O posto do Ministério da
Agricultura ficava a dois
quilômetros da cidade. Certo
dia, quando se dirigia ao
trabalho de charrete, Chico
recebeu a notícia da morte
do ex-patrão, Zé Felizardo.
Seu Juca, como era
conhecido, morrera na
miséria. Sem armazém e sem
dinheiro, não lhe sobrara
sequer um mísero centavo
para comprar um caixão. O
corpo seguiu para o
cemitério como indigente,
num rabecão da Prefeitura.
Comovido, Chico saltou da
charrete e saiu de casa em
casa, solicitando alguma
contribuição para o enterro
do velho amigo. Um mendigo
cego lhe deu toda a féria do
dia. Logo, a cidade inteira
comentou aquela estranha
peregrinação. Desta forma,
Chico pode comprar um caixão
decente para o amigo e
acompanhar seu corpo até o
cemitério. Seu pai e irmãos,
que antes tentaram demovê-lo
da ideia, acabaram se
emocionando e acompanhando
também o enterro.
(Texto extraído do livro
“Chico Xavier, Uma vida de
amor”, de Ubiratan Machado,
editora IDE.)
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