ANGÉLICA
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No Invisível
Léon Denis
(Parte 18)
Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. É possível a
manifestação de uma
pessoa viva, isto é,
encarnada, por
intermédio de um médium
em transe?
Sim. Mas esse gênero de
manifestações introduz
quase sempre um elemento
de confusão e erro nos
fenômenos de “transe” e
é preciso uma
experiência consumada
para os não confundir
com as manifestações de
desencarnados. O motivo
é que os vivos
incorporados em um
organismo estranho nem
sempre têm a noção
perfeita de sua
verdadeira situação.
Léon Denis relata nesta
obra um caso que se
passou com ele próprio,
quando, durante três
anos consecutivos, o
Espírito de um vivo
manifestou-se, por via
de incorporação, no
grupo que ele dirigia em
Tours. Os pormenores
mais positivos foram
fornecidos pelo Espírito
acerca de sua
identidade. Dizia
chamar-se B. e havia
sido sacristão na vila
de D., na Sarthe, e tudo
nele – propósitos,
recordações, pesares –
dava ao grupo a firme
convicção de estar
tratando com um
desencarnado. Não foi,
pois, pequena a surpresa
quando um membro do
grupo, tendo ido à
indicada região a fim de
proceder a uma pesquisa,
descobriu que B. ainda
pertencia a este mundo.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XII -
Exteriorização do ser
humano. Telepatia.
Desdobramento. Os
fantasmas dos vivos.)
B. Como é possível à
alma de um ser vivo
manifestar-se em um
lugar distante do local
onde se encontra seu
corpo físico?
A alma se acha ligada ao
corpo físico por uma
espécie de cordão
fluídico, seja qual for
a distância a que se
encontre. A existência
desse laço é atestada
pelos videntes e
confirmada pelos
Espíritos. Tão sutil é
ele que, a cada sensação
um pouco viva que afete
o corpo material, a
alma, bruscamente
atraída, retoma posse
deste imediatamente.
Esse ato constitui o
despertar. A alma
dispõe, a seu talante,
dos elementos
imponderáveis da
Natureza, com os quais
constrói, a princípio, o
corpo fluídico, modelo
estrutural do corpo
físico. Durante o sono
normal, como no sono
magnético, o laço que
une os dois corpos se
afrouxa, sem se quebrar,
o que permite à alma
afastar-se e ir aonde
queira.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XII -
Exteriorização do ser
humano. Telepatia.
Desdobramento. Os
fantasmas dos vivos.)
C. As manifestações da
alma, seja durante a
vida corpórea, seja
depois da morte do
corpo, obedecem a uma
mesma lei?
Sim. As leis que regem
esses fenômenos são
idênticas. A
exteriorização não é
mais que uma preparação
do Espírito para o
estado de liberdade,
para essa outra forma de
existência em que ele se
encontra desembaraçado
dos liames da matéria.
Em face disso, o estudo
da alma exteriorizada
durante a vida nos
conduz ao estudo de suas
manifestações depois da
morte.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XII -
Exteriorização do ser
humano. Telepatia.
Desdobramento. Os
fantasmas dos vivos.)
Texto para leitura
505. Os fantasmas dos
vivos atuam sobre a
matéria, abrem e fecham
portas, agitam
campainhas, fazem ouvir
acordes em pianos
fechados, impressionam
animais domésticos,
deixam sinais de mãos e
dedos na poeira dos
móveis e, às vezes,
mesmo comunicações
escritas, que permanecem
como uma irrecusável
prova de sua passagem.
Os desdobramentos dos
vivos têm sido
comprovados em todos os
tempos.
506. Deles relata a
História numerosos
casos, firmados em
valiosos testemunhos.
Tácito refere que
Basilides apareceu a
Vespasiano em um templo
de Alexandria,
achando-se na ocasião
retido pela enfermidade
a muitas léguas de
distância. A mística
cristã registra, como
fatos miraculosos, casos
de bilocação ou
bicorporeidade, em que
facilmente reconhecemos
fenômenos de
exteriorização. Santo
Afonso de Liguóri foi
canonizado por se ter
mostrado simultaneamente
em dois lugares
diferentes. Achando-se
adormecido em Arienzo,
pôde assistir à morte do
papa Clemente XIV, em
Roma, e anunciou, ao
despertar, que acabava
de ser testemunha desse
acontecimento. O caso de
Santo Antônio de Pádua é
célebre. Estando em
Pádua a pregar,
interrompeu-se de
repente, em meio do
sermão, e adormeceu.
Nesse mesmo instante, em
Lisboa, seu pai, acusado
falsamente de homicídio,
era conduzido ao
suplício. Santo Antônio
aparece, demonstra a
inocência de seu pai e
faz conhecer o
verdadeiro culpado.
