O leitor Izidro Simões (Boa
Vista, Roraima), em carta
publicada anteriormente
nesta revista, enviou-nos as
considerações abaixo, além
de duas outras – sobre o
livro Brasil, Coração do
Mundo, Pátria do Evangelho
e a natureza religiosa
do Espiritismo – que serão
aqui examinadas
oportunamente:
1) Absurdo, mas nada
estranhável! Tem gente que
diz e até escreveu livro
sobre mediunidade nos
animais, através dos quais
seus parentes teriam
transmitido mensagens! Não
se encontra em NENHUM LIVRO
ESPÍRITA e nem na Revista
Espírita, editada por Allan
Kardec, sobre a existência
de aves e animais de
qualquer espécie no plano
espiritual. Aí, vêm os que
não estudaram a doutrina e
dizem que André Luiz fala de
aves gigantes e cães
ferozes, com os quais os
socorristas entram no
Umbral; não sabem o que
sejam as criações
ideoplásticas.
2) Lanço a pergunta: animais
reencarnam? SIM ou NÃO? Onde
está a fonte FIDEDIGNA da
resposta?
3) Em A PERSONALIDADE HUMANA
- parte 48 - fala-se de
DESTINO humano. Ora! Se
destino existe, então não
tem como existir LIVRE
ARBÍTRIO; existindo
livre-arbítrio, não há como
existir DESTINO, que é uma
continuidade INEXORÁVEL de
ocorrências, sem
possibilidade de nenhuma
modificação. Seria o MAKTUB
(estava escrito) dos árabes.
A Doutrina nos ensina que
durante uma existência podem
ocorrer mudanças
significativas para o
encarnado, em razão mesmo de
suas atitudes, o que
suavizaria e/ou modificaria
as consequências de
existências anteriores, como
podem AGRAVAR. Então, falar
de DESTINO na Doutrina
Espírita é não só um erro
crasso, quanto
desinformação.
*
Eis, com relação aos três
assuntos, as nossas
considerações:
1) Aves e animais no
plano espiritual – O
assunto já foi examinado
várias vezes em nossa
revista. Contrariamente ao
que pensa o leitor, existem,
sim, algumas espécies
animais no plano espiritual.
Embora muitos reencarnem
quase de imediato, alguns
permanecem – com seu corpo
espiritual – no plano
extrafísico, onde
desenvolvem tarefas
adequadas à experiência que
adquiriram. Irvênia Prada
trata do assunto no artigo
"Os animais têm alma e são
também seres em evolução",
que os interessados podem
ler clicando neste link:
http://www.oconsolador.com.br/9/especial.html
Um dos casos por ela
relatados foi extraído do
livro Testemunhos de
Chico Xavier, de Suely
Caldas Schubert, em que se
lê o seguinte depoimento de
Chico: "Em 1939, o meu irmão
José deixou-me um desses
amigos fiéis (um cão).
Chamava-se Lorde e fez-se
meu companheiro... Em 1945,
depois de longa enfermidade,
veio a falecer. Mas, no
último instante, vi o
Espírito de meu irmão
aproximar-se e arrebatá-lo
ao corpo inerte e, durante
alguns meses, quando o José,
em Espírito, vinha ter
comigo, era sempre
acompanhado por ele... A
vida é uma luz que se alarga
para todos..."
Na edição 266 desta revista,
nesta mesma seção, tratamos
do assunto e mencionamos o
caso da cadelinha Mika,
então desencarnada, que se
manifestou na casa de seus
antigos donos, como é
relatado por Allan Kardec na
edição de maio de 1865 da
Revista Espírita. Eis o
link:
http://www.oconsolador.com.br/ano6/266/oespiritismoresponde.html
Sugerimos também, sobre o
mesmo tema, que o leitor
veja a resposta dada por
Divaldo Franco em uma
entrevista publicada na
edição 51 desta revista.
“Pessoalmente, já tive
diversas experiências com
animais, especialmente cães
desencarnados, que
permanecem na erraticidade
desde há algum tempo”,
declarou o conhecido e
estimado médium. O link que
remete ao seu texto é
http://www.oconsolador.com.br/51/entrevista.html
Ainda sobre o assunto,
publicamos o artigo
intitulado “Os animais no
mundo espiritual”, autoria
de Eurípedes Kühl, o qual se
encontra disponível na
internet, bastando para
lê-lo clicar em
http://www.oconsolador.com.br/ano6/297/euripedes_kuhl.html
2) Animais reencarnam?
