ANGÉLICA
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(Brasil) |
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No Invisível
Léon Denis
(Parte 16)
Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. Qual é, segundo o
Espiritismo, o nosso
objetivo, o nosso
destino?
Nosso objetivo na vida,
o nosso destino, é viver
e progredir
incessantemente, através
do infinito dos espaços
e do tempo, a fim de nos
iniciarmos sempre e cada
vez mais nas maravilhas
do Universo, para
cooperarmos sempre mais
intimamente na obra
divina. Compenetrados
destas verdades,
saberemos desprender-nos
das coisas materiais e
elevar bem alto as
nossas aspirações.
Sentir-nos-emos ligados
aos nossos companheiros
de jornada, na grande
romaria eterna, ligados
a todas as almas pela
cadeia de atração e de
amor que a Deus se
prende e a todos nos
mantém na unidade da
vida universal. Então as
mesquinhas rivalidades,
os odiosos preconceitos
terão cessado para
sempre e todas as
reformas, todas as obras
de solidariedade
receberão vigoroso
impulso.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental: As leis -
XI -
Aplicação moral e frutos
do Espiritismo.)
B. Em que, exatamente,
consiste o sono?
O sono outra coisa não é
que a evasão da alma da
prisão do corpo. A alma
se desprende durante o
sono, reintegra-se em
sua consciência
amplificada e entra na
posse de si mesma. Seu
olhar mergulha nos
recessos obscuros de seu
passado, e aí vai
surpreender todas as
aquisições mentais,
todas as riquezas
acumuladas no curso de
sua evolução, que a
reencarnação havia
amortalhado. O que o
cérebro concreto era
impotente para exprimir,
seu cérebro fluídico o
patenteia, o irradia com
tanto mais intensidade
quanto mais completo é o
desprendimento.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XII -
Exteriorização do ser
humano. Telepatia.
Desdobramento. Os
fantasmas dos vivos.)
C. A ação da alma, sem o
concurso dos sentidos,
pode revelar-se mesmo no
estado de vigília?
Sim. Essa ação se
patenteia nos fenômenos
da transmissão do
pensamento e na
telepatia. As vibrações
do nosso pensamento,
projetadas com
intensidade volitiva, se
propagam ao longe e
podem influenciar
organismos em afinidade
com o nosso, e depois,
suscitando uma espécie
de ricochete, voltar ao
ponto de emissão. Assim,
duas almas, vinculadas
pelas ondulações de um
mesmo ritmo psíquico,
podem sentir e vibrar em
uníssono.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XII -
Exteriorização do ser
humano. Telepatia.
Desdobramento. Os
fantasmas dos vivos.)
Texto para leitura
454. A alma humana
aprenderá a conhecer-se
em sua natureza imortal,
em seu futuro eterno.
Espíritos, de passagem
por esta Terra,
compreenderemos que o
nosso destino é viver e
progredir
incessantemente, através
do infinito dos espaços
e do tempo, a fim de nos
iniciarmos sempre e cada
vez mais nas maravilhas
do Universo, para
cooperarmos sempre mais
intimamente na obra
divina.
455. Compenetrados
destas verdades,
saberemos desprender-nos
das coisas materiais e
elevar bem alto as
nossas aspirações.
Sentir-nos-emos ligados
aos nossos companheiros
de jornada, na grande
romaria eterna, ligados
a todas as almas pela
cadeia de atração e de
amor que a Deus se
prende e a todos nos
mantém na unidade da
vida universal. Então as
mesquinhas rivalidades,
os odiosos preconceitos
terão cessado para
sempre. Todas as
reformas, todas as obras
de solidariedade
receberão vigoroso
impulso. Acima das
pequenas pátrias
terrestres veremos
desdobrar-se a grande
pátria comum: o céu
iluminado.
