Como é a
experiência de
ser a
Coordenadora
Geral da Revista
Cultura
Espírita, do
ICEB?
É uma
oportunidade
única de
produzirmos uma
publicação que
adota a
metodologia de
Kardec ao abrir
diálogo com
todas as áreas
do conhecimento,
em matérias que
tratam de
assuntos de
ponta,
reafirmando o
Evangelho de
Jesus, no qual
estão contidas
toda a
filosofia, toda
a ciência e toda
a moral. Somos
uma pequeníssima
equipe de
voluntários, da
qual participa o
presidente do
ICEB, Cesar
Reis, que é
também o diretor
da Revista, em
trabalho
harmonioso,
resguardando a
transparência na
gestão do
processo.
Contamos com a
colaboração de
grandes
especialistas em
cada área de
conhecimento, o
que garante a
qualidade do
conteúdo e o
ineditismo do
perfil da
Revista,
distribuída para
todo o Brasil e
alguns países.
Temos
conhecimento de
que há grupos
que se reúnem
regularmente
para estudo e
discussão das
matérias de cada
edição, o que
muito nos
alegra.
E a experiência
das reuniões de
psicofonia?
É uma das
atividades que
nos dão maior
satisfação
íntima, pela
experiência
direta da
confirmação dos
ensinamentos de
Jesus, dos
Espíritos
Orientadores da
Humanidade, de
Kardec, pela
gratidão a Jesus
pela
oportunidade de
recepcionarmos
nossos irmãos
desencarnados, e
também a estes,
por abrirem seu
mundo íntimo,
desvelando suas
dificuldades. À
mesa mediúnica,
sem chegar à
indisciplina,
mas valendo-nos
de alguma
flexibilidade,
não temos pressa
em logo
dispensar o
irmão
comunicante: é
preciso dar a
ele a condição
de viver seu
tempo
psicopedagógico,
garantindo,
nesse espaço, a
fraternidade, o
amor, a
tolerância e a
paciência; para
isso muito pode
contribuir a
qualidade da
relação
médiuns-dirigente
como irmãos,
desenvolvendo,
como um ser
coletivo,
afinidade de
mentes e
corações. É
nosso dever não
chocar o irmão
comunicante com
revelações que,
ainda que
verdadeiras,
podem provocar
ainda mais
sofrimento em
sua intimidade
profunda.
Trata-se, pois,
de um trabalho
ao mesmo tempo
de razão e de
sentimento, que,
através da
maiêutica
socrática,
faculta ao
comunicante
chegar, por si
mesmo, às
conclusões a
respeito de seu
quadro, e a
partir desse
momento, tão
emocionado
quanto
emocionante, ele
é ajudado a
inferir quais
podem/devem ser
seus passos
seguintes no
plano
espiritual.
Quais os
principais
frutos colhidos
como produtora e
apresentadora de
programas
espíritas na
Rádio Rio de
Janeiro?
Na grade de
programação da
Rádio Rio de
Janeiro (http://www.radioriodejaneiro.am.br/ )
integramos a
equipe que
estuda as obras
da Codificação
no programa Luz
na Penumbra, que
é estatutário,
ou seja, é uma
espécie de
cláusula pétrea
na programação,
que não pode ser
alterado.
Estudamos O
céu e o inferno
ou a justiça
divina segundo o
Espiritismo,
em encontros
semanais de 30
minutos, e os
ouvintes nos dão
excelente
retorno,
acompanhando as
edições e as
reprises.
Participamos
como debatedora
do programa
semanal
Debate na Rio,
com a
coordenação de
Gerson Monteiro.
O programa,
interativo,
discute temas
presentes na
mídia à luz do
Espiritismo, o
que nos dá a
oportunidade de
demonstrar a
atualidade, a
profundidade e a
extensão do
conteúdo do
Evangelho de
Jesus e da
Doutrina
Espírita, que
respondem a
todos os
questionamentos
da criatura
humana.
E nos programas
não-espíritas?
Todos eles –
espíritas e
não-espíritas –
nos dão
excelente
retorno pessoal
e profissional.
