ANGÉLICA
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Londrina, Paraná
(Brasil) |
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No Invisível
Léon Denis
(Parte 15)
Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. Podemos afirmar que
nosso destino, feliz ou
desgraçado, é a
consequência de nossos
atos?
Sim. As revelações de além-túmulo são concordes em um ponto
capital: depois da
morte, como no vasto
encadeamento de nossas
existências, tudo é
regulado por uma lei
suprema. O destino,
feliz ou desgraçado, é a
consequência de nossos
atos. A alma edifica por
si mesma o seu futuro.
Por seus próprios
esforços se emancipa das
materialidades
subalternas, progride e
se eleva para a luz
divina, sempre mais
intimamente se
identificando com as
sociedades radiosas do
Espaço, e tomando parte,
por uma colaboração
constantemente mais
extensa, na obra
universal. O Espiritismo
oferece esta
inapreciável vantagem
de, ao mesmo tempo,
satisfazer à razão e ao
sentimento.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental: XI -
Aplicação moral e frutos
do Espiritismo.)
B. Além de ser uma fonte
de ensinamentos, o
Espiritismo pode ser
também um meio de
preparação moral dos que
lhe seguem os
princípios?
Evidentemente. Com o Espiritismo, coração e razão, tudo tem sua
parte. Criteriosamente
praticado, o Espiritismo
não é só uma fonte de
ensinamentos, mas também
um meio de preparação
moral. As exortações, os
conselhos dos Espíritos,
suas descrições da vida
de além-túmulo vêm
influir em nossos
pensamentos e atos e
operam lenta modificação
em nosso caráter e em
nosso modo de viver.
Nada é mais
impressionante que
ouvir, no curso das
sessões, a narrativa, a
confissão das angústias
suportadas pelo Espírito
que empregou mal sua
vida terrestre.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: XI -
Aplicação moral e frutos do Espiritismo.)
C. Os homens são, em sua
maioria, inconscientes
de seus defeitos. Em que
as instruções dos
Espíritos poderão
ajudá-los?
As instruções que são feitas pelos guias espirituais podem ajudar,
e muito, as pessoas que
se interessem por mudar
o rumo de sua vida. A
esse respeito, Léon
Denis cita sua própria
experiência e diz que
muito aproveitou das
orientações transmitidas
por um dos guias
espirituais do seu
grupo. Como os de tantos
outros companheiros,
certos aspectos
defeituosos do seu
caráter lhe haviam
escapado. Seus guias,
com seus conselhos,
ensinaram-no a
dominar-se e a impor
silêncio aos impetuosos
surtos de sua natureza.
É assim que, pela
prática do Espiritismo e
com as instruções dos
Espíritos elevados, pode
o homem adquirir esta
preciosa ciência da
vida: a disciplina das
emoções e das sensações,
o domínio de si mesmo,
essa arte profunda de se
observar e, depois, de
se assenhorear dos
secretos impulsos de seu
próprio ser.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: XI -
Aplicação moral e frutos
do Espiritismo.)
Texto para leitura
419. XI - Aplicação moral e frutos do Espiritismo – Não será
inútil, ao terminarmos a
primeira parte desta
obra, inquirir quais têm
sido as consequências do
fenômeno espírita sobre
o estado de espírito da
nossa época. À primeira
vista, não parecerão
consideráveis os
resultados. Não é
preciso a ação do tempo,
a lenta incubação dos
séculos, para que uma
ideia produza todos os
seus frutos?
420. Entretanto, apreciando as coisas de perto, não se tardará em
reconhecer que o
Espiritismo tem já
exercido enorme
influência sobre o
estado de espírito de
nossos contemporâneos.
Não somente descerrou à
Ciência completo e
ignorado domínio, e a
obrigou a reconhecer a
realidade de fatos –
sugestão,
exteriorização,
telepatia – que ela por
tanto tempo havia negado
ou repelido, mas ainda
fez que os pensamentos
se voltassem para o
Além; despertou nas
consciências adormecidas
e enevoadas de nossa
época o sentimento da
imortalidade; tornou
mais viva, mais real e
tangível a crença na
sobrevivência dos
desaparecidos.
