A oração
curativa
Padre Eustáquio
(Espírito)
Meus amigos. Que
a paz do Cristo
permaneça em
nossos corações,
conduzindo-nos
para a luz.
Fui padre
católico romano,
naturalmente
limitado às
concepções do
meu ambiente,
mas não tanto
que não pudesse
compreender
todos os homens
como tutelados
de Nosso Senhor.
A morte do corpo
veio dilatar os
horizontes de
meu entendimento
e agora vejo com
mais clareza a
necessidade do
esforço conjunto
de todas as
nossas escolas
de interpretação
do Evangelho,
para que nos
confraternizemos
com fervor e
sinceridade, à
frente do Eterno
Amigo.
Com esse novo
discernimento,
visito-vos o
núcleo de ação
cristianizante,
tomando por tema
a oração como
poder curativo e
definindo a
nossa fé como
dom
providencial.
O mundo
permanece
coberto de males
de toda a sorte.
Há epidemias de
ódio,
desequilíbrio,
perversidade e
ignorância, como
em outro tempo
conhecíamos a
infestação de
peste bubônica e
febre amarela.
Em toda parte,
vemos
enfermidades,
aflições,
descontentamentos,
desarmonias...
Tudo é doença do
corpo e da alma.
Tudo é ausência
do Espírito do
Senhor.
Não ignoramos,
porém, que todos
temos a prece à
nossa disposição
como força de
recuperação e de
cura.
É necessário
orientar as
nossas
atividades, no
sentido de
adaptar-nos à
Lei do Bem,
acalmando nossos
sentimentos e
sossegando
nossos impulsos,
para, em
seguida, elevar
o pensamento ao
manancial de
todas as
bênçãos,
colocando a
nossa vida em
ligação com a
Divina Vontade.
Sabemos hoje que
outras vibrações
escapam à
ciência
terrestre, além
do ultravioleta
e aquém do
infravermelho. À
medida que se
desenvolve nos
domínios da
inteligência,
compreende o
homem com mais
força que toda
matéria é
condensação de
energia.
Disse o Senhor:
— «Brilhe vossa
luz» — e,
atualmente, a
experimentação
positiva revela
que o próprio
corpo humano é
um gerador de
forças
dinâmicas,
constituído
assim como um
feixe de
energias
radiantes, em
que a
consciência
fragmentária da
criatura evolui
ao impacto dos
mais diversos
raios, a fim de
entesourar a Luz
Divina e crescer
para a
Consciência
Cósmica.
Vibra a luz em
todos os lugares
e, por ela,
estamos
informados de
que o Universo é
percorrido pelo
fluxo divino do
Amor Infinito,
em frequência
muitíssimo
elevada, através
de ondas
ultracurtas que
podem ser
transmitidas de
espírito a
espírito, mais
facilmente
assimiláveis por
intermédio da
oração.
Cada aprendiz do
Evangelho
necessita,
assim,
afeiçoar-se ao
culto da prece,
no próprio mundo
íntimo,
valorizando a
oportunidade que
lhe é concedida
para a comunhão
com o Infinito
Poder. Para
isso, contudo, é
indispensável
que a mente e o
coração da
criatura estejam
em sintonia com
o amor que
domina todos os
ângulos da vida,
porque a lei do
amor é tão
matemática como
a lei da
gravitação.
Mentalizemos a
eletricidade,
por exemplo, na
rede iluminativa.
Caso apareça
qualquer hiato
na corrente,
ninguém se
lembrará de
acusar a usina,
como se o fluxo
elétrico
deixasse de
existir.
Certificar-nos-emos
sem dificuldade
de que há um
defeito na
lâmpada ou na
tomada de força.
Derrama-se o
amor de Nosso
Senhor
Jesus-Cristo
para todos os
corações, no
entanto, é
imprescindível
que a lâmpada de
nossa alma se
mostre em
condições de
receber-lhe o
Toque Sublime.
Os materiais que
constituem a
lâmpada são
apetrechos de
exteriorização
da luz, mas a
eletricidade é
invisível. Assim
também, nós
vemos o Amor de
Deus em nossas
vidas, por
intermédio do
Grande Mediador,
Jesus-Cristo, em
forma de
alegria, paz,
saúde,
concórdia,
progresso e
felicidade;
entretanto,
acima de todas
essas
manifestações,
abordáveis ao
nosso exame,
permanece o
invisível
manancial do
Ilimitado Amor e
da Ilimitada
Sabedoria.
Usando imagens
mais simples,
recordemos o
serviço da água
no abrigo
doméstico.
Logicamente, as
fontes são
alimentadas por
vivas reservas
da Natureza,
mas, para que a
água atinja os
recessos do lar,
não
prescindiremos
da instalação
adequada. A
canalização deve
estar bem
disposta e bem
limpa.