456. De lá nos estendem
os braços os Espíritos
superiores. E todos,
através das provas e das
lágrimas, subimos das
obscuras regiões às
culminâncias da divina
luz. O carreiro da
misericórdia e do perdão
está sempre franqueado
aos culpados. Os mais
decaídos podem-se
reabilitar, pelo
trabalho e pelo
arrependimento, porque
Deus é justiça, Deus é
amor. Assim, a revelação
dos Espíritos dissipa as
brumas do ódio, as
incertezas e os erros
que ainda nos envolvem.
Faz resplandecer sobre o
mundo o grande sol da
bondade, da concórdia e
da verdade!
457. Segunda Parte.
Os fatos - XII -
Exteriorização do ser
humano. Telepatia.
Desdobramento. Os
fantasmas dos vivos
- O homem é para si
mesmo um mistério vivo.
De seu ser não conhece
nem utiliza senão a
superfície. Há em sua
personalidade
profundezas ignoradas em
que dormitam forças,
conhecimentos,
recordações acumuladas
no curso das anteriores
existências, um mundo
completo de ideias, de
faculdades, de energias,
que o envoltório carnal
oculta e apaga, mas que
despertam e entram em
ação no sono normal e no
sono magnético. Esse é o
mistério da psique, isto
é, da alma encerrada com
seus tesouros na
crisálida de carne, e
que dela se evade em
certas horas, se liberta
das leis físicas, das
condições de tempo e de
espaço, e se afirma em
seu poder espiritual.
458. Tudo na Natureza é
alternativa e ritmo. Do
mesmo modo que o dia
sucede à noite e o verão
ao inverno, a vida livre
da alma sucede à
estância na prisão
corpórea. Mas a alma se
desprende também durante
o sono; reintegra-se em
sua consciência
amplificada, nessa
consciência por ela
edificada lentamente
através da sucessão dos
tempos; entra na posse
de si mesma, examina-a,
torna-se objeto de
admiração para ela
própria. Seu olhar
mergulha nos recessos
obscuros de seu passado,
e aí vai surpreender
todas as aquisições
mentais, todas as
riquezas acumuladas no
curso de sua evolução, e
que a reencarnação havia
amortalhado.
459. O que o cérebro
concreto era impotente
para exprimir, seu
cérebro fluídico o
patenteia, o irradia com
tanto mais intensidade
quanto mais completo é o
desprendimento. O sono,
em verdade, outra coisa
não é que a evasão da
alma da prisão do corpo.
No sono ordinário o ser
psíquico se afasta
pouco; não readquire
senão em parte a sua
independência, e quase
sempre fica intimamente
ligado ao corpo. No sono
provocado, o
desprendimento atinge
todas as gradações.
460. Sob a influência
magnética, os laços que
prendem a alma ao corpo
se vão afrouxando pouco
a pouco. Quanto mais
profunda é a hipnose, o
transe, mais se
desprende e se eleva a
alma. Sua lucidez
aumenta, sua penetração
se intensifica, o
círculo de suas
percepções se dilata. Ao
mesmo tempo as zonas
obscuras, as regiões
ocultas do “eu” se
ampliam, se esclarecem e
entram em vibração:
todas as aquisições do
passado ressurgem. As
faculdades psíquicas –
vista a distância,
audição, adivinhação –
entram em atividade.
461. Com os estados
superiores da hipnose
chegamos aos últimos
confins, aos extremos
limites da vida física.
O ser já vive então da
vida do espírito e
utiliza as suas
capacidades. Mais um
grau, e o laço fluídico
que liga a alma ao corpo
se despedaçaria. Seria a
separação definitiva,
absoluta – a morte.
462. Vamos indicar
alguns dentre os fatos à
vista dos quais se pode
estabelecer que a alma
tem uma existência
própria, independente do
corpo, e possui um
conjunto de faculdades
que se exercem sem o
concurso dos sentidos
físicos.
463. Em primeiro lugar,
durante o sono normal
quando o corpo descansa
e os sentidos estão
inativos, podemos
verificar que um ser
vela e age em nós, vê e
ouve através dos
obstáculos materiais,
paredes ou portas, e a
qualquer distância. No
sonho sucedem-se
imagens, desenrolam-se
quadros, ouvem-se vozes,
travam-se conversações
com diversas pessoas. O
ser fluídico se desloca,
viaja, paira sobre a
Natureza, assiste a uma
multidão de cenas, ora
incoerentes, ora
definidas e claras, e
tudo isso se realiza sem
a intervenção dos
sentidos materiais,
estando fechados os
olhos, e os ouvidos nada
percebendo.