421. Onde não havia mais que esperança e crenças, ele implantou
certezas. Sob a
exterioridade do
fenômeno completa
revelação se ocultava.
Da comunhão das almas
nasceu uma doutrina. E
por ela o problema do
Destino, tormento
perpétuo da Humanidade,
revestiu novo aspecto,
recebendo, com os
elementos de definitiva
solução, os meios de
análise e de verificação
que lhe haviam
completamente faltado
até agora.
422. As revelações de além-túmulo são concordes em um ponto
capital: depois da
morte, como no vasto
encadeamento de nossas
existências, tudo é
regulado por uma lei
suprema. O destino,
feliz ou desgraçado, é a
consequência de nossos
atos. A alma edifica por
si mesma o seu futuro.
Por seus próprios
esforços se emancipa das
materialidades
subalternas, progride e
se eleva para a luz
divina, sempre mais
intimamente se
identificando com as
sociedades radiosas do
Espaço, e tomando parte,
por uma colaboração
constantemente mais
extensa, na obra
universal.
423. O Espiritismo oferece esta inapreciável vantagem de, ao mesmo
tempo, satisfazer à
razão e ao sentimento.
Até agora essas duas
faculdades da alma se
têm conservado em luta
aberta, num perpétuo
conflito. Daí uma causa
profunda de sofrimento e
de desordem para as
sociedades humanas. A
Religião, apelando para
o sentimento e excluindo
a razão, caía muitas
vezes no fanatismo e no
erro. A Ciência,
procedendo em sentido
contrário, permanecia
inerte e seca, impotente
para regular a conduta
moral.
424. Qual não será a superioridade de uma doutrina que vem
restabelecer o
equilíbrio e a harmonia
entre essas duas forças,
uni-las e imprimir-lhes
um impulso uniforme para
o bem?! Há nesse fato,
como se deve
compreender, o princípio
de uma revolução imensa.
Por essa conciliação do
sentimento e da razão o
Espiritismo se torna a
religião científica do
futuro. O homem,
desembaraçado dos dogmas
que constrangem e das
infalibilidades que
oprimem, readquire sua
independência e o uso de
suas faculdades.
Examina, aprecia
livremente e só aceita o
que lhe parece bom.
425. O Espiritismo amplia a noção de fraternidade. Demonstra por
meio de fatos que ela
não é unicamente um mero
conceito, mas uma lei
fundamental da Natureza,
lei cuja ação se exerce
em todos os planos da
evolução humana, assim
no ponto de vista físico
como no espiritual, no
visível como no
invisível. Por sua
origem, pelos destinos
que lhes são traçados,
todas as almas são
irmãs.
426. Assim, essa fraternidade, que os messias proclamaram em todas
as grandes épocas da
História, encontra no
ensino dos Espíritos uma
base nova e uma sanção.
Não é mais a inerte e
banal afirmação inscrita
na fachada de nossos
monumentos; é a
fraternidade palpitante
das almas que emergem,
conjuntas, das
obscuridades do abismo e
palmilham o calvário das
existências dolorosas; é
a iniciação comum no
sofrimento; é a reunião
final na plena luz.
427. Com o Espiritismo, coração e razão, tudo tem sua parte. O
círculo dos afetos se
dilata. Sentimo-nos mais
bem amparados na prova,
porque aqueles que em
vida nos amavam, nos
amam ainda além do
túmulo e nos ajudam a
carregar o fardo das
misérias terrestres. Não
estamos deles separados
senão em aparência. Na
realidade, os humanos e
os invisíveis caminham
muitas vezes lado a
lado, através das
alegrias e das lágrimas,
dos êxitos e reveses. O
amor das almas que nos
são diletas nos envolve,
nos consola e reanima.
Cessaram de nos
acabrunhar os terrores
da morte.
428. O Espiritismo, criteriosamente praticado, não é só uma fonte
de ensinamentos, mas
também um meio de
preparação moral. As
exortações, os conselhos
dos Espíritos, suas
descrições da vida de
além-túmulo vêm influir
em nossos pensamentos e
atos e operam lenta
modificação em nosso
caráter e em nosso modo
de viver.
