Culpas
Silva Ramos
A Natureza aponta a
culpa que começa:
Em cidade praiana, a
legião pirata
Desembarca, saqueia,
humilha, fere, mata...
Por nada se detém, por
mais que se lhe peça..
Quantas vidas ao mar sob
golpes à pressa!...
Incêndios e orações no
horror que se desata...
Depois, vinho e prazer,
os butins de ouro e
prata
E as horas avançando ao
tempo que não cessa...
Os séculos se vão
marchando em luz e
treva...
Um dia, em mar aéreo,
enorme nave leva
Os piratas de outrora e
a Justiça Divina...
Surge a morte no ar... A
aflição se renova...
Preces, gemidos e ais de
corações em prova...
E a Natureza apaga a
culpa que termina.
Do cap. 29 do livro
Diálogo dos Vivos,
obra de autoria de Chico
Xavier, J. Herculano
Pires e Espíritos
diversos. No soneto o
poeta se refere à
explosão ocorrida em 3
de março de 1974 de uma
aeronave brasileira – um
DC-10 – quando
sobrevoava a cidade de
Paris, França.
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