Jesus e Kardec na
opinião de Emmanuel:
compreendendo
o
verdadeiro espírita
Após recomendar a Chico
Xavier por três vezes a
disciplina, como virtude
fundamental para o
trabalho mediúnico com
Jesus, no mesmo diálogo,
o benfeitor espiritual
Emmanuel forneceu uma
segunda diretriz muito
importante para
Francisco C. Xavier.
Vejamos a segunda
orientação de Emmanuel,
o mentor espiritual do
Chico Xavier, que
aconteceu quando esse
Guia Espiritual apareceu
a Chico Xavier em 1931.
Isso ocorreu quando o
querido médium de Pedro
Leopoldo-MG, no início
de sua tarefa mediúnica,
descansava aos fundos da
fábrica de tecidos em
que trabalhava, perto de
um canal de água, que
era um local muito
bonito e calmo, no qual
Chico aproveitava para
orar e meditar:
"Lembro-me de que em um
dos primeiros contatos
comigo, ele me preveniu
que pretendia trabalhar
ao meu lado, por tempo
longo, mas que eu
deveria, acima de tudo,
procurar os ensinamentos
de Jesus e as lições de
Allan Kardec e, disse
mais, que, se um dia,
ele, Emmanuel, algo me
aconselhasse que não
estivesse de acordo com
as palavras de Jesus e
de Kardec, que eu devia
permanecer com Jesus e
Kardec, procurando
esquecê-lo”. – Chico
Xavier.
Segundo Allan Kardec
estabelece em “O
Evangelho segundo o
Espiritismo”,
“reconhece-se o
verdadeiro espírita,
pela sua transformação
moral e pelos esforços
que faz para domar suas
más inclinações”. Para
um entendimento do que
seria essa transformação
moral e no que
consistiriam os
respectivos esforços e,
principalmente, a quem
Allan Kardec chamava de
“Espíritas” (dentre os
quais seriam
selecionados os
verdadeiros!), vale
reler um dos capítulos
da primeira parte de “O
Livro dos Médiuns” em
que o Codificador
classifica vários tipos
de Espíritas. É
relevante, igualmente,
notar que Kardec cunhou
os termos “Espiritismo”,
“Espírita” e
“Espiritista” para
identificar a Doutrina
Espírita propriamente
dita, bem como os seus
adeptos militantes, a
fim de não haver nenhum
tipo de confusão com
espiritualistas e/ou
“seitistas” em geral.
Não basta, portanto,
acreditar em
reencarnação e
mediunidade de uma forma
muito pessoal, e às
vezes personalista, para
ser efetivamente um
Espírita, mesmo que,
indebitamente, o
candidato rotule-se
assim, e mesmo que
eventualmente tenha
alguma atividade no
Centro Espírita e/ou
Movimento Espírita. E
também não é suficiente
ler e aceitar um
determinado livro da
Codificação e a partir
daí estudar,
correlacionar e
valorizar uma gama de
obras que nada tem a ver
com o Espiritismo,
criando-se uma leitura
“espírita/espiritualista”
toda pessoal, que pode,
paulatinamente, se
distanciar
substancialmente dos
postulados espíritas.
Tal postura
caracterizaria uma
espécie de
“semiconversão” ao
Espiritismo, na melhor
das hipóteses.
O próprio Divaldo
Pereira Franco vem
afirmando em suas
palestras que o
“movimento espírita tem
perdido em profundidade
o que tem ganhado em
quantidade de adeptos”,
os quais não têm
apresentado o mesmo
nível de comprometimento
que deveríamos esperar
de espíritas militantes
e que, a priori, eram
mais comuns no passado,
quando o preconceito
contra a Doutrina
Espírita era bem maior.
Dentro deste contexto, a
orientação de Emmanuel
consiste em uma diretriz
de segurança para quem
deseja trabalhar
verdadeiramente como
Espírita militante, pois
eles mesmos, Emmanuel e
Chico Xavier, estavam e
estão submetidos à mesma
diretriz, para que sejam
considerados
trabalhadores espíritas
e não simplesmente
trabalhadores
espiritualistas ou
livre-pensadores ou
filósofos modernos.
Realmente, há um grande
número de movimentos
reencarnacionistas,
mediunistas, que
eventualmente podem
adotar um ou mais livros
espíritas e que não são
espíritas propriamente.
