ANGÉLICA
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No Invisível
Léon Denis
(Parte 10)
Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. Por que nem sempre é
possível o contato com
nossos parentes e amigos
falecidos?
Todo experimentador
esclarecido facilmente
pode explicar a razão de
tais malogros. O desejo
de comunicar com
determinado Espírito e
igual desejo da parte
deste não bastam só por
si; é preciso que outras
condições se reúnam,
determinadas pela lei
das vibrações. É
necessário, antes de
mais nada, que nosso
cérebro físico e o
cérebro fluídico dele
vibrem em uníssono. Aí
surge uma primeira
dificuldade. O
pensamento dele irradia
com demasiada velocidade
para que o possamos
perceber. Será, pois, o
seu primeiro cuidado
imprimir às suas
vibrações um movimento
mais lento, mas para
isso um estudo mais ou
menos prolongado se
tornará preciso,
variando as
probabilidades de êxito
conforme as aptidões e
experiências do
operador.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental:
VIII - As leis da
comunicação espírita.)
B. As leis que regem a
comunicação espírita são
rigorosas?
Sim. Os fenômenos da
mediunidade são regidos
por leis que é preciso
observar com rigor.
Quaisquer que sejam
nossas faculdades e
nossos desejos, se não
pudermos satisfazer às
suas exigências, nossos
pais e amigos falecidos
e todas as legiões
invisíveis agiriam em
vão sobre nós.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
VIII - As leis da
comunicação espírita.)
C. É possível pela
orientação de nossos
pensamentos modificar as
influências que nos
rodeiam?
Sim. Do conjunto dos
estudos sobre as
vibrações harmônicas dos
cérebros, uma
comprovação resulta: é
que, pela orientação e
persistência de nossos
pensamentos, podemos
modificar as influências
que nos rodeiam e entrar
em relação com
inteligências e forças
similares. Esse fato não
é unicamente exato a
respeito dos sensitivos
e dos médiuns; também se
dá com todo ser
pensante. As influências
do Além podem irradiar
sobre nós, sem que haja
comunicação consciente
com os seres que o
povoam. Não é necessário
acreditar na existência
do mundo dos Espíritos e
querer conhecê-lo, para
lhe experimentar os
efeitos. A lei das
atrações é inelutável;
tudo no homem lhe está
submetido. Por isso a
censura que dirigem aos
espíritas, acusando-os
de atrair
exclusivamente, em
virtude de suas
práticas, as forças
maléficas do Universo, é
insubsistente diante dos
fatos.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
VIII - As leis da
comunicação espírita.)
Texto para leitura
284. Muitas pessoas se
admiram e ficam
hesitantes às primeiras
dificuldades que
encontram em suas
tentativas de
comunicar-se com os
Espíritos. E perguntam
por que é tão rara, tão
pouco concludente a
intervenção destes, e
por que não está a
Humanidade inteira
familiarizada com um
fato de tal magnitude.
Outras, prosseguindo as
investigações, obtêm
provas satisfatórias e
tornam-se adeptas
convictas. Entretanto,
objetam ainda que os
seres amados que têm no
Espaço, parentes e
amigos falecidos, apesar
de seus veementes
desejos e reiteradas
solicitações, nunca lhes
deram o menor testemunho
de sua presença e esse
insucesso lhes deixa uns
restos de dúvida, de
desagradável incerteza.
Era esse o sentimento
que o próprio Sr.
Flammarion exprimia numa
publicação recente.
285. Ora, todo
experimentador
esclarecido facilmente a
si mesmo explicará a
razão de tais malogros.
Vosso desejo de
comunicar com
determinado Espírito e
igual desejo da parte
deste não bastam só por
si; é preciso que ainda
outras condições se
reúnam, determinadas
pela lei das vibrações.
Vosso amigo invisível
escuta os chamados que
lhe dirigis e procura
responder-vos.
286. Sabe que, para
comunicar convosco, é
preciso que vosso
cérebro físico e o
cérebro fluídico dele
vibrem em uníssono. Aí
surge uma primeira
dificuldade. Seu
pensamento irradia com
demasiada velocidade
para que o possais
perceber. Será, pois, o
seu primeiro cuidado
imprimir às suas
vibrações um movimento
mais lento. Para isso um
estudo mais ou menos
prolongado se tornará
preciso, variando as
probabilidades de êxito
conforme as aptidões e
experiências do
operador.
287. Se falha a
tentativa, toda
comunicação direta se
torna impossível e ele
terá que confiar a um
Espírito mais poderoso
ou mais hábil a
transmissão de seus
ditados. É o que
frequentemente acontece
nas manifestações.
Supondes receber o
pensamento direto de
vosso amigo e,
entretanto, ele não vos
chega senão graças ao
auxílio de um
intermediário
espiritual. Daí certas
inexatidões ou
obscuridades,
atribuíveis ao
transmissor, que vos
deixam perplexo, ao
passo que a comunicação,
em seu conjunto,
apresenta todos os
caracteres de
autenticidade.
288. Na hipótese de que
vosso amigo do outro
mundo disponha dos
poderes necessários,
ser-lhe-á preciso
procurar um médium cujo
cérebro, por seus
movimentos vibratórios,
seja suscetível de se
harmonizar com o seu.
Há, porém, tão grande
variedade entre os
cérebros como entre as
vozes ou as fisionomias;
identidade absoluta não
existe. O Espírito será
forçado a contentar-se
com o instrumento menos
impróprio ao resultado a
que se propõe. Achado
esse instrumento,
aplicar-se-á a lhe
desenvolver as
qualidades receptivas.
Poderá conseguir o
desejado êxito em pouco
tempo; algumas vezes,
porém, serão necessários
meses, anos, para
conduzir o médium ao
requerido grau de
sensitividade.
