Escolinha de
Evangelização?
O professor José
Herculano Pires
foi, segundo
Emmanuel, o
melhor metro que
mediu Kardec.
Suas sábias
palavras estão
impressas em
dezenas de
livros, hoje tão
esquecidos nas
prateleiras das
livrarias
espíritas ou nas
bibliotecas dos
centros
espíritas e
particulares.
Sua palavra
forte e
esclarecedora é
atualíssima e
deve fazer parte
de grupos de
estudos dos
centros
espíritas.
Segundo o grande
pensador
espírita: “Se os
espíritas
soubessem o que
é o Centro
Espírita, quais
são realmente a
sua função e a
sua
significação, o
Espiritismo
seria hoje o
mais importante
movimento
cultural e
espiritual da
Terra”. (Texto
inserido em seu
livro: O Centro
Espírita.)
Esta colocação
nos faz refletir
muito sobre as
atividades das
casas espíritas
bem como os
trabalhos que
ali se realizam.
Um deles, sem
dúvida, de magna
importância são
as Escolas de
Evangelização
Infantil e da
Mocidade. Tarefa
bendita que
muito glorifica
aqueles que a
faz. Contudo...
Há a insistente
mania de chamar
as Escolas de
Evangelização de
“Escolinhas de
Evangelização”.
Deus meu, quanta
incoerência!
Desculpem-me
aqueles que
adotam esta
frase. Mas,
sinceramente,
não consigo
entender isto. O
Evangelho de
Jesus é a pedra
filosofal da
humanidade, o
alicerce magno
onde todas as
construções
terrenas devem
estabelecer suas
bases, o
condutor mais
profundo porque
eficaz de todos
os homens da
terra. Então ele
ultrapassa todas
as academias do
planeta e vai
além, nas
esferas de luz
que nos rodeiam.
Nunca li que
nenhum espírito
que lá habita
tenha denominado
as Escolas de
Evangelização de
“Escolinhas”.
Noutro dia
estava
conversando a
este respeito
com uma grande
amiga, defensora
de tal
denominação. É
ela coordenadora
das Escolas da
Infância e
Mocidade de um
Centro Espírita
que abriga algo
em torno de
duzentas
crianças e
jovens. E ela me
dizia que é uma
forma carinhosa
de chamar
aqueles pequenos
e aquelas
promessas para o
futuro. Foi aí
que tentei
faze-la lembrar
de que tanto as
crianças quanto
os jovens são
espíritos
velhos, de
milhares de
anos, de
experiências
arquivadas, de
histórias mil.
Mormente agora
quando estão
reencarnando
aqui espíritos
de alta
envergadura
espiritual para
a tarefa ímpar
do projeto de
regeneração do
mundo.
As crianças de
hoje frequentam
seus lares,
escolas,
parques,
shoppings,
grandes lojas de
brinquedos,
festas de
aniversários
cada vez mais
sofisticadas.
Interagem com
muitas outras
crianças que
trazem suas
culturas
familiares
multidiversificadas
e, além de tudo,
existem as redes
sociais, a TV,
revistas
infantis
especializadas.
Ou seja, um sem
número de
estímulos que as
colocam face a
face com uma
realidade bem
diferente desta
terminologia:
Escolinha.
Aliás, elas nem
gostam de serem
tratadas assim.
Um dia desses
encontrei a
Kamila, de oito
anos e
perguntei-lhe se
ela se ela
gostava de ir à
Escolinha de
Evangelização.
Ela me disse:
– Até você
Guaraci,
estudioso como
é, falando em
escolinha?!...
– E você gosta
quando a
professora chama
sua escola de
Escolinha?
Perguntei.
– Nem eu nem
ninguém. Mas,
sabe como é se
dissermos algo
somos logo
reprimidas.
Então deixamos
que as
professoras deem
aulas para as
Escolinhas e nós
assistimos às
aulas da grande
lição para os
homens e o
mundo.
Depois a Kamila
saiu saltitante
porque naquele
domingo iria
assistir a uma
peça de teatro
que falava sobre
as peripécias de
um morto vivo!
É bom
entendermos que
as Escolas de
Evangelização
representam o
início de uma
grande tarefa de
consolidação do
Evangelho de
Jesus nas almas
dos
reencarnados.
Eles se preparam
nos planos
espirituais.
Eles se envolvem
com o Evangelho
e suas propostas
aqui. Renascem e
logo os mandamos
para as
“escolinhas”?
Qual o colégio
que se preze
denomina de
“Escolinha” o
seu
estabelecimento
de ensino?
– É um jeito
carinhoso de
tratar as
crianças!
Disse-me aquela
coordenadora que
mencionei acima.