429. Nada é mais impressionante que ouvir, no curso das sessões de
evocação, a narrativa, a
confissão das angústias
suportadas pelo Espírito
que empregou mal sua
vida terrestre: – do
egoísta, que só encontra
em torno de si a
indiferença e o vácuo,
do invejoso, que se vê
imerso em uma sorte de
noite profunda, pela
acumulação de seus maus
pensamentos, de seus
malévolos propósitos.
430. Entre inúmeros fatos, citaremos o que se deu em nosso grupo de
estudos: o Espírito de
uma antiga vendedora de
legumes de Amiens
gostava de nos recordar
sua perturbação e
ansiedade quando, após o
falecimento, se achou em
meio de espessas trevas,
efeito das rixas e
maledicência a que
frequentemente se
entregava. Longa e
penosa foi sua
expectativa. Afinal,
depois de anos de
incerteza, de sombrio
insulamento, escutou
vozes: “Ora, Sofia; ora,
e arrepende-te”, lhe
diziam. Sofia orou; e
sua prece fervorosa foi
iluminando, como um
pálido clarão, a noite
fluídica que a envolvia.
Segundo suas próprias
expressões, “a escuridão
se tornava cinzenta”, de
um cinzento que se ia
cada vez mais atenuando,
até que ela readquiriu a
relativa liberdade dos
Espíritos pouco
adiantados.
431. Não há nisso um exemplo a ponderar? Reparemos sobretudo em que
o deslize do Espírito,
no mal, implica
fatalmente a diminuição
proporcional de
liberdade. Os
pensamentos e os atos
criam em torno da alma
culpada uma sombria
atmosfera fluídica, que
se condensa, pouco a
pouco se vai contraindo
e a encerra como numa
prisão.
432. Vemos na Terra uma aplicação dessa lei de equilíbrio moral e
de justiça nas
enfermidades cruéis, na
privação dos órgãos dos
sentidos, nas paralisias
prolongadas, que são
muitas vezes as
consequências do
passado, a longínqua
repercussão das faltas
cometidas.
433. Voltemos ao caso da Sofia. Durante cinco anos esse Espírito
tomou parte em nossos
trabalhos e, ainda que
pouco adiantado, suas
comunicações e as
opiniões que externava
não eram destituídas de
interesse. Com muita
antecedência nos
anunciou ela sua
reencarnação, na cidade
que já havia habitado.
Reveste atualmente um
novo corpo terrestre,
como a primeira filha de
pobres operários, a
primogênita de um rancho
de pequeninos seres,
cuja vinda ela predisse,
preparando-se assim uma
existência laboriosa e
obscura, que facilitará
o seu adiantamento e
cujas vicissitudes serão
compensadas pela posse
de uma bela faculdade
mediúnica.
434. Frequentes vezes, no curso de nossas sessões, orgulhosos nos
vinham exprimir seu
despeito e humilhação,
ao terem-se encontrado,
no Espaço, abaixo
daqueles que haviam
desprezado; avarentos se
lastimavam da dissipação
de seus bens; sensuais
deploravam amargamente
verem-se privados de
tudo o que fazia a sua
satisfação exclusiva
neste mundo.
435. Suicidas nos descreviam suas angústias. Experimentavam, desde
longo tempo, a sensação
do gênero de morte que
haviam escolhido. Um
deles ouvia a detonação
contínua de um tiro de
pistola. Outro sentia os
horrores da asfixia.
Todos se achavam
acabrunhados por um
profundo abatimento.
Tarde compreendiam que a
prova, que tinham
julgado evitar, era a
reparação devida, o
resgate do passado, e
que seria preciso
afrontá-la novamente, em
condições mais duras,
pela reencarnação em
outro corpo.
436. Mais desoladora é ainda a condição dos que maculam a
existência com a
perpetração de
assassínios e
espoliações, que da
vida, honra, bens e
dignidade dos outros
fizeram degraus de sua
fortuna e de sua glória
efêmera. Eles se acham
incessantemente em face
desse quadro acusatório
com a perspectiva da
repercussão dos atos
sobre as vindouras
existências e das
inúmeras encarnações de
purificação e dor que
serão necessárias para
os reparar.