Em vista disso,
é necessário que
todas as
atitudes em
desacordo com a
Lei do Amor
sejam extirpadas
de nossa
existência, para
que o
Inesgotável
Poder penetre
através de
nossos humildes
recursos. O
canal de nossa
mente e de nosso
coração deve
estar
desimpedido de
todos os
raciocínios e
sentimentos que
não se
harmonizem com
os padrões de
Nosso Senhor.
Alcançada essa
fase
preparatória, é
possível
utilizar a
oração por
medida de
reajuste para
nós e para os
outros,
incluindo
quantos se
encontram perto
ou longe de nós.
Ninguém pode
calcular no
mundo o valor de
uma prece
nascida do
coração humilde
e sincero diante
do
Todo-Misericordioso.
Certamente as
tinturas e os
sais, as
vitaminas e a
radioatividade
são elementos
que a
Providência
Divina colocou a
serviço dos
homens na Terra.
É também
compreensível
que o médico
seja
indispensável,
muitas vezes, à
cabeceira dos
doentes, porque,
em muitas
situações, assim
como o professor
precisa do
discípulo e o
discípulo do
professor, o
enfermo precisa
do médico, tanto
quanto o médico
necessita do
enfermo, na
permuta de
experiência.
Isso, porém, não
nos impede usar
os recursos de
que dispomos em
nós mesmos. E
estejamos
convictos de
que, ligando o
fio de nossa fé
à usina do
Infinito Bem, as
fontes vivas do
Amor Eterno
derramar-se-ão
através de nós,
espalhando saúde
e alegria.
Assim como há
lâmpadas para
voltagens
diversas, cada
criatura tem a
sua capacidade
própria nas
tarefas do
auxílio. Há quem
receba mais, ou
menos força.
Desse modo,
conduzamos nossa
boa vontade aos
companheiros que
sofrem,
suplicando a
Infinita Bondade
em favor de nós
mesmos.
É indispensável
compreender que
a oração opera
uma verdadeira
transfusão de
plasma
espiritual, no
levantamento de
nossas energias.
Se nos sentimos
fracos, peçamos
o concurso de um
companheiro, de
dois
companheiros ou
mais irmãos,
porque as forças
reunidas
multiplicam as
forças e, dessa
forma, teremos
maiores
possibilidades
para a eclosão
do Amparo Divino
que está
simplesmente
esperando que a
nossa capacidade
de transmissão e
de sintonia se
amplie e se
eleve, em nosso
próprio favor.
Mentalizemos o
órgão enfermo, a
pessoa
necessitada ou a
situação
difícil, à
maneira de
campos em que o
Divino Amor se
manifestará,
oferecendo-lhes
nosso coração e
nossas mãos, por
veículos de
socorro, e
veremos fluir,
por nós, os
mananciais da
Vida Eterna,
porque o Pai
Todo-Compassivo
e Jesus Nosso
Senhor nunca se
empobrecem de
bondade. A
indigência é
sempre nossa.
Muitos dizem
«não posso
ajudar porque
não sou bom»,
mas, se já
fôssemos
senhores da
virtude,
estaríamos
noutras
condições e
noutras esferas.
Consola-nos
saber que somos
discípulos do
bem e, nessa
posição, devemos
exercitá-lo.
Movimentemos a
boa-vontade. Não
temos ainda as
árvores da
generosidade e
da compreensão,
da fé
irrepreensível e
da perfeita
caridade, mas
possuímos as
sementes que
lhes
correspondem. E
toda semente bem
plantada recolhe
do Alto a graça
do crescimento.
Assim, pois,
para que
tenhamos
assegurado o
êxito da nossa
plantação de
qualidades
superiores, é
preciso nos
disponhamos a
fazer da própria
vida um canal de
manifestação do
Constante
Auxílio.
Todos temos
provas,
dificuldades,
moléstias,
aflições e
impedimentos,
contudo, dia a
dia, colocando
nosso espírito à
disposição do
Divino Amor que
flui do centro
do Universo para
todos os
recantos da
vida,
desenvolver-nos-emos
em entendimento,
elevação e
santificação.
Trabalhemos,
portanto,
estendendo a
oração curativa.
A vossa
assembleia de
socorro aos
irmãos
conturbados na
sombra é uma
exaltação da
prece desse
teor, porque
trazeis ao vosso
círculo de
serviço aquilo
que guardais de
melhor e contais
simplesmente com
o Divino Poder,
já que nós, de
nós mesmos, nada
detemos ainda de
bom senão a
migalha de nossa
confiança e de
nossa boa
vontade.
Em nome do
Evangelho,
sirvamos e
ajudemos. E que
Nosso Senhor
Jesus-Cristo nos
assista e
abençoe.
Mensagem
transmitida na
noite de
11/11/1954 por
intermédio de
Francisco
Cândido Xavier,
constante do
livro
Instruções
Psicofônicas,
de autoria de
Espíritos
diversos.