Quando colocamos
o diminutivo nas
palavras pode
ser que
estejamos
reduzindo as
grandezas para
os nossos
tamanhos. Assim
falam: aguinha
fluída,
passezinho,
palestrinha...
Não demoram e
completam:
Joaninha de
Ângelis,
Andrezinho Luiz,
Emmanuelzinho...
Estudozinho...E
por aí vai.
Gente somos
espíritas! Temos
em mãos, segundo
Herculano Pires
“... o mais
importante
movimento
cultural e
espiritual da
Terra”. Falemos
para as crianças
que elas fazem
parte deste
movimento
renovador que
vai quebrar os
paradigmas
científicos,
filosóficos e
religiosos
arcaicos que
insistem por
permanecerem
conosco, através
das falas
insensatas dos
seus defensores.
Que este
movimento vai
destruir
definitivamente
o materialismo.
Acreditam vocês
que os
pesquisadores de
vanguarda já
estão entrando
no interior das
partículas para
verem como são
constituídas? Ou
seja, a
partícula em
breve não será a
menor parte da
matéria. Vejam o
que diz a
revista Super
Interessante: “Alguns
físicos arriscam
um palpite:
quark significa
um tipo de
queijo branco
macio, com uma
consistência de
flocos. De uma
certa maneira,
isso passa a
ideia de
pequenos pedaços
formando um
todo”. Nossos
filhos e alunos
da evangelização
estão renascendo
neste momento de
avanços
incríveis e...
Escolinhas!?
“Escola de
Formação Moral
Cristã” “Escola
de Iniciação ao
Evangelho de
Jesus” “Escola
de Introdução
aos Ensinos do
Mestre Maior”.
Não sei - tantas
definições! Crie
a sua, mas, que
não seja nada de
“inha”. Não
reduza à
pequenez esse
Compêndio Maior
representado
pelo Evangelho e
pala Doutrina
Espírita.
Bem, esta é
apenas uma
opinião.
Participo do
Movimento
Espírita desde
décadas e, desde
o início combati
este termo.
Infelizmente ele
continha firme e
forte nas Casas
Espíritas.
Interessante que
o Departamento (DEC)
é superlativo:
Departamento de
Evangelização da
Criança! Ou (DEJ)
– Departamento
de Evangelização
da Juventude.
Será que o
“inha” acompanha
as escalas
hierárquicas que
apontam para
baixo? Ah, seu
eu fosse
professor de
Evangelização,
na minha sala
jamais diria tal
termo
diminutivo.
Outro dia duas
crianças
conversam entre
si. Uma disse a
outra:
– Eu vou ao
Liceu estudar
Português,
Matemática,
Ciências,
Geografia e
História e vou à
“Escolinha de
Evangelização”
estudar o
Evangelho do
Senhor Jesus
Mestre Maior da
Humanidade e
Construtor do
Planeta Terra!
Foi aí que a
outra criança,
vinda da estrela
de Alcione,
perguntou:
– Não estou
entendendo. Se
Jesus é o Mestre
Maior e
Construtor deste
Mundo, Ele sabe
tudo sobre todas
as ciências.
Porque você está
me dizendo que
vai à escolinha
estudar suas
lições e ao
Liceu estudar o
que Ele colocou
no mundo?
Claro que aquela
outra criança
não teve
resposta pronta
e ficou de
perguntar à sua
professora no
Centro Espírita.
Tomara que a
professora tenha
encontrado boa
resposta.
Enfim, digo e
repito: são
extraordinárias
as aulas de
evangelização.
Meus três filhos
delas
participaram e
um ainda
participa.
Sempre vejo o
carinho e o zelo
como são
preparadas as
aulas e a
alegria dos
instrutores em
passar as
lições. Mas,
chegou o tempo
de deixarmos de
lado este termo
pejorativo de
“Escolinha”.
Isto nunca
existiu. Nenhuma
escola é
escolinha.
Estudar é
dilatar
horizonte.
Segundo Steven
Pinker,
psicólogo e
linguista
canadense da
Universidade
Harvard dos
Estados Unidos:
“Ler é a
tecnologia da
mente para
operar
mudanças”. Ora,
ler se aprende
em escolas.
Operar mudanças
é o ato seguinte
do aprendizado.
Operar mudanças
éticas e morais
é resultado do
que aprendo na
Escola de
Evangelização.
Concordam?
Se desejarem
afagar e
acarinhar as
crianças,
ofertem-lhes
carrinhos,
bonecas, bons
filmes, boas
histórias, bons
livros, barras
de chocolates,
sorvetes e até
pipocas com
guaraná, mas
digam-lhes que a
oferta é da
Escola da
Evangelização
que frequentam.