De fato, se não
apresentarmos um certo
fanatismo, teremos de
admitir que “a
transformação moral e os
esforços que faz para
domar suas más
inclinações” podem e
certamente são também
características
encontradas em
indivíduos que não são
Espíritas, ou seja, são
atitudes de
espiritualidade superior
que podem ser
peculiaridades de
adeptos de outras
denominações
filosófico-religiosas.
Um teólogo católico ou
protestante inteligente,
por exemplo, poderia
dizer algo próximo da
famosa frase, isto é:
“Reconhece-se o
verdadeiro católico e/ou
protestante pela sua
transformação moral e
pelos esforços que faz
para domar suas más
inclinações”. Afinal, o
lema do Espiritismo é
“Fora da caridade não há
salvação”, implicando
que o crescimento
espiritual não é uma
exclusividade do
Espiritismo e nem de
nenhuma outra
denominação específica.
Entretanto, isso não
significa que todas as
pessoas boas ou que
estão se esforçando para
se tornarem boas são
espíritas militantes.
Portanto, Kardec não
estava afirmando que
somente isso (“a
transformação moral e os
esforços que faz para
domar suas más
inclinações”)
identificaria os
Espíritas, mas que,
entre os Espíritas
militantes, conscientes,
estudiosos,
verdadeiramente
doutrinários e
comprometidos com a Casa
e o Movimento espíritas,
os Verdadeiros, ou seja,
os que vivenciam no
dia-a-dia aquilo que
acreditam e pregam,
seriam identificados,
entre todos os
trabalhadores Espíritas,
pela melhoria moral
substancial que
certamente apresentariam
com o passar do tempo.
Na segunda mensagem do
livro “Opinião Espírita”
(Parceria de Emmanuel e
André Luiz pelos médiuns
Chico Xavier e Waldo
Vieira), Emmanuel afirma
que “Jesus é o Mestre e
Kardec é o Seu Apóstolo;
Jesus é a porta; Kardec
é a chave”. Em outra
mensagem emmanuelina,
abaixo transcrita,
intitulada
“Reverenciando Kardec”,
também são corroboradas
as Diretrizes
Kardequianas que
Emmanuel e Chico
seguiram na tarefa a que
ambos se entregaram.
Vale estudá-la, a fim de
que caminhemos para ser
“Espíritas Conscientes”
e, a partir daí,
“Verdadeiros Espíritas”:
REVERENCIANDO KARDEC
Antes de Kardec, embora
não nos faltasse a
crença em Jesus,
vivíamos na Terra
atribulados por flagelos
da mente, quais os que
expomos:
- o combate recíproco e
incessante entre os
discípulos do Evangelho;
- o cárcere das
interpretações literais;
- o espírito de seita;
- a intransigência
delituosa;
- a obsessão sem
remédio;
- o anátema nas áreas da
filosofia e da ciência;
- o cativeiro aos
rituais;
- a dependência quase
absoluta dos templos de
pedra para as tarefas da
edificação íntima;
- a preocupação de
hegemonia religiosa;
- a tirania do medo,
ante as sombrias
perspectivas do
além-túmulo;
- o pavor da morte, por
suposto fim da vida.
Depois de
Kardec, porém, com a fé
raciocinada nos
ensinamentos de Jesus, o
mundo encontra no
Espiritismo Evangélico
benefícios
incalculáveis, como
sejam:
- a libertação das
consciências;
- a luz para o caminho
espiritual;
- a dignificação do
serviço ao próximo;
- o discernimento;
- o livre acesso ao
estudo da lei de causa e
efeito, com a
reencarnação explicando
as origens do sofrimento
e as desigualdades
sociais;
- o esclarecimento da
mediunidade e a cura dos
processos obsessivos;
- a certeza da vida após
a morte;
- o intercâmbio com os
entes queridos
domiciliados no Além;
- a seara da esperança;
- o clima da verdadeira
compreensão humana;
- o lar da fraternidade
entre todas as
criaturas;
- a escola do
Conhecimento Superior,
desvendando as trilhas
da evolução e a
multiplicidade das
“moradas” nos domínios
do Universo.
Jesus - o amor.
Kardec - o raciocínio.
Jesus - o Mestre.
Kardec - o Apóstolo.
Seguir o Cristo de Deus,
com a luz que Allan
Kardec acende em nossos
corações, é a norma
renovadora que nos fará
alcançar a sublimação do
próprio Espírito, em
louvor da Vida Maior.
(Do livro Doutrina de
Luz. Lição n. 7, pág.
35, psicografia de
Francisco Cândido
Xavier.)