O valor do trabalho
Tudo trabalha na
Natureza.
Os animais, que estão
mais próximos de nós na
escala da evolução e que
têm acentuado instinto
de conservação, agem
sempre em busca das
suas necessidades, da
preservação das
intempéries e da defesa
contra os predadores.
Já nós, Espíritos em
evolução, buscamos o
desenvolvimento do
pensamento, através do
qual agimos e vivemos,
aliando nossa vontade,
livre-arbítrio,
consciência e
perfectibilidade.
Enquanto alguns
trabalham apenas para
sobreviver e ficam
somente nisso, os que
estão em estágio mais
avançado na maneira de
pensar e
agir trabalham não
apenas para sobrevier,
mas também com o
intuito de evoluir.
O trabalho é uma lei
natural, uma lei de Deus
e, portanto, não é um
castigo, mas uma
ocupação útil, que
dignifica e fortalece o
homem, influenciando,
assim, a elevação da
Humanidade. É o melhor
lenitivo para nossas
tristezas, angústias
e aflições, ao mesmo
tempo em que incentiva o
burilamento do nosso
processo de evolução,
sob três aspectos:
material, moral e
espiritual.
O trabalho material
significa assumir os
deveres para com a nossa
família, com a sociedade
e conosco mesmos; o
trabalho moral significa
manter as nossas
qualidades em permanente
transcendência.
Sob o aspecto
espiritual, o trabalho é
um impositivo para o
aperfeiçoamento da nossa
inteligência, de modo a
assegurar a nossa
evolução, praticando a
justiça, a fraternidade,
a solidariedade, o
entendimento e a
compreensão para com
o próximo. É onde são
maiores os nossos
desafios e dificuldades
e onde é fundamental o
exercício da paciência,
tolerância e
indulgência.
Reflitamos,
principalmente, no
trabalho de natureza
assistencial, de auxílio
fraterno, de exemplo de
abnegação e de amor
prestados aos enfermos,
aos idosos, às crianças
abandonadas, e tantos
outros desafortunados e
infelizes, que se
sentem sozinhos
e abandonados.
O repouso serve para
reparar as forças do
corpo, mas aquele que
tem necessidade de
trabalhar e vai passear
ou dormir para nada
fazer, prestará
contas dessa
inatividade voluntária,
que é sempre fatal à
felicidade futura.
Honremos o nosso
trabalho, seja ele o que
for, contanto que seja
uma ocupação útil. E
fiquemos com Olavo
Bilac, que no poema O
Trabalho definiu
bem esta dádiva de Deus:
Tal como a chuva caída
Fecunda a terra, no
estio,
Para fecundar a vida
O trabalho se inventou.
Feliz quem pode,
orgulhoso,
Dizer: “Nunca fui vadio.
E se hoje sou venturoso,
Devo ao trabalho o que
sou!”
É preciso, desde a
infância,
Ir preparando o futuro;
Para chegar à
abundância,
É preciso trabalhar.
Não nasce a planta
perfeita,
Não nasce o fruto
maduro;
E para ter a colheita,
É preciso semear.