507. Encontram-se
numerosos fatos análogos
na vida dos santos,
particularmente nas de
Santo Ambrósio, São
Francisco Xavier, São
José de Cupertino, Santa
Maria d'Agreda, Santa
Liduína, etc. O ser
humano, desprendido dos
liames carnais pela
prece, pelas elevadas
aspirações e por uma
vida pura e sóbria,
torna-se mais apto a
exteriorizar-se. A
possibilidade dessas
manifestações acha-se
igualmente demonstrada
pelas experiências dos
magnetizadores, como Du
Potet, Deleuze, Billot,
por Kerner, Perty, D'Assier,
etc.
508. Convém notar que
esses fenômenos não se
produzem somente durante
o sono. Uma emoção
violenta, certas
enfermidades, a agonia e
a morte podem provocar o
desprendimento psíquico.
Camille Flammarion, em
“O Desconhecido e os
Problemas Psíquicos”,
cita 186 casos em que
moribundos se
manifestam, a distância,
falando, ou apenas
visíveis.
509. Na “Revue des
Revues” (resposta a
Sannt-Saêns) o ilustre
astrônomo relata o
seguinte fato: “Uma
jovem, ao fim de sete
anos de afetuosas
relações, se havia
separado do homem que
amava. Este se casou e
ela nunca mais teve
notícias suas.
Passaram-se alguns anos,
quando, em uma noite de
abril de 1893, viu ela
entrar em seu quarto uma
forma humana que se
aproximou e sobre ela se
debruçou. Sentiu então,
nos lábios, com terror,
o demorado beijo de uma
boca gelada. No dia
seguinte, cerca de
meio-dia, correndo a
vista por um jornal, leu
a notícia do falecimento
e dos funerais do que
fora seu amante.”
510. Publicou o
“L'Éclair” de 24 de
novembro de 1908: “O
comandante de um navio
de guerra inglês fazia
um cruzeiro nos mares do
Sul. Estava, uma noite,
encerrado em seu
camarote, a fazer
cálculos algébricos a
giz, no quadro-negro, e
em dado momento
sentou-se à mesa para
anotar no canhoto os
resultados obtidos. Ao
voltar-se, para ler no
quadro a última equação,
viu de repente aparecer
uma mão, com um vago
começo de antebraço,
tomar a esponja e apagar
as fórmulas. Ficou
estupefato, imóvel. Uma
figura, ao começo
nebulosa e indistinta,
se tornou visível; era
um homem, uniformizado,
em quem reconheceu um
dos seus antigos
companheiros de escola,
oficial de Marinha como
ele, e que deixara de
ver, havia muitos anos.
Notou que estava
envelhecido. A figura
tomou um pedaço de giz,
escreveu uma latitude,
uma longitude, e
desapareceu.”
511. “O comandante,
apenas dissipado o
assombro que o tomara,
sai rapidamente do
camarote, chama os seus
oficiais e lhes refere o
que acabava de
presenciar,
mostrando-lhes as
indicações inscritas no
quadro e fazendo-lhes
notar que nunca
escrevia, como ali
estavam, os algarismos.
Tomaram nota da hora e
data e, obedecendo a um
mesmo sentimento,
fizeram rumo a todo
vapor para o ponto do
oceano indicado no
quadro. Ao fim de cinco
dias o alcançaram e
durante longas horas
cruzaram nas imediações
do lugar, situado em
pleno mar, a milhares de
milhas de toda costa e
fora das rotas de
navegação.”
512. “Afinal, na manhã
do sexto dia, perceberam
ao longe alguma coisa
que flutuava, ponto
negro no horizonte
claro, em que se
esgarçavam as névoas
matutinas. Ao
alcançá-lo, verificaram
ser uma jangada, feita
de tábuas apenas
reunidas, à qual, sem
víveres, sem água, à
mercê do mais ligeiro
vento, se achavam
agarrados três
agonizantes – como o
referiram quarenta e
oito horas mais tarde,
quando puderam falar –
únicos sobreviventes do
naufrágio de um grande
navio que se tinha
incendiado e soçobrado
em pouco tempo. Era seu
comandante o oficial que
aparecera diante do
quadro-negro. O sinistro
havia ocorrido no ponto
inscrito pelo fantasma e
precisamente à hora em
que este se tinha
manifestado. O capitão
anotou o fato em seu
diário de bordo. Pode
sem dúvida acreditar-se
que ele próprio
escrevera,
inconscientemente, os
algarismos no
quadro-negro. Mas é
preciso então admitir
que ele agiu sob a
influência do Espírito
de seu antigo
companheiro, que estava
a morrer nas chamas e
lhe transmitiu a
latitude e a longitude
do lugar em que se
produzia a catástrofe.”
513. Esses casos são
múltiplos e jamais se
poderia explicá-los pela
teoria da alucinação.
