Coincidências entre
Castro Alves e Eugênia
Câmara
O presente estudo é a
reprodução de uma
matéria que escrevi no Jornal
Espírita em
agosto de 1989. Os seis
primeiros parágrafos são
de um estudo feito pelo
saudoso Norlândio
Meirelles
de Almeida, que foi
considerado o maior
estudioso vivo de Castro
Alves.
Antônio Frederico de
Castro Alves nasceu no
dia 14 de março de 1847,
domingo; desencarnou no
dia 6 de julho de 1871,
quinta-feira. Eugênia
Infante da Câmara nasceu
no dia 9 de abril de
1837, domingo; faleceu
no dia 28 de maio de
1874, quinta-feira.
O prenome do poeta e o
do seu grande amor têm 7
letras, que somadas
fazem 14, dia do
natalício de Castro
Alves. Os dois nasceram
num domingo, que tem 7
letras. O poema
À Eugênia Câmara,
de Castro Alves, tem 7
quadras, e o título 14
letras. O nome de Castro
Alves patrocina a
cadeira número 7 da
Academia Brasileira de
Letras.
No dia 13 de maio de
1888, domingo, foi
decretada, no Brasil, a
Lei da Abolição da
Escravatura, que tomou o
número 3.353. Castro
Alves viveu 8.881 dias.
Eugênia Câmara viveu
13.564 dias.
Invertendo-se os
algarismos, é o próprio
ano da Abolição. Somando
os do número da Lei dá
14. O número da Lei
repete o algarismo 3.
No dia 17 de novembro de
1869, Castro Alves
enviou uma poesia à
Eugênia Câmara,
intitulada
Adeus.
Eugênia compôs a sua
resposta no mesmo dia,
usando o mesmo título e
datou: ‘Catete, novembro
de 1869, 2 horas da
noite. Adeus!’. A poesia
de Castro Alves contém
113 versos com a
epígrafe de Musset, e a
da atriz, 56, a metade
do poema do seu grande
amor e mais 1 (um),
algarismo que, segundo
Pitágoras, designa a
Grande Unidade, que é
Deus.
Castro Alves conheceu
Eugênia Câmara em 1863,
que, somado ao ano de
sua separação da atriz
(1869) dá 3.732;
dividido, resulta 1866,
ano em que passaram a
viver sob o mesmo teto.
1866, somado a 1868, dá
3.734, que dividido
resulta 1867, ano dos
primeiros
desentendimentos, que os
levaram à separação.
A Comissão de
Constituição e Justiça
do Senado aprovou o Dia
Nacional da Poesia, a
ser comemorado em todo o
País em 14 de março. O
projeto foi apresentado
à Câmara Federal e tomou
o número 3.308/77, que
somado dá 28, dividido
resulta 14. Em São
Paulo, Castro Alves
frequentou a Maçonaria,
Loja América. A Loja da
Maçonaria, que hoje leva
seu nome em São Paulo, é
a de número 86, que
somado é igual a 14, dia
do nascimento do Poeta
Maior.
Os números na Natureza
-
Até que ponto os números
influem no destino das
pessoas é algo
interessante a ser
analisado, segundo a
Doutrina Espírita.
Quanto à Natureza,
sabemos que tudo, desde
o ser mais infinitamente
pequeno ao mais
extraordinariamente
grande, é regido pelo
número. Camille
Flammarion, na obra Deus
na Natureza, destaca
pontos importantes, a
respeito desse fato.
Vejamos: 1) Cada
molécula é um modelo de
simetria e representa um
tipo geométrico; 2)
Todas as combinações
obedecem a regras
geométricas; 3) Para
exilar da Natureza o
espírito,
particularmente o
espírito geométrico, é
preciso recusar à
evidência o papel
representado pelo número
e obstinar-se a não
ouvir a harmonia
profundamente espalhada
nas obras criadas.
E se assim é com a
Natureza, não poderia
ser também com os
humanos? É uma pergunta
que lançamos aos
estudiosos. Recorrendo
mais uma vez a
Flammarion, destacamos
este belo trecho do seu
livro Deus na
Natureza:
“A Harmonia não é tão
somente a fraseologia
musical escrita em
partituras e executada
por instrumentos
humanos; não consiste
apenas nessas
obras-primas a justo
título admiradas e
afloradas nos belos dias
de inspiração dos
cérebros dos Mozarts e
dos Beethovens. A
harmonia enche o
Universo com os seus
acordes.
