpado o
infeliz que lhe havia morto
o filho querido, cujo nome
passou, na conversação, a
ser, por várias vezes,
pronunciado.
A viúva asseverou que o
Evangelho, pelo menos, lhe
determinava perdoar. Foi
então que o recém-chegado e
desconhecido exclamou para a
nossa anfitriã:
– Pois a senhora é mãe do
morto?
E, trêmulo, acrescentou que
ele mesmo era o assassino,
passando a chorar e a pedir
de joelhos.
A viúva, igualmente, em
pranto, avançou
maternalmente para ele e
falou:
– Não me peça perdão, meu
filho, que eu também sou uma
pobre pecadora.. Roguemos a
Deus para que nos perdoe!...
Em seguida, trouxe-lhe um
prato bem feito e o agasalho
de que o desconhecido
necessitava. Ele,
entretanto, transformado,
saiu do Culto do Evangelho
conosco e foi-se entregar à
Justiça.
No dia imediato, Joaninha
Gomes e eu voltamos ao lar
da generosa senhora e ela
nos contou, edificada, que
durante a noite sonhara com
o filho a dizer-lhe que ele
mesmo, a vítima, trouxera o
ofensor ao seu regaço de
Mãe, para que ela o
auxiliasse com bondade e
socorro, entendimento e
perdão.
(Fonte: http://www.mundodasmensagens.com/.)
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