Neles há relação de
causa e efeito. A morte
coincide com as
aparições e estas são
demasiado numerosas para
que se possam considerar
as coincidências como
produto do acaso. As
vozes que se ouvem são
de pessoas que se acham
longe; as visões
representam figuras
conhecidas; as roupas,
verifica-se que são tais
quais as que as pessoas
vestiam na ocasião.
Particularidade digna de
nota: cães e cavalos se
mostram assustados e
inquietos à aproximação
dos fenômenos, dos quais
parece terem a visão ou
o pressentimento, muito
tempo antes que sejam
perceptíveis ao homem.
514. Os fenômenos
devidos à exteriorização
ou ação extracorpórea da
alma humana foram
estudados com atenção e
classificados por
Aksakof sob a
denominação geral de
animismo. Esse erudito
observador quis
estabelecer uma
distinção formal entre
esses fatos e as
manifestações dos
denominados mortos. Tal
distinção, realmente,
não existe; esses fatos,
como veremos adiante,
são sempre idênticos
quer antes, quer depois
da morte. A alma do
homem pode, exatamente
como a alma
desencarnada, atuar
sobre médiuns, ditar
comunicações, avisos,
tanto por escrito como
por meio de mesinhas,
provocar deslocamentos
de objetos materiais,
aparecer a grande
distância de seu próprio
corpo e impressionar
chapas fotográficas.
515. Allan Kardec
consagrou um capítulo
inteiro de “O Livro dos
Médiuns” aos estudos das
aparições de vivos.
Esses fenômenos, pois,
não eram ignorados pelos
espíritas, como se tem
pretendido, e Aksakof,
em “Animismo e
Espiritismo”, apenas
confirmou o que muito
antes dele já havia sido
reconhecido.
516. Experiências mais
recentes têm demonstrado
a possibilidade, para
certos indivíduos, de se
desdobrarem
parcialmente, de
materializarem
determinadas partes de
sua forma fluídica e
produzirem vários
fenômenos. Médiuns, como
Eusápia Paladino e
Eglinton, têm provocado,
a muitos metros de
distância e sem contacto
físico, o deslocamento
de corpos inertes em
plena luz e deixado
impressões de seus
membros fluídicos em
substâncias moles:
argila, parafina ou
papel enegrecido ao
fumo.
517. Não nos seria
lícito deixar de
mencionar ainda os casos
de incorporação de vivos
no organismo de médiuns
adormecidos. Esse gênero
de manifestações
introduz quase sempre um
elemento de confusão e
erro nos fenômenos de
“transe” e é preciso uma
experiência consumada
para os não confundir
com as manifestações dos
desencarnados. Com
efeito, os vivos
incorporados em um
organismo estranho nem
sempre têm a noção
perfeita de sua
verdadeira situação.
518. Aqui está um
exemplo que demonstra
quanto é necessário, no
curso de tais
experiências, ter sempre
a máxima atenção:
Durante três anos
consecutivos, pôde o
Espírito de um vivo
manifestar-se, por via
de incorporação, no
grupo que dirigíamos em
Tours, sem que o
pudessem distinguir dos
Espíritos desencarnados
que intervinham
habitualmente em nossas
sessões. Os pormenores
mais positivos nos eram,
entretanto, por ele
fornecidos acerca de sua
identidade. Dizia
chamar-se B. e havia
sido sacristão da vila
de D., na Sarthe. A voz
arrastada, o gesto lento
e fatigado, a atitude
curvada contrastavam com
as atitudes e gestos
próprios do médium e dos
outros Espíritos
familiares. Nós o
reconhecíamos logo às
primeiras palavras
proferidas. Punha-se ele
então a narrar por miúdo
os menores incidentes de
sua vida, as
admoestações do vigário,
por motivo de sua
preguiça e das
bebedeiras que tomava, o
mau estado da igreja e
dos paramentos confiados
aos seus cuidados, e até
suas infrutíferas
pesquisas no Espaço, a
fim de encontrar a
confirmação do que lhe
havia sido ensinado! –
Tudo nele – propósitos,
recordações, pesares –
nos dava a firme
convicção de estarmos
tratando com um
desencarnado.
519. Não pequena foi por
isso a surpresa que
experimentamos, quando
um membro do nosso
grupo, tendo ido à
indicada região e sido
encarregado de proceder
a uma pesquisa, nos
informou que B. ainda
pertencia a este mundo.
Tudo o que nos havia ele
dito, era, ao demais,
exato. Nosso secretário
o pôde ver e conversar
com ele. Achando-se
velho e cada vez mais
dado à preguiça e à
embriaguez, tivera que
abandonar suas funções.
