Mortos amados
Na Terra, quando
perdemos a
companhia de
seres amados
ante a visitação
da morte,
sentimo-nos como
se nos
arrancassem o
coração para que
se faça alvejado
fora do peito.
Ânsia de rever
sorrisos que se
extinguiram,
fome de escutar
palavras que
emudeceram.
E bastas vezes
tudo o que nos
resta no mundo
íntimo é um veio
de lágrimas
estanques, sem
recursos de
evasão pelas
fontes dos
olhos.
*
Compreendemos,
sim, neste Outro
Lado da Vida, o
suplício dos que
vagueiam entre
as paredes do
lar ou se
imobilizam no
espaço exíguo de
um túmulo,
indagando por
quê…
Se varas
semelhantes
sombras de
saudade e
distância, se o
vazio te
atormenta o
espírito,
asserena-te e
ora, como saibas
e como possas,
desejando a paz
e a segurança
dos entes
inesquecíveis
que te
antecederam na
Vida Maior.
Lembra a
criatura querida
que não mais te
compartilha as
experiências no
plano físico,
não por pessoa
que desapareceu
para sempre e
sim à feição de
criatura
invisível mas
não de todo
ausente.
Os que rumaram
para outros
caminhos, além
das fronteiras
que marcam a
desencarnação,
também lutam e
amam, sofrem e
se renovam.
Enfeita-lhes a
memória com as
melhores
lembranças que
consigas
enfileirar e
busca
tranquilizá-los
com o apoio de
tua conformidade
e de teu amor.
Se te deixas
vencer pela
angústia, ao
recordar-lhes a
imagem, sempre
que se vejam em
sintonia mental
contigo, ei-los
que suportam
angústia maior,
de vez que
passam a
carregar as
próprias
aflições
sobretaxadas com
as tuas.
Compadece-te dos
entes amados que
te precederam na
romagem da
Grande
Renovação.
Chora, quando
não possas
evitar o pranto
que se te
derrama da alma;
no entanto,
converte quanto
possível as
próprias
lágrimas em
bênçãos de
trabalho e
preces de
esperança,
porquanto eles
todos te ouvem o
coração na Vida
Superior,
sequiosos de se
reunirem contigo
para o
reencontro no
trabalho do
próprio
aperfeiçoamento,
à procura do
amor sem adeus.
Do cap. 13 do
livro Na Era
do Espírito,
obra de autoria
de Chico Xavier,
J. Herculano
Pires e
Espíritos
diversos.