– Essa dúvida é
surpreendente quando
apresentada por alguém que
já leu inúmeras obras de
Kardec e alguns números da
Revista Espírita. A
resposta é clara: Sim; é por
meio da reencarnação que a
alma dos animais progride. O
assunto é tratado nas
questões 598 a 600 d´O
Livro dos Espíritos.
Na questão 600 é dito que a
alma do animal, depois da
morte, é classificada pelos
Espíritos a quem incumbe
essa tarefa e utilizada
quase imediatamente.
A tese no tocante à chamada
evolução anímica está bem
assentada em três autores
espíritas que todos
respeitamos.
No cap. VI de seu livro A
Gênese, Kardec
transcreve uma informação
transmitida mediunicamente
pelo Espírito de Galileu
segundo a qual o Espírito
não chega a receber a
iluminação divina sem haver
passado pela série
divinamente fatal dos seres
inferiores, entre os quais
se elabora lentamente a obra
da sua individualização.
Apenas a contar do dia em
que o Senhor lhe imprime na
fronte o seu tipo augusto, o
Espírito toma lugar no seio
das humanidades. (A
Gênese, cap. VI, itens 14,
15 e 19.)
No livro A Evolução
Anímica, pp. 70 e 71,
Gabriel Delanne nos ensina:
“Se tivermos bem de vista os
fatos retrocitados, a
respeito dos selvagens,
compreenderemos melhor a
marcha ascendente do
princípio pensante, a partir
das mais rudimentares formas
da animalidade, até atingir
o máximo do seu
desenvolvimento no homem. Os
povos primitivos são
vestígios que demonstram as
fases do processo
transformista, mas tais
seres que nos parecem tão
degradados são, ainda assim,
superiores ao nosso
ancestral da época
quaternária, o que nos
permite compreender que não
existe diferença essencial
entre a alma animal e a
nossa.”
André Luiz confirma em seu
livro Evolução em Dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. VII, pp. 56 e 57, o
ensinamento em exame.
3) Destino humano – A
questão do destino, conforme
o seu significado vulgar, é
tratada de modo especial nas
questões 259, 851, 866 e 872
d´O Livro dos Espíritos.
Resumidamente, ensina o
Espiritismo que nem todas as
provas da vida são previstas
ou propostas pelo Espírito
que se prepara para
reencarnar e elabora, com
esse objetivo, sua
programação reencarnatória.
A chamada fatalidade existe,
portanto, tão somente em
face da escolha que o
Espírito faz de enfrentar,
ao encarnar, essa ou aquela
prova. Escolhendo-a,
institui para si uma
espécie de destino, que
é a consequência mesma da
posição em que vem a
achar-se colocado.
Na aludida programação são
previstos apenas os fatos
principais, os que influem
no destino e o gênero das
provas. As particularidades
correm por conta da posição
em que se acha e são, muitas
vezes, consequências de suas
próprias ações. Escolhendo,
por exemplo, nascer entre
malfeitores, sabe a que
arrastamentos se exporá.
Ignora, porém, quais os atos
que virá a praticar. Esses
atos resultam do exercício
da sua vontade, ou do seu
livre-arbítrio. Sabe também
que, escolhendo tal caminho,
terá que sustentar lutas de
determinada espécie e não
ignora, desse modo, de que
natureza serão as
vicissitudes que se lhe
depararão.
Os acontecimentos
secundários de uma
existência corpórea
originam-se quase sempre das
circunstâncias e da força
mesma das coisas. Se tomamos
uma estrada cheia de sulcos
profundos, sabemos que
teremos de andar
cautelosamente, porque há
muitas probabilidades de
cairmos. Ignoramos, porém,
em que ponto cairemos e bem
pode suceder que não
caiamos, se formos bastante
prudentes.
No seu livro Depois da
Morte, Léon Denis alude
ao tema, confirmando o
pensamento exposto na
principal obra da doutrina
espírita. Segundo Denis, a
fatalidade aparente que
semeia de males o caminho da
vida não é mais que a
consequência lógica do nosso
passado, o cumprimento do
destino por nós mesmos
aceito antes de renascer. “O
destino é consequência de
nossos atos e de nossas
livres resoluções, tomadas
na vida espiritual”, afirma
o respeitado escritor.
Quando usada, pois, com as
ressalvas a que nos
reportamos, a palavra
destino não apresenta nada
de antidoutrinário e pode
ser perfeitamente utilizada,
como, aliás, é comum vermos
em nossos diferentes
autores.
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