Todas as noites, às
primeiras horas, se
deitava e adormecia
profundamente. Podia
assim exteriorizar-se,
transportar-se até junto
de nós e incorporar-se
em um dos nossos
médiuns, a quem o
prendiam laços de
afinidade cuja causa se
nos conservou sempre
ignorada.
520. Pergunta-se como
pode a alma dos vivos
chegar a produzir,
durante o sono,
fenômenos tão
surpreendentes quão
complexos. Em certos
casos as aparições, as
materializações, exigem
uma força considerável,
um profundo conhecimento
do que chamaremos de
química espiritual; e
fica-se maravilhado de
que, apenas afastada de
seu envoltório carnal,
possa a alma apreender
as suas leis.
521. Parece que a
energia necessária para
produzir esses fenômenos
é haurida no corpo
físico, a que se acha
ligada a forma
fantástica por uma
espécie de cordão
fluídico, seja qual for
a distância a que se
encontre. A existência
desse laço é atestada
pelos videntes e
confirmada pelos
Espíritos. Tão sutil é
ele que, a cada sensação
um pouco viva que afete
o corpo material, a
alma, bruscamente
atraída, retoma posse
deste imediatamente.
Esse ato constitui o
despertar.
522. Convém não esquecer
que o espírito dirige a
matéria. A alma dispõe,
a seu talante, dos
elementos imponderáveis
da Natureza, com os
quais constrói, a
princípio, o corpo
fluídico, modelo
estrutural do corpo
físico, e depois forma
este com o auxílio dos
elementos terrestres,
que reúne e assimila.
Durante o sono normal,
como no sono magnético,
o laço que une os dois
corpos se afrouxa, sem
se quebrar. Os dois
invólucros ficam
separados. Se, ao
afastar-se, o corpo
fluídico absorve a
necessária energia, pode
condensar-se,
solidificar-se, atuar
sobre a matéria,
produzir sons, ruídos,
tornar-se até visível.
523. O grande motor em
tudo isso é a vontade.
Essa faculdade é
criadora; e o demonstram
os fenômenos de
sugestão, mediante os
quais a vontade
interveniente pode
ocasionar profundas
modificações no corpo
humano. Assim, o
Espírito, pela ação
mental, pode imprimir à
matéria sutil as formas,
os atributos, as
aparências de trajos, de
roupas que permitirão
reconhecê-lo. Além
disso, na maioria dos
casos, o manifestante é
assistido por amigos
invisíveis, como
evidentemente o prova a
intervenção do Espírito
John King nas sessões de
Eusápia, e Abdullah nas
de Eglinton, etc. Os
habitantes do Espaço em
geral possuem
experiência e
conhecimento mais
extenso das coisas desse
meio. Grande é a sua
força de vontade e eles
podem auxiliar
eficazmente a produção
de certos fatos
telepáticos, que o
manifestante não seria
capaz de realizar sem o
concurso deles.
524. Todos os fenômenos
que acabamos de
descrever pertencem ao
domínio das observações.
Podem-lhes ser,
entretanto,
acrescentados fatos de
experiência, provocados
voluntariamente, e que
permitem verificar
simultaneamente a
presença do corpo
material e a do duplo
fluídico da alma em dois
lugares diferentes. Aí
já não há que recorrer
ao acaso nem a
coincidências fortuitas.
O resultado a obter,
previamente indicado
pelo experimentador, é
alcançado mediante
processos e em condições
que desafiam toda
crítica.
525. São numerosos esses
fatos, dentre os quais
indicaremos os
seguintes:
a.) O Sr.
Desmond-Fitz-Gérald,
engenheiro, tomou parte
em uma experiência
decisiva. O Espírito de
uma jovem, exteriorizado
durante o sono, foi
enviado à sua casa e aí
se materializou. Sua
presença foi reconhecida
por diversas pessoas,
uma das quais se sentiu
tocar pelo fantasma, o
que lhe produziu um
grande terror. É uma
experiência de
desdobramento com
resultado positivo.
b.) A Sra. De Morgan,
esposa do professor a
quem se deve a obra
intitulada “From Matter
to Spirit”, hipnotiza
uma senhorita e ordena
ao seu duplo
exteriorizado que vá
bater à porta da rua. As
pancadas foram ouvidas
por várias pessoas, que
abriram imediatamente
aquela porta e
verificaram que a rua se
achava deserta.
526. Podem-se encontrar
em certas obras e
revistas numerosos casos
em que pessoas vivas,
evocadas durante o sono,
vêm dar, utilizando-se
de médiuns, comunicações
que encerram provas de
identidade. A esses
fatos acrescentaremos os
de reproduções
fotográficas de duplos
ou fantasmas de vivos
exteriorizados. O
testemunho é em tal caso
irrecusável e nenhuma
ilusão é possível. Não
se poderia suspeitar a
chapa sensível de estar
sujeita a alucinações.
527. O professor Istrati,
membro do