464. Em certos casos, a
visão psíquica durante o
sono caracteriza-se por
uma nitidez e exatidão
idênticas às da
percepção física no
estado de vigília. Os
testemunhos de
experimentadores
conscienciosos e
esclarecidos o
demonstram.
465. O Sr. Varley,
engenheiro-chefe dos
Telégrafos da
Grã-Bretanha, em seu
depoimento por ocasião
da investigação
empreendida pela
Sociedade de Dialética
de Londres, refere o
seguinte fato:
“Achando-se em viagem,
apeou-se, noite alta, em
um hotel, recolheu-se ao
aposento e adormeceu.
Durante o sono viu, em
sonho, o pátio desse
hotel e notou que nele
trabalhavam uns
operários. Tendo-se a si
mesmo sugerido a ideia
de despertar, logo que
se levantou pôde
verificar a realidade do
sonho. A disposição do
pátio e o lugar ocupado
pelos operários eram
exatamente como o tinha
visto em espírito. Ora,
era a primeira vez que
ele se achava em tal
lugar.”
466. Camille Flammarion,
em seu livro “O
Desconhecido e os
Problemas Psíquicos”,
cita grande número de
casos de visão a
distância durante o
sono. Eis aqui alguns
deles: “O Sr. G. Parent,
de Wiége (Aisne),
assiste, em sonho, a um
incêndio que destrói a
herdade de um de seus
amigos, em Chevennes. O
Sr. Palmero, engenheiro
de pontes e calçadas em
Toulon, é informado, por
um sonho de sua mulher,
da chegada inesperada de
seu pai e de sua mãe,
que ela vê, no mar, em
um paquete. O Dr. P.,
formado em Direito por
Philippeville, refere o
sonho de uma dama de
companhia de amigas
suas. No sonho, ela viu
um naufrágio que
ocasionou a perda de um
navio, e de umas cem
pessoas, fato que foi
confirmado, no dia
seguinte, em todas as
suas particularidades. O
Sr. Lee, filho do bispo
protestante de Iowa
(Estados Unidos), viu em
sonho, à distância de
mais de 5 quilômetros,
seu pai rolar de uma
escada. O fato é
atestado por várias
testemunhas e, entre
outras, pelo Sr.
Sullivan, bispo de
Algowa. O Sr. Carrau, de
Angeres, viu morrer seu
irmão em S. Petersburgo,
e os filhos, de joelhos,
em torno do leito de
morte. Um francês,
mecânico em Foutchéou,
viu uma noite seu
filhinho, que havia
deixado em França, morto
de crupe, estendido em
um móvel encarnado.
Narrou o seu sonho a um
amigo, que se pôs a rir
de sua credulidade. A
primeira carta que
recebeu era de sua
mulher e comunicava-lhe
o falecimento nas mesmas
condições que ele vira
em sonho. O Sr. Orieux,
inspetor-chefe das
estradas do Loire
inferior, achando-se em
Cartagena, assiste em
sonho às exéquias de sua
melhor amiga, cujo
trespasse ignorava, a
qual residia em Nantes.
O Sr. Jean Dreuilhe, de
Paris, percebe, em
sonho, a queda mortal
que dera, numa escada, o
General de Cossigny,
amigo de sua família. O
Marechal Serrano anuncia
em Madrid a morte
inesperada de Afonso
XII, no Prado, morte que
ele havia percebido em
sonho.”
467. Eis aqui um caso
respigado nos
“Proceedings” (processos
verbais da Sociedade de
Investigações Psíquicas
de Londres): “A Sra.