289. Bem podeis, ainda,
ser vós mesmos esse
médium, esse sensitivo.
Se tendes consciência de
vossas faculdades, se
vos prestais à ação do
Espírito, alcançareis
decerto o fim que ele
atingir. Para isso se
requerem, ao mesmo
tempo, paciência,
perseverança,
continuidade,
regularidade de
esforços. Possuireis
acaso essas qualidades?
Vossa força de vontade
será sempre igual e
inquebrantável? Se
procedeis de modo
incoerente, hoje com
ardor, amanhã tíbio, de
tal forma que as
vibrações do vosso
cérebro variem em
consideráveis
proporções, não tereis
de vos admirar da
diferença e mesmo da
nulidade dos resultados.
290. Pode acontecer que,
sentindo-se impotente
para ativar em grau
suficiente, no estado de
vigília, as vibrações do
vosso cérebro, recorra o
vosso amigo invisível ao
“transe” e, pelo sono,
vos procure tornar
inconsciente. Então
vosso perispírito se
exterioriza; suas
irradiações aumentam, se
dilatam; a transmissão
se faz possível;
exprimis o pensamento do
Espírito. Ao
despertardes, contudo,
não conservareis
lembrança alguma do
ocorrido e pelos outros
é que sabereis o que
tiverem proferido vossos
lábios.
291. Todos esses
fenômenos são regidos
por leis rigorosas;
quaisquer que sejam
vossas faculdades,
vossos desejos, se não
podeis satisfazer às
suas exigências, vossos
pais e amigos falecidos,
todas as legiões
invisíveis, debalde,
agiriam sobre vós.
Ocorre, todavia,
encontrardes
desconhecidos, homens ou
mulheres, que o acaso
parece colocar em vosso
caminho. Nada sabem
dessas coisas. A ciência
do além-túmulo pode ser
para eles letra morta;
entretanto, possuem um
organismo que vibra
harmonicamente com o
pensamento de vossos
parentes, de vosso irmão
ou mãe, e por seu
intermédio podem estes
convosco entreter
colóquios expansivos.
292. Poderei, a título
de exemplo, citar o
seguinte fato: meu pai,
falecido havia quinze
anos, nunca se tinha
podido comunicar, no
seio do grupo cujos
trabalhos muito tempo
dirigi, por nenhum dos
médiuns que aí se haviam
sucedido. Apenas um
deles o tinha podido
entrever como vaga e
indistinta sombra.
Perdera eu toda a
esperança de conversar
com ele, quando uma
noite, em Marselha, por
ocasião de uma visita de
despedida feita a uma
família amiga, chega uma
senhora, que não
aparecia há mais de um
ano, e, trocados os
cumprimentos habituais,
toma lugar ao nosso
lado. Em meio de nossa
conversação ela cai num
sono espontâneo e, com
grande surpresa minha, o
Espírito de meu pai, que
ela jamais havia
conhecido, se manifesta
por seu intermédio,
dá-me as mais
irrecusáveis provas de
identidade e, numa
enternecida efusão,
descreve as sensações,
as emoções que
experimentara desde o
momento da separação.
293. Do conjunto dos
estudos sobre as
vibrações harmônicas dos
cérebros, uma
comprovação resulta: é
que, pela orientação e
persistência de nossos
pensamentos, podemos
modificar as influências
que nos rodeiam e entrar
em relação com
inteligências e forças
similares.
294. Esse fato não é
unicamente exato a
respeito dos sensitivos
e dos médiuns; também se
dá com todo ser
pensante. As influências
do Além podem irradiar
sobre nós, sem que haja
comunicação consciente
com os seres que o
povoam. Não é necessário
acreditar na existência
do mundo dos Espíritos e
querer conhecê-lo, para
lhe experimentar os
efeitos. A lei das
atrações é inelutável;
tudo no homem lhe está
submetido. Por isso a
censura que dirigem aos
espíritas, acusando-os
de atrair
exclusivamente, em
virtude de suas
práticas, as forças
maléficas do Universo, é
insubsistente diante dos
fatos.
295. Depende do homem
receber as mais diversas
inspirações, desde as
sublimes às mais
grosseiras. O nosso
estado mental é como uma
brecha por onde amigos
ou inimigos podem
penetrar em nós.
296. Os sensuais atraem
Espíritos sensuais que
se associam a seus atos
e desejos e lhes
aumentam a intensidade;
os criminosos atraem
violentos que os impelem
cada vez mais longe na
prática do mal. O
inventor é auxiliado por
investigadores do Além.
O orador tem a percepção
de imagens, que fixará
em arroubos de
eloquência próprios a
emocionar as multidões.
O pensador, o músico, o
poeta receberão as
vibrações das esferas em
que o verdadeiro e o
belo constituem um
objeto de culto; almas
superiores e poderosas
lhes transfundirão as
opulências da
inspiração, o sopro
divino que acaricia as
frontes sonhadoras e
produz as maravilhas do
gênio, do talento.
297. Assim, de um ao
outro plano, responde o
Espírito às solicitações
do Espírito. Todos os
planos espirituais se
ligam entre si. Os
instintos de ódio, de
depravação e crueldade
atraem os Espíritos do
abismo. A frivolidade
atrai os Espíritos
levianos; mas a prece do
homem de bem, a súplica
por ele dirigida aos
Espíritos celestes se
eleva e repercute nota a
nota, na gama
ascensional, até às mais
elevadas esferas, ao
mesmo tempo em que das
regiões profundas do
Infinito descem sobre
ele as ondas
vibratórias, os eflúvios
do pensamento eterno,
que o penetram de uma
corrente de vida e de
energia. O Universo
inteiro vibra sob o
pensamento de Deus.
(Continua no próximo
número.)