Olhando pela
janela
Relembrando uma
história
popular, diz-se
que havia um
casal de
meia-idade
morando em um
prédio na área
central de sua
cidade e,
portanto,
cercado de
outros
edifícios. Todas
as manhãs, o
casal se reunia
à mesa para
tomar o café da
manhã. Certo
dia, a senhora
notou um lençol
diferente
estendido no
varal do
apartamento de
mesmo andar do
prédio da
frente: tinham
uma nova
vizinha. Às
manhãs, a
senhora começou
a observar
atentamente a
jovem moça que
estendia o
lençol
diariamente, e
este lhe parecia
estar encardido.
Todo dia, a
senhora se
perguntava qual
seria o motivo
da jovem
estender um
lençol cada dia
mais sujo: “Ela
não deve saber
lavar as roupas
da maneira
correta,
pobrezinha! Um
dia eu irei
ensiná-la a
lavar as roupas
como eu lavo!”,
pensava e
comentava com o
marido.
Um dia, a
senhora acordou
animada,
decidida a
consertar o
problema dos
lençóis
encardidos da
vizinha, mas ao
olhar pela
janela, reparou
que o lençol
estendido estava
alvíssimo!
Surpresa,
comentou com o
marido: “Notou a
brancura do
lençol da nossa
vizinha? O que
pode ter causado
tal mudança?” .
Ao que o marido
respondeu:
“Deu-se que hoje
levantei mais
cedo, e limpei o
vidro de nossa
janela”.
Agora,
reflitamos. A
senhora tinha
boas intenções,
não acreditava
estar julgando
os motivos para
a vizinha manter
o lençol sujo,
entretanto
sentia compaixão
dela,
julgando-se em
posição
privilegiada de
lhe indicar o
caminho certo.
Por fim, a
sujeira estava
na janela da
senhora, e como
dizem: os olhos
são as janelas
da alma. Com os
olhos embargados
pelo preconceito
e orgulho, a
senhora se
imaginou como
uma possível
salvadora dos
“maus hábitos”
de sua vizinha.
Nesse momento,
lembremos o que
o Mestre Jesus
nos disse,
acerca dos
mesmos olhos que
julgam, em
Mateus 7: 3-5:
“Por que você
repara no cisco
que está no olho
do seu irmão e
não se dá conta
da viga que está
em seu próprio
olho? Como você
pode dizer ao
seu irmão:
'Deixe-me tirar
o cisco do seu
olho', quando há
uma viga no
seu? Hipócrita,
tire primeiro a
viga do seu
olho, e então
você verá
claramente para
tirar o cisco do
olho do seu
irmão”. Ainda
que haja a
intenção de
ajudar o
próximo, isto
parte do orgulho
de acreditar que
se está em
posição superior
ao irmão que
sofre. Em
verdade, somos
todos
trabalhadores da
Seara Divina, e
contamos
igualmente com a
ajuda de nossos
protetores
espirituais e
nosso Pai
Celestial. Não
significa que
não devamos
ajudar nossos
irmãos!
Significa que
mesmo a ajuda
que empreendes,
deve partir da
humildade, do
reconhecimento
da igualdade com
o teu irmão
sofredor, e da
crença que a
ajuda que
podemos dar é
aquela que Deus
nos permite e
nos usa como
instrumentos de
seu propósito
amoroso.
Em Mateus 7:
1-2, Jesus nos
adverte que
seremos julgados
na medida em que
julgamos nossos
semelhantes, e
que se não
queremos ser
julgados, não
devemos, pois,
julgar também.
Antes, não
devemos julgar
nossos pares
pela consciência
de nossos
próprios
defeitos e de
nossa limitada
ação, não seria
justo que nos
abstivéssemos de
julgamentos
apenas para que
estes não
recaíssem sobre
nós. O que o
Cristo quer nos
lembrar com
essas palavras é
a regra de ouro:
não faças aos
outros o que não
gostarias que te
fizessem. Um
apelo à empatia
humana e ao amor
fraternal,
contidos nos
mais importantes
mandamentos do
Mestre Jesus:
Amai a Deus
sobre todas as
coisas e ao
próximo como a
ti mesmo.
(Marcos 12:
30-31); Amai-vos
uns aos outros
como eu os amei.
(João: 15, 12)