Broughton acordou certa
noite, em 1844, em
Londres e despertou seu
marido para lhe dizer
que um grave
acontecimento ocorrera
em França. Ela havia
sido testemunha, em
sonho, do desastre de
carruagem de que foi
vítima o Duque de
Orleães. Tinha visto o
duque estendido em um
leito; amigos, membros
da família real,
chegavam a toda a
pressa; o rei e a rainha
apareceram e assistiram,
chorando, aos últimos
momentos do duque. Logo
que amanheceu, ela
anotou em um diário de
lembranças as
particularidades de tal
sucesso. Passava-se isso
antes da invenção da
telegrafia, e só dois
dias depois é que o
“Times” noticiou a morte
do duque. Visitando
Paris, algum tempo
depois, ela viu e
reconheceu o lugar onde
se dera o acidente.”
468. Fenômenos da mesma
ordem se produzem no
sono magnético. Camille
Flammarion cita vários
exemplos, entre outros o
da esposa de um coronel
de Cavalaria que, em
estado magnético,
presencia o suicídio de
um oficial, a 4
quilômetros de
distância.
469. O Espírito de
certas pessoas continua
a trabalhar durante o
sono, e com o auxílio
dos conhecimentos
adquiridos no passado
chega a realizar obras
consideráveis. Disso se
podem citar exemplos
célebres: Voltaire
declara ter, uma noite,
concebido em sonho um
canto completo da “Henriade”.
La Fontaine compôs,
sonhando, a fábula dos
“Dois Pombos”. Coleridge
adormeceu lendo e, ao
despertar, lembrou-se de
haver composto, enquanto
dormia, duzentos versos
que apenas teve o
trabalho de escrever. Os
compositores Bach e
Tartini ouvem, durante o
sono, a execução de
sonatas que não haviam
conseguido terminar de
modo que lhes
satisfizesse. Apenas
despertos, as escrevem
de memória.
470. Em todos esses
casos, a atividade
intelectual e a aptidão
de trabalho parecem
maiores no sono que
durante a vigília. Às
vezes a alma, desligada
dos liames corporais,
comunica, por meio do
sonho, com outras
pessoas, vivas ou
falecidas, e delas
recebe indicações e
avisos.
471. O correspondente de
“Le Matin”, de Paris,
Sr. Scarfoglio, enviado
especialmente a Messina,
por ocasião do terremoto
que a assolara, daí
telegrafava, em 5 de
janeiro de 1909, a esse
jornal: “... Ainda hoje
foram retiradas muitas
pessoas vivas das
ruínas. A esse propósito
convém assinalar um caso
extremamente comovedor,
que ocorreu esta manhã.
Um jovem marinheiro do
encouraçado Regina Elena
era noivo de uma jovem,
que se achava soterrada
nos escombros de uma
casa. Tendo obtido do
comandante autorização
para trabalhar, com
alguns companheiros, no
salvamento da sua noiva
e das outras pessoas que
ali se achavam
igualmente soterradas, o
marinheiro fizera
obstinadas e
infrutíferas pesquisas
durante quatro dias.
Hoje, no auge do
desespero e esgotado de
cansaço, adormeceu. De
repente sonhou com sua
noiva, que lhe dizia:
“Estou viva. Acode!
Salva-me!” Imediatamente
despertou, e pediu com
instância aos
companheiros que
recomeçassem a escavação
pela última vez. Seus
esforços foram
milagrosamente coroados
de êxito, pois que ao
fim de algumas horas
encontrou a noiva e
retirou-a viva das
ruínas. A moça, que se
achava em estado
comatoso, apenas salva,
recuperou os sentidos e
estendeu os braços ao
marinheiro, abraçando-o
com delírio. Referiu que
um sono profundo se
havia dela apoderado
logo após a catástrofe e
sonhara que falava com o
noivo algumas horas
antes do salvamento. Aí
está um singular e
comoventíssimo caso de
telepatia. A moça, com
lágrimas nos olhos,
agradeceu a todos os
seus salvadores e
assegurou que em breve
desposaria o seu noivo e
salvador.”
