Honestidade: perante os
homens
e perante Deus
A revista Seleções
READER´S DIGEST, do mês
de novembro de 2013,
páginas 56 a 63, traz
uma reportagem sobre a
honestidade. Com essa
finalidade, a revista
utilizou um teste para
verificar se essa
honestidade existe ou
não entre os seres
humanos. Na edição
anterior dessa mesma
revista, esse mesmo
teste foi aplicado em 16
países. Agora chegou a
vez do Brasil. Doze
carteiras contendo 100
reais, notas fiscais de
supermercados,
restaurantes, livrarias,
bilhete de metrô,
cartões de lojas eram
deixadas propositalmente
em variadas cidades e em
lugares diversos: ruas,
praças, praias, shopping
centers, farmácias,
feiras de livros, museus
e outros pontos
públicos. Dentro dessa
mesma carteira havia um
cartão do suposto
proprietário com o
número de um telefone
fixo e um celular.
Em São Paulo (SP), nove
carteiras foram
devolvidas e três não.
Em Belém (PA), oito
foram devolvidas e
quatro não. Em Salvador
(BA), sete foram
devolvidas e cinco não.
Em Bento Gonçalves, seis
foram devolvidas e seis
não. Em Dourados (MS),
cinco carteiras foram
devolvidas e sete não.
No Rio de Janeiro (RJ),
quatro foram devolvidas
e oito não. A conclusão
da pesquisa, segundo a
revista, é a de que
jovens, idosos, ricos,
pobres, homens,
mulheres, moradores de
cidades grandes, médias
ou pequenas – não
existem verdades
absolutas nem um perfil
que aponte para a
honestidade e a ética,
mas é inspirador ver
que, como um todo, somos
um povo honesto.
Essa é a conclusão da
honestidade perante os
homens. Seria a mesma
perante Deus? O que você
pensa? Quando somos
honestos na visão dos
homens estamos sendo
plenamente honestos
diante das Leis maiores
da vida? Vamos até o
livro O Céu e o
Inferno, capítulo
III, segunda parte,
depoimento do Espírito
Joseph Brê, desencarnado
em 1840 e evocado por
sua neta em 1862. A neta
indaga sobre as
condições em que o avô
se encontra no mundo
espiritual. A resposta,
no entanto, espanta a
moça ao ouvir que ele
sofre por não ter
aproveitado melhor o
tempo na Terra. Diante
dessa resposta, a neta
volta a perguntar: não
vivestes sempre
honestamente?
Vejam a resposta
preocupante para a
grande maioria dos
encarnados: “Sim, no
juízo dos homens; mas
há um abismo entre a
honestidade perante os
homens e a honestidade
perante Deus”. E
continua o Espírito:
“Aí, entre vós, é
reputado honesto aquele
que respeita as leis do
seu país, respeito
arbitrário para muitos.
Honesto é aquele que não
prejudica o próximo
ostensivamente, embora
lhe arranque muitas
vezes a felicidade e a
honra, visto o código
penal e a opinião
pública não atingirem o
culpado hipócrita. Não
basta, para ser honesto
perante Deus, ter
respeitado as leis dos
homens; é preciso antes
de tudo não haver
transgredido as leis
divinas. Honesto aos
olhos de Deus será
aquele que, possuído de
abnegação e amor,
consagre a existência ao
bem, ao progresso dos
seus semelhantes; aquele
que, animado de um zelo
sem limites, for ativo
na vida; ativo no
cumprimento dos deveres
materiais, ensinando e
exemplificando aos
outros o amor ao
trabalho; ativo nas boas
ações, sem esquecer a
condição de servo ao
qual o Senhor pedirá
contas, um dia, do
emprego do seu tempo;
ativo finalmente na
prática do amor de Deus
e do próximo. Assim, o
homem honesto, perante
Deus, deve evitar
cuidadoso as palavras
mordazes, veneno oculto
sob flores, que destrói
reputações e acabrunha o
homem, muitas vezes
cobrindo-o de ridículo.
O homem honesto, segundo
Deus, deve ter sempre
cerrado o coração a
qualquer gérmen de
orgulho, de inveja, de
ambição; deve ser
paciente e benévolo para
com os que o agredirem;
deve perdoar do fundo
dalma, sem esforços e
sobretudo sem
ostentação, a quem quer
que o ofenda; deve,
enfim, praticar o
preceito conciso e
grandioso que se resume
no amor de Deus sobre
todas as coisas e do
próximo como a si
mesmo”.
Meu amigo, minha amiga,
que “paulada” na nossa
pequenina consciência!
Uma ocasião, há muitos
anos atrás, passando em
viagem por dentro de uma
cidade, vislumbrei uma
carteira que de tanto
dinheiro, nem fechava.
Ela estava no meio de
uma rua com pouco
movimento daquela
localidade. Recolhi a
mesma e a entreguei a um
parente que residia
naquela cidade para que
a encaminhasse ao dono
que deveria estar em
desespero. Creio que na
carteira estava o seu
salário. Saí dali que
mal conseguia caber
dentro do meu carro.
Depois desses
ensinamentos de Joseph
Brê no livro O Céu e
o Inferno, creio que
até mesmo o porta-luvas
do meu veículo seria o
suficiente para me
transportar. Ou no
buraco da roda aonde vão
os parafusos que a
prendem no carro também
eu caberia.
Evidentemente que
estamos a caminho da
perfeição e muito
distante dela. Encontrar
a carteira e devolvê-la
é uma atitude positiva
no bem. Não há como
negar. O que não podemos
é achar que já atingimos
um aceitável estado
evolutivo e nos
acomodarmos nessa
situação. Um dia todos
iremos ao encontro dessa
honestidade descrita
pelo Espírito de Joseph
Brê pelo fenômeno da
morte física. Nessa hora
será muito bom que cada
carteira esteja com o
seu verdadeiro dono e
não em nossas mãos, não
é mesmo?