437. Por sobre tais lamentos e perturbadoras confissões se elevava,
porém, ao fim de cada
sessão, a voz de
Jerônimo, nosso guia,
que tirava as
consequências dessas
revelações, punha em
relevo as grandes leis
do destino e mostrava os
caminhos do
arrependimento e da
reparação franqueados a
todos. Todos, depois das
culpas e das quedas,
tornarão a adquirir,
mediante as provas e o
trabalho, a paz de
consciência e a
reabilitação.
438. Esses ensinos, essas descrições das recompensas ou dos
sofrimentos vêm a
exercer, com o tempo,
sensível influência no
estado de espírito dos
experimentadores,
induzindo-os a
considerar a vida e suas
responsabilidades sob um
aspecto mais grave, a
submeter mais
estritamente seus atos à
regra austera do dever.
439. Muitas vezes são nossos parentes – pai, mãe, um irmão mais
velho – que do Além nos
vêm guiar e consolar,
chamar-nos a atenção
para as imperfeições de
nossa natureza,
fazer-nos sentir a
necessidade de nos
reformarmos. Ao lado das
tocantes exortações dos
que nos foram caros,
como parecem
descoloridos os ensinos
do saber humano!
440. O nosso grupo achava-se sob a proteção de dois Espíritos
elevados, um dos quais
Jerônimo, de que falei
acima; o outro, um
Espírito feminino, cuja
personalidade se
ocultava sob vago
pseudônimo, o “Espírito
Azul”, era dotado de
maravilhosa penetração.
Lia no recesso dos
corações, escrutava-lhes
os mais secretos
refolhos e, com
admirável tato, numa voz
doce e penetrante, pelo
médium sonambulizado,
nos ensinava a melhor
nos conhecermos e nos
indicava os meios de nos
aperfeiçoarmos.
441. Cada membro do grupo, no curso das sessões, era a seu turno
objeto de sua atenção e
solicitude, e recebia
seus conselhos
maternais. Quando o
“Espírito Azul” se
incorporava, nós o
reconhecíamos às
primeiras frases
proferidas, pelas suaves
inflexões da voz;
aguardávamos suas
palavras e apreciações
com verdadeira avidez.
Ao retirar-se,
deixava-nos sob uma
impressão profunda, como
se uma alma angélica
tivesse pairado sobre
nós e nos houvesse
penetrado de seus
eflúvios. Essa ação
moralizadora e educativa
durou anos e foram
sensíveis os seus
resultados.
442. É preciso notar que, em sua maioria, os homens são
inconscientes de seus
defeitos. Ignoram-se a
si mesmos e acumulam
faltas sobre faltas, sem
disso advertir-se. Nesse
ponto de vista, as
indicações de nossos
guias espirituais são
preciosas. As do
“Espírito Azul”
produziram em muitos
dentre nós sérias
modificações e, quanto a
mim, posso dizer que com
elas muito aproveitei.
443. Como tantos outros de meus semelhantes, certos aspectos
defeituosos de meu
caráter me haviam
escapado. Às vezes a
força do pensamento me
brotava em jatos
bruscos, em impulsos
rápidos, em expressões
exageradas, que me
causavam muitos
dissabores. Meus guias
me atraíam sobre esse
ponto a atenção e, com
seus conselhos, me
ensinaram a dominar-me,
a impor silêncio aos
impetuosos surtos da
minha natureza.
444. É assim que, pela prática do Espiritismo e com as instruções
dos Espíritos elevados,
pode o homem adquirir
esta preciosa ciência da
vida: a disciplina das
emoções e das sensações,
o domínio de si mesmo,
essa arte profunda de se
observar e, depois, de
se assenhorear dos
secretos impulsos de seu
próprio ser.
445. O novo Espiritualismo já vincula entre si adeptos de todas as
classes e de todos os
países; um dia ligará
todas as religiões,
todas as sociedades
humanas.