Temos um
programa diário
sobre educação,
há mais de uma
década, no qual
tratamos de
temas atuais,
pois nosso
conceito, amplo,
de educação é o
de que nenhum
quadro humano
pode ser
estranho à
educação. Esse
programa já nos
rendeu três
livros: Pelos
caminhos da
educação 1,
Pelos
caminhos da
educação 2,
Bullying,
cyberbullying e
dependências
(1). A
Rádio nos
permite abordar
temas muitas
vezes evitados
pelos próprios
educadores, que
levamos aos
livros, como
abusos contra
crianças,
adoção,
dependências com
e sem
substância, bullying,
cyberbullying,
assédio moral,
masturbação
infantil,
estresse
infantil, filho
homossexual,
gêmeos, pitboys etc.
etc. Em todos os
livros da série,
incluímos a
visão do
Espiritismo ao
final de cada
capítulo. Já
houve caso de
ouvintes nos
dizerem que
mudaram sua vida
e as relações em
família ao
acompanharem o
programa.
No outro
programa,
Novos Rumos,
de 55 minutos de
duração,
interativo,
entrevistamos
especialistas
nas várias áreas
do conhecimento,
não-espíritas e
espíritas, e os
ouvintes nos
dizem que
aprendem muito
com esses
programas, que
eles gravam e
depois discutem
com amigos e
família.
Como surgiram
seus livros?
Quais são?
A série Pelos
Caminhos da
Educação
surgiu da
insistência de
ouvintes para
que
publicássemos os
programas que
ouviam pela
Rádio – e
solicitam que
continuemos a
fazê-lo. Está
pronto o quarto
volume da série,
aguardando o
interesse de
alguma editora.
Interessante que
os que
acompanham
nossas palestras
também nos pedem
o mesmo, o que
nos estimulou a
publicar Reflexões
à luz do
Espiritismo
(2),
com
artigos/ensaios
sobre temas
doutrinários,
atualmente em
sua 2ª edição.
Está pronto um
próximo volume
nessa mesma
linha, também
aguardando o
interesse de
alguma editora.
Somos coautora,
por convite,
de Em torno
de Rivail, O
mundo em que
viveu Kardec,
em que assinamos
o capítulo da
área de
filosofia,
“Materialismo e
Espiritualismo
na
filosofia: culminâncias
e sínteses”,
homenagem que
alguns
professores
fizemos pelo
Bicentenário do
Nascimento de
Allan Kardec; e
de O jovem
espírita quer
saber, no
qual assinamos o
capítulo “Pais
Adolescentes”.
Qual sua visão
de mediunidade?
Incorporamos,
naturalmente, a
visão espírita
de mediunidade,
tão bem resumida
por Emmanuel
como “luz que
brilha na
carne”,
oportunidade
abençoada de
trocarmos a dor
pelo trabalho,
fonte
inesgotável de
alegrias
espirituais
altas e nobres,
que nos
plenificam o
ser, banhado
pela alegria de
servir a Jesus e
a nossos irmãos.
É antídoto ao
orgulho e à
soberba,
excelente
instrumento para
desenvolvermos a
disciplina, o
amor, a
tolerância, a
compreensão, a
abnegação, a
renúncia,
permitindo-nos
dar uso ótimo ao
tempo que
destinamos à sua
prática, de
natureza tão
delicada quanto
grave,
convidando-nos a
precauções e
cuidados, com
método,
paciência,
humildade,
sentimento
desinteressado
de serviço, e
ternura para com
todos os
irmãos.
E do movimento
espírita atual?
Percebemos um
saudável e
fraterno esforço
voltado para a
divulgação da
Doutrina,
representando
desafio
importante por
parte das
instituições
espíritas, que
recebem
contingente cada
vez maior de
irmãos com suas
dificuldades,
porque são
chegados os
tempos, como
anunciado por
Jesus. Sinto que
precisamos, a
partir de agora,
direcionar boa
parte de nossos
esforços para
“irmos aos
gentios”. Além
da divulgação da
Doutrina nos
espaços
convencionais, o
uso
da internet tem
ampliado
sobremaneira as
possibilidades e
perspectivas nas
Web radios e Web
TVs. Estamos
sistematizando o
uso ético dos
novos canais de
divulgação,
ampliando com
isso também o
escopo do
processo de
conscientização
sobre a
responsabilidade
de se dispor de
tais meios. Ir
ao encontro das
universidades
tem-se revelado
como de grande
potencial para
operacionalizar
a orientação de
Jesus, através
principalmente
do viés
filosófico-científico
da Doutrina
Espírita, mas
sem esquecer seu
caráter de
Consolador. Na
Universidade do
Estado do Rio de
Janeiro, temos
desenvolvido
eventos de
divulgação da
Doutrina,
interagindo com
outras
religiões, e
ainda este ano
devemos realizar
um evento
durante uma
semana, em
horário
integral. O
Espiritismo pode
atender os
grandes anseios
do coração e da
mente humanas
nestes tempos de
grandes
mudanças,
oferecendo o
alimento do
consolo e do
esclarecimento
pela via da
razão, ao mesmo
tempo em que se
insere nas
correntes
modernas que
marcam a
sociedade
atual.
