O grande
obstáculo
O título deste
artigo refere-se
a uma lição
extraída da obra
“Nossas Riquezas
Maiores”,
psicografada
pelo confrade
José Raul
Teixeira, onde a
benfeitora
espiritual
Thereza de Brito
aborda a questão
do comodismo.
Ela assevera que
“Se você se
detiver a
examinar as
múltiplas
dificuldades que
impedem seu
crescimento mais
dinâmico para
Deus, com
sinceridade,
verificará que
elas se apoiam
no comodismo”.
De fato, o
comodismo, que é
a expressão
infeliz do
egoísmo e da
preguiça,
tem gerado
inúmeros
prejuízos para o
nosso processo
evolutivo, sendo
que o Espírito
Joanna de
Ângelis, no
livro “Conflitos
Existenciais”,
aponta a
preguiça como
sendo um dos
conflitos a
infelicitar a
criatura humana,
a se expressar
como “propensão
para a
inatividade,
para não
trabalhar,
também conhecida
como lentidão
para executar
qualquer tarefa,
ainda
caracterizada
como
negligência,
moleza,
tardança”,
sendo, dessa
forma, desvio de
conduta.
Joanna de
Ângelis ainda
nos adverte que
um dos prejuízos
causados é o não
aproveitamento
correto do
tempo, sendo que
a religião
espírita nos
ensina que estar
no corpo através
do processo da
reencarnação é
uma abençoada
oportunidade que
Deus nos
concede, visando
ao progresso
intelecto-moral.
Sem dúvida, uma
das maiores
lamentações dos
Espíritos após a
morte física diz
respeito ao mau
uso do tempo,
porque deixamos
de realizar
tarefas,
aprendizados e
boas ações que
contribuiriam
para a conquista
da própria
felicidade.
Thereza de Brito
enfatiza que
“por meio do
comodismo, um
sem-número de
seres estaciona
na romagem
terrena, quando
tanto temos a
realizar,
conscientes do
pouco tempo de
que dispomos no
mundo, embora
esse tempo
humano, se bem
administrado,
torne-se
suficiente para
os labores que
nos cabe
efetuar”.
Joanna de
Ângelis diz que
essa conduta
enfermiça
lentamente vai
fragilizando-nos,
abrindo campo
para as ideias
perturbadoras
que poderão se
converter em
pessimismo,
desinteresse,
tédio, vazio
existencial,
depressão,
podendo culminar
em condutas de
autodestruição,
tais como o
suicídio direto
e os vícios que
fragilizarão a
saúde física e
mental.
Ademais, sabemos
que o comodismo,
por lei de
afinidade,
atrairá
Espíritos
ociosos que
tentarão ampliar
os efeitos
negativos da
conduta
enfermiça,
inspirando
desânimo,
amolentamento,
apatia, preguiça
e sono.
Há inúmeras
justificativas
para o
comodismo, sendo
que muitos têm o
hábito de
postergar tudo
para o futuro,
pensando que no
amanhã as coisas
estarão
melhores;
outros, por
serem jovens,
acreditam que
podem adiar os
compromissos
nobres e a
tarefa de
espiritualização;
alguns, pelo
fato de serem
idosos, acham
que é tarde
demais para
qualquer
realização
pessoal.
Anote-se que não
sabemos quando
regressaremos
para a pátria
espiritual,
nosso verdadeiro
lar, de forma
que qualquer
adiamento das
conquistas
espirituais,
seja por
comodismo ou por
ignorância,
constitui-se em
risco de grave
porte, uma vez
que os
compromissos
postergados
poderão nunca se
concretizar na
atual
reencarnação,
gerando pesados
débitos e
pendências para
o Espírito,
sobretudo por
termos aprendido
com a veneranda
doutrina
espírita que
lamentaremos
pelos males
causados e pelo
bem que deixamos
de fazer a nós
mesmos e ao
próximo.
Para os idosos,
à luz da
imortalidade da
alma e da
reencarnação,
sabemos que todo
aprendizado
nobre e toda
conquista moral
será patrimônio
do Espírito, que
tornará o
retorno ao mundo
espiritual e as
próximas vidas
físicas mais
felizes e com
menos
sofrimento.
Lembra-nos, o
Espírito Thereza
de Brito, que
muitos
religiosos
também se
paralisam no
comodismo,
porque se julgam
salvos para
sempre, todavia,
enfatize-se que
Jesus não
endossou tal
conceito e nos
ensinou que a
cada um será
dado segundo
suas obras,
tendo inaugurado
a religião do
amor.
No movimento
espírita notamos
a presença do
comodismo.
Aliás, essa
imperfeição
moral pode se
manifestar de
duas formas,
isto é, há
aqueles que nada
realizam ou
produzem o
mínimo no campo
das conquistas
espirituais, e
há indivíduos
que realizam
dentro dos
padrões normais,
mas que poderiam
estar ousando
muito mais na
esfera do bem.
Há espíritas que
se limitam a
frequentar o
templo religioso
apenas para
ouvir o
evangelho e
receber o passe,
sem que se
preocupem em se
instruir melhor
no campo
doutrinário,
pouco se
empenhando para
domar as más
inclinações e
para conquistar
as virtudes.
Passam-se vários
anos e continuam
as mesmas
pessoas, com as
mesmas
reclamações e
limites. São os
efeitos graves
do comodismo.
Haverá confrades
espíritas que
realizam o
trivial, pois
frequentam os
grupos de
estudos da Casa
Espírita, alguns
atuam na área da
mediunidade e se
envolvem em
alguma tarefa
caritativa,
procurando ser
uma pessoa
melhor, sem um
esforço
hercúleo, mas
dentro dos
padrões da
normalidade e
com um potencial
para ofertar
mais na área do
amor e do
conhecimento.
São os efeitos
menos drásticos
do comodismo.
Certamente
haverá aqueles
que superaram o
desânimo
circunstancial e
dedicam-se com
fervor aos
compromissos
doutrinários e
assistenciais,
obviamente sem
descuidar das
lides familiares
e profissionais.
Raramente
desistirão dos
compromissos
assumidos e
procurarão se
qualificar
sempre,
sobretudo
através do
autoconhecimento
e do estudo,
para executar as
tarefas com
elevação. São
aqueles que
estão ousando no
campo do bem,
procurando
sempre ser mais
úteis, sem tempo
para a preguiça,
e colherão
naturalmente os
bons frutos,
porque superaram
o obstáculo do
comodismo.
Na atualidade,
temos que estar
atentos porque a
vida moderna nos
oferta muitas
comodidades, de
tal sorte que
tenderemos a
descansar em
demasia, viajar
demais, ficar em
casa usufruindo
com exagero das
facilidades e
dos confortos,
tudo em prejuízo
do nosso
progresso
espiritual.
Jesus disse que
o Pai trabalha e
que Ele também
sempre estará a
serviço do amor,
portanto, não
negligenciemos
os tesouros do
corpo físico e
das horas,
realizando
sempre a serviço
da vida e do
amor.
Thereza de Brito
encerra a citada
lição,
orientando-nos
da seguinte
forma:
“Acorda e saia
dessa nociva
esteira. Ore e
busque o Senhor,
que trabalha
sempre, como o
Pai. Ilumine-se
com o alentado
ensejo que a
vida lhe
oferece, e
quando perceber
que já não tem
gosto, nem
disposição, para
a realização do
bem em você
mesmo, busque,
imediatamente, o
socorro médico
ou a assistência
dos passes e da
prece, pois, com
toda certeza,
você estará sob
o contágio
pertinaz de
alguma doença ou
debaixo de soez
influenciação
obsessiva”.