O leitor Isaias Fernandes
escreveu-nos a seguinte
mensagem: “Nosso grupo muito
apreciaria o entendimento do
nobre amigo a respeito da
enorme repercussão na mídia
mundial da comprovação da
existência da ‘partícula de
Deus’, a que os cientistas
chamam de bóson de Higgs. A
pergunta é: o bóson de Higgs
e o fluido cósmico universal
(FCU) da Doutrina Espírita
são o mesmo ente ou esta
partícula ainda é uma
variação do FCU?”
Antes de examinar a pergunta
proposta pelo leitor,
vejamos o que dizem as
questões 22, 27, 29, 30, 31
e 33 d´O Livro dos
Espíritos, que tratam da
matéria e do fluido cósmico
universal:
22. Define-se geralmente a
matéria como sendo – o que
tem extensão, o que é capaz
de nos impressionar os
sentidos, o que é
impenetrável. São exatas
estas definições? “Do vosso
ponto de vista, elas o são,
porque não falais senão do
que conheceis. Mas a
matéria existe em estados
que ignorais. Pode ser, por
exemplo, tão etérea e sutil,
que nenhuma impressão vos
cause aos sentidos. Contudo,
é sempre matéria. Para vós,
porém, não o seria.”
27. Há então dois elementos
gerais do Universo: a
matéria e o Espírito? “Sim e
acima de tudo Deus, o
criador, o pai de todas as
coisas. Deus, espírito e
matéria constituem o
princípio de tudo o que
existe, a trindade
universal. Mas, ao elemento
material se tem que juntar o
fluido universal, que
desempenha o papel de
intermediário entre o
Espírito e a matéria
propriamente dita, por
demais grosseira para que o
Espírito possa exercer ação
sobre ela. Embora, de certo
ponto de vista, seja lícito
classificá-lo com o elemento
material, ele se distingue
deste por propriedades
especiais. Se o fluido
universal fosse
positivamente matéria, razão
não haveria para que também
o Espírito não o fosse. Está
colocado entre o Espírito e
a matéria; é fluido, como a
matéria é matéria, e
suscetível, pelas suas
inumeráveis combinações com
esta e sob a ação do
Espírito, de produzir a
infinita variedade das
coisas de que apenas
conheceis uma parte mínima.
Esse fluido universal, ou
primitivo, ou elementar,
sendo o agente de que o
Espírito se utiliza, é o
princípio sem o qual a
matéria estaria em perpétuo
estado de divisão e
nunca adquiriria as
qualidades que a gravidade
lhe dá.”
27-a. Esse fluido será o que
designamos pelo nome de
eletricidade? “Dissemos que
ele é suscetível de inúmeras
combinações. O que chamais
fluido elétrico, fluido
magnético, são modificações
do fluido universal, que não
é, propriamente falando,
senão matéria mais perfeita,
mais sutil e que se pode
considerar independente.”
29. A ponderabilidade é um
atributo essencial da
matéria? “Da matéria como a
entendeis, sim; não, porém,
da matéria considerada como
fluido universal. A
matéria etérea e sutil que
constitui esse fluido
vos é imponderável. Nem por
isso, entretanto, deixa de
ser o princípio da vossa
matéria pesada.”
30. A matéria é formada de
um só ou de muitos
elementos? “De um só
elemento primitivo. Os
corpos que considerais
simples não são verdadeiros
elementos, são
transformações da matéria
primitiva.”
31. Donde se originam as
diversas propriedades da
matéria? “São modificações
que as moléculas elementares
sofrem, por efeito da sua
união, em certas
circunstâncias.”
33. A mesma matéria
elementar é suscetível de
experimentar todas as
modificações e de adquirir
todas as propriedades? “Sim
e é isso o que se deve
entender, quando dizemos que
tudo está em tudo!”
(Grifamos.)
O bóson de Higgs é
considerado elemento-chave
da estrutura fundamental da
matéria e assim conhecido
como a "Partícula de Deus".
No chamado "modelo padrão" –
a teoria da estrutura
fundamental da matéria
elaborada para descrever
todas as partículas e forças
do universo – o bóson de
Higgs é considerado a
partícula que proporciona
massa a todas as demais.
Ao tentar isolar os menores
componentes da matéria, os
físicos descobriram várias
séries de partículas
elementais que interagem
entre si por intermédio de
mensageiros, chamados
bósons. Um deles é o fóton,
que porta a radiação
eletromagnética, e outro é o
glúon, que proporciona a
coesão dos núcleos atômicos.
O fóton, que viaja com a
velocidade da luz, não tem
massa, mas a experiência
faz-nos sentir a presença da
matéria, composta por átomos
e, portanto, por quarks e
elétrons. De onde lhes vem
essa massa? Segundo os
cientistas, ela não provém
propriamente das partículas.
Em 1964, o físico britânico
Peter Higgs propôs a
existência do bóson que hoje
leva seu nome e que devia
dar massa a outras
partículas. Alguns comparam
o campo de Higgs a uma
espécie de cola em meio da
qual se encontrariam
relativamente aderidas as
partículas, o que seria
percebido como uma massa.
O bóson de Higgs é chamado
de "Partícula de Deus" por
causa de um livro que teve o
título trocado. O Prêmio
Nobel de Física Leon
Lederman queria chamá-lo de
"The Goddamn Particle" ("a
partícula maldita"), por ser
difícil de encontrá-la. O
editor tirou o termo "damn"
e colocou o título de "The
God Particle", já que temia
que a palavra "maldita"
fosse considerada
insultante.
Em julho de 2012, o Centro
Europeu de Física de
Partículas (CERN) anunciou
que o bóson de Higgs fora
finalmente encontrado. A
notícia foi recebida com
cautela, porque podia
tratar-se de outra partícula
e não a formulada por Higgs,
cautela essa descartada
recentemente com o anúncio
da concessão do Nobel de
Física aos pais da
descoberta.
*
Sobre o tema foram
publicados quatro artigos em
nossa revista, a saber:
1. A
Pureza Doutrinária e a
Ciência,
por Alexandre Fontes da
Fonseca, publicado na edição
319 -
www.oconsolador.com.br/ano7/319/especial.html
2.
Agora só falta tudo!,
por Ricardo Orestes Forni,
publicado na edição 280 -
www.oconsolador.com.br/ano6/280/ricardo_forni.html
3. O que não é obra do
homem..., por Jorge
Hessen, publicado na edição
252 -
www.oconsolador.com.br/ano5/252/jorge_hessen.html
4. Voltando o olhar para
as aves dos céus e os lírios
do campo, por Juliana
Demarchi, publicado na
edição 271 -
www.oconsolador.com.br/ano6/271/juliana_demarchi.html
Apenas no último artigo, de
autoria de Juliana Demarchi,
foi feita uma correlação
entre o bóson de Higgs e o
fluido cósmico universal,
uma conclusão que julgamos
precipitada e com a qual
podemos concordar ou não,
sendo mais apropriado
aguardar o decurso do tempo,
com as cautelas
indispensáveis quando não
temos à mão todas as
informações necessárias para
nos pronunciarmos de forma
peremptória.
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Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
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Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
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