Como expositora
espírita, como
tem sentido a
reação do
público ante as
abordagens
doutrinárias?
São muito
expressivos a
receptividade, a
atenção e o
carinho do
público. São
muitas as
necessidades,
perplexidades,
curiosidades e
anseios de
irmãos que
buscam respostas
para seus
dilemas e/ou
questionamentos.
Pelo rádio ou
presencialmente,
tem aumentado
bastante o
contingente de
simpatizantes
das ideias
espíritas e de
irmãos tangidos
por grandes
provas que vêm
até nós. A
abordagem
precisa
acompanhar os
tempos novos,
associando os
fundamentos
filosófico-científicos
à ternura da
palavra que
consola e
estimula. Razão
e sentimento são
o binômio
indispensável
para que o
destinatário da
mensagem seja
envolvido,
esclarecido e
consolado. Há
irmãos que
fortalecem sua
fé espírita,
outros que a
descobrem e a
seguem, muitos
nos dão
depoimentos de
transformação de
suas vidas.
Algo marcante de
suas bagagens
nas atividades
espíritas que
gostaria de
partilhar com os
leitores?
O carinho e o
estímulo de
nossos irmãos
têm-nos
acompanhado em
nossas tarefas,
e a todos
dirigimos nossa
gratidão.
Destacamos duas
situações. Certa
vez, ao final de
uma palestra,
dirigiu-se a mim
um jovem homem
que me agradeceu
pela companhia
que lhe fiz ao
longo de vários
anos pela Rádio
Rio de Janeiro.
Entre os
comentários
recíprocos, ele
acabou dizendo
que me ouvia em
sua cela na
prisão, e que
essa companhia o
tinha alentado
muito para
suportar os dias
difíceis da dura
prova, e ele, ao
sair, passou a
frequentar a
casa espírita.
Uma outra
situação também
emocionante
ocorreu durante
uma reunião
mediúnica de
psicofonia, que
dirijo em nossa
casa de
trabalho, o
Grupo Espírita
André Luiz, no
Rio de
Janeiro-RJ. O
espírito
comunicante
revelou que era
admiradora de
nosso humilde
trabalho, que
nos acompanhava
nas palestras e
pelos programas
na Rádio Rio de
Janeiro, mas
que, por extrema
timidez, tinha
sempre refreado
seu desejo de
falar comigo e
abraçar-me
(comportamento
que mantenho
sempre
conversando e
abraçando os
companheiros que
a mim se
dirigem). E
emocionadamente
agradeceu a
oportunidade de
fazê-lo, naquela
oportunidade, à
mesa mediúnica.
Algo mais que
gostaria de
acrescentar?
Agradeço o
convite para
esta conversa,
parabenizando a
equipe pela
iniciativa que
por certo
redunda em
grande benefício
para a
divulgação da
Doutrina
Espírita e
também para o
esclarecimento e
consolo de
tantos irmãos,
rogando bênçãos
de Paz e Luz
para todos.
Referências:
(1) COUTO VALLE,
Nadja do. Pelos
caminhos da
educação 1. Rio
de Janeiro:
Edilar, 2007.
____. Pelos
caminhos da
educação 2. Rio
de Janeiro: ICEB
Edições, 2009.
____. Bullying,
cyberbullying e
dependências. Rio
de Janeiro: Novo
Ser, 2011. Série
Pelos Caminhos
da Educação.
(2) COUTO VALLE,
Nadja do. Reflexões
à luz do
Espiritismo.
2.ed. revista.
Rio de Janeiro:
ICEB Edições,
2010.
____.
Materialismo e
Espiritualismo
na filosofia:
culminâncias e
sínteses. In: Em
torno de Rivail:
o mundo em
que viveu Kardec.
Bragança
Paulista, SP,
Lachâtre, 2004.
p. 193-231.
Homenagem pelo
Bicentenário do
Nascimento de
Allan Kardec.
____. Pais
Adolescentes.
In: O jovem
espírita quer
saber;
questionamentos
de inúmeras
mocidades que 25
escritores
espíritas
respondem. Rio
de Janeiro: F.
V. Lorenz; Grupo
de Esperanto
Pac-horo, 2011.
p. 135-155. |