Assim como os sons
derivam do número de
vibrações sonoras, as
cores derivam das
vibrações luminosas. O
colorido de uma paisagem
vale por uma espécie de
música. A verdura dos
prados é formada pelo
número, qual o tema de
uma melodia; a rosa que
se desbotou é o centro
de uma esfera de
vibrações luminosas,
constituindo o matiz
aparente, e o rouxinol,
que trina em carícias,
projeta no ar as
vibrações sonoras
características do seu
tônus. Todo movimento é
número e todo número é
harmonia.
Sons e cores estendem-se
abaixo e acima dos
limites de nossa
organização, igualmente
subordinados a regras
numéricas. Há sons que o
ouvido humano não pode
captar, assim como há
cores que nos escapam à
retina. O vento que
suspira entre os cedros
e pinheiros; o lamento
das vagas na praia
arenosa; o zumbido do
inseto no âmbito dos
bosques; todos os
indefiníveis sons que
animam a Natureza são
vibrações sonoras,
pertinentes ao reinado
do número.
A planta integral
encerra mais certos
corpos determinados por
sua natureza: o trigo
contém o glúten azotado;
a videira, cal; a
batata, potassa; o chá,
magnésio; o tabaco,
salitre etc.. A cada
planta convém uns tantos
elementos minerais e a
própria planta é que os
sabe escolher”.
Lei da Concordância
-
Na Revista
Espírita, de
julho de 1868, Allan
Kardec dá o seu parecer
a respeito do assunto,
no capítulo intitulado
“A Ciência da
concordância dos números
e a fatalidade”. Diz o
Codificador que, embora
tenha visto alguns casos
singulares de
concordância entre as
datas de certos
acontecimentos, isto se
deu em pequeno número,
para tirar uma
conclusão, mesmo
aproximada. Acrescenta,
porém, que, por não se
ver razão para
determinada coisa, não é
motivo para dizer que
ela não exista.
Explica Allan Kardec que
há fatos sobre os quais
tem uma opinião pessoal,
mas que, neste caso, não
tem nenhuma. Contudo, se
existir uma Lei que
regule a concordância
dos acontecimentos, um
dia ela será conhecida,
pois o Espiritismo, que
assimila todas as
verdades, não irá
repelir mais esta. Tendo
sido exposta a questão
aos Espíritos, estes
disseram haver, no
conjunto dos fenômenos
morais, como nos
fenômenos físicos,
relações baseadas em
números.
Dizem os Espíritos que a
Lei da Concordância das
datas não é uma quimera.
É, porém, uma das coisas
que serão reveladas mais
tarde e nos darão a
chave de muitos fatos
que parecem anomalias.
Em vista disto, Kardec
levanta uma questão: se
os acontecimentos que
decidem a sorte da
humanidade, de uma
nação, de uma tribo, têm
vencimentos regulados
por uma lei numérica,
não é a consagração de
uma fatalidade? Como
fica, então, o
livre-arbítrio do homem?
O próprio Kardec
responde que isto não
entrava, de maneira
alguma, o livre-arbítrio
humano, pois todas as
leis que regem o
conjunto dos fenômenos
da natureza têm
consequências fatais,
inevitáveis, fatalidade
esta indispensável à
manutenção da harmonia
universal. E explica que
o homem que sofre estas
consequências está
submetido à fatalidade,
em tudo quanto não
depende de sua livre
iniciativa.
Assim, por exemplo, diz
Allan Kardec: o homem
deve morrer fatalmente.
Mas se, voluntariamente,
apressa a sua morte,
pelo suicídio ou pelos
excessos, age em virtude
de seu livre-arbítrio;
deve-se comer para
viver: é a fatalidade.
Mas, se comer além do
necessário, pratica um
ato de sua livre
vontade; numa cela, o
prisioneiro é livre para
mover-se à vontade, no
espaço que lhe é
concedido. Mas as
paredes, que ele não
pode transpor,
restringem-lhe a
liberdade; a disciplina
é para o soldado uma
fatalidade. Mas ele é
livre em suas ações
pessoais.
Enfim, conclui Kardec,
tendo o homem o
livre-arbítrio, em nada
entra a fatalidade em
suas ações individuais;
quanto aos
acontecimentos da vida
privada, que muitas
vezes parecem atingi-lo
fatalmente, têm duas
fontes bem distintas:
uns são a consequência
direta de sua conduta na
existência presente; ele
não pode queixar-se
senão de si mesmo e não
da fatalidade, ou, como
se diz, de sua má
estrela. Os outros são
inteiramente
independentes da vida
presente e perecem, por
isto mesmo, devidos a
uma certa fatalidade.