446. Até agora a diversidade das raças (1)
e das crenças tinha sido
um elemento essencial do
desenvolvimento da
Humanidade. As oposições
e divergências eram
necessárias para criar a
magnífica variedade das
formas e dos
grupamentos. Cada
indivíduo, como cada
povo, teve que, antes de
tudo, isolar-se para
tornar-se ele mesmo,
para constituir o seu
“eu” distinto e adquirir
sua consciência e livre
autonomia. Na sucessão
dos tempos, o princípio
de individualidade
devia, em suas
aplicações, preceder a
vida coletiva e
solidária, sem o que
todos os elementos
vitais se teriam
confundido,
neutralizado.
447. Pouco a pouco se foi dilatando o círculo da vida coletiva;
constituíram-se
grupamentos, que
entraram em conflito.
Sucederam-se as guerras.
Através de lutas
perpétuas, lutas de
raças, de religiões e de
ideias, é que se efetua
a dolorosa peregrinação
e a consciência da
Humanidade se desperta.
448. Cada religião, cada sociedade, cada nacionalidade contribui
com seu contingente de
ideias; dá origem a
formas especiais, a
manifestações
particulares da arte e
do pensamento. No seu
grande concerto da
História, cada povo
fornece sua nota
pessoal, a colaboração
de seu gênio. Da luta,
da concorrência vital
nasce a evolução; surgem
obras sólidas dos
conflitos e reencontros.
449. Agora uma grande ideia se vai delineando. Pouco a pouco, da
penumbra dos séculos se
destaca uma outra
concepção da vida
universal. Em meio da
aparente confusão, do
caos dos acontecimentos,
outras formas sociais e
religiosas se elaboram.
Do estado de diversidade
e de separação,
encaminhamo-nos para a
harmonia e a
solidariedade. Mau grado
aos ódios e às paixões,
as barreiras se vão
abatendo entre os povos;
as relações se
multiplicam, tornando-se
mais fáceis; permutam-se
as ideias, as
civilizações se penetram
e fecundam. A noção de
humanidade una se
edifica: sonha-se,
fala-se em paz, língua,
religião universais.
450. Para satisfazer a essas aspirações ainda vagas, para
transformar o sonho em
realidade, para fazer
das diversas crenças uma
fé comum, era, no
entanto, necessário que
uma poderosa revelação
viesse iluminar as
inteligências, aproximar
os corações, fazer
convergir todas as
forças vivas da alma
humana para um mesmo
objetivo, para uma mesma
concepção da vida e do
destino. O novo
Espiritualismo, apoiado
na Ciência, é o portador
dessa concepção, dessa
revelação em que se
fundem e revivem, sob
formas mais simples e
elevadas, as grandes
concepções do passado,
os ensinos dos messias
enviados pelo Céu à
Terra. E aí estará um
novo elemento de vida e
regeneração para todas
as religiões do Globo.
451. Toda crença deve ser baseada em fatos. Às manifestações das
almas libertadas da
carne, e não a textos
obscuros e envelhecidos,
é que se deve pedir a
revelação das leis que
regem a vida futura e a
ascensão dos seres. As
religiões do futuro
terão por fundamento a
comunhão dos vivos e dos
mortos, o ensino mútuo
de duas humanidades.
452. Apesar das dificuldades que ainda apresenta a comunicação com
o invisível – e que é
provável se aplainem com
o tempo e a experiência
– pode-se desde já
verificar que há uma
base, muito mais ampla
que todas, sobre a qual
se apoia a ideia
religiosa. Será um dos
mais assinalados méritos
do Espiritismo tê-la
proporcionado ao mundo,
por esse modo
preparando, facilitando
a unidade moral e
religiosa.
453. A solidariedade que
vincula os vivos da
Terra aos do Céu se
estenderá pouco a pouco
a todos os habitantes do
nosso globo, e todos
comungarão um dia em um
mesmo ideal realizado.
(Continua no próximo
número.)
(1)
Em lugar do termo “raça”, a partir do início do século XX
tem-se adotado o termo
“etnia” para designar as
sociedades e grupos até
então ditos primitivos.