472. Os “Annales des
Sciences Psychiques”, de
outubro de 1901,
publicaram a descrição
de um sonho, referido em
18 de abril de 1908 pelo
cura de Domdidier,
cantão de Friburgo
(Suíça), ao Sr. Rolline,
que realizava nessa
localidade uma
conferência, descrição
que este por sua vez
transmitiu ao Sr.
Camille Flammarion. e
cujo resumo é o
seguinte: “Em 1859, o
Sr. Doutax, de 18 anos
de idade, acabava de se
deitar, depois de haver
preparado a sua tese de
Filosofia para o dia
seguinte. Adormecido,
teve ele uma visão
estranha, que duas vezes
seguintes se lhe
apresentou. Viu seu pai,
que residia a 24
quilômetros de distância
e que, da primeira vez,
lhe disse: ‘Meu caro
José, tua pobre irmã
Josefina está, em Paris,
a expirar’, e da segunda
vez: ‘Meu caro José...,
mas tua mãe ainda não
recebeu a dolorosa
notícia.’ No dia
seguinte, o Sr. Doutax
ia a caminho do liceu,
quando lhe foi entregue
uma carta de seu pai,
com a exata confirmação
do que ouvira à noite,
durante o sonho.”
473. A revista
“Zeitschrift fur
Spiritismus”, de 9 de
julho de 1910, cita o
seguinte sonho
comunicado pelo Conde
Henri Sterkij: “Um rico
proprietário dos
subúrbios de Tarnoff
perdeu, durante um
passeio, 600 florins.
Parando numa estalagem,
referia esse
desagradável incidente
ao rendeiro Kuhusteiner,
quando um almocreve,
chamado Kosminter, que
acabava de entrar, lhe
perguntou em que
circunstâncias perdera
aquela soma. Não lhe deu
resposta e continuou a
conversar com o
estalajadeiro, quando
Kosminter,
espontaneamente, lhe
entregou a bolsa
perdida. Admirado e
reconhecido, o
proprietário lhe deu 300
florins como recompensa.
Mas, semanas depois,
Kosminter lhe apareceu,
ensanguentado, em sonho,
e acusou o estalajadeiro
de o haver assassinado.
Outras duas semanas mais
tarde o mesmo sonho se
reproduziu, mas com
maiores
particularidades, e à
terceira vez, induzido
pela precisão
extraordinária das
revelações, denunciou o
caso à justiça.
Kuhusteiner foi preso e,
provado o crime,
condenado à morte.”
474. A ação da alma, a
distância, sem o
concurso dos sentidos,
se revela mesmo no
estado de vigília, nos
fenômenos da transmissão
de pensamento e da
telepatia. Sabemos que
cada ser humano possui
um dinamismo próprio, um
estado vibratório que
varia ao infinito,
conforme os indivíduos,
e os torna aptos a
produzir nos outros e
perceberem eles próprios
sensações psíquicas
extremamente variadas.
475. As vibrações de
nosso pensamento,
projetadas com
intensidade volitiva, se
propagam ao longe e
podem influenciar
organismos em afinidade
com o nosso, e depois,
suscitando uma espécie
de ricochete, voltar ao
ponto de emissão. Assim,
duas almas, vinculadas
pelas ondulações de um
mesmo ritmo psíquico,
podem sentir e vibrar em
uníssono.
476. Às vezes, um
diálogo misterioso se
trava, de perto ou de
longe; permutam-se
pensamentos, demasiado
sutis para que possam
ser expressos por
palavras; imagens; temas
de conversação,
chamados, flutuam ou
voam na atmosfera
fluídica entre essas
almas que, apesar da
distância, se sentem
unidas, penetradas de um
mesmo sentimento, e
fazem irradiar de uma a
outra os eflúvios de sua
personalidade psíquica.
477. Os que se amam,
assim se correspondem
muitas vezes: permutam
suas alegrias e
tristezas. Mas o coração
tem seus segredos que
não revela de bom grado.
Uma mãe ouve através do
espaço os apelos de seu
filho infortunado. Somos
assediados de mil
impressões, provenientes
dos pensamentos
longínquos dos que nos
são caros.
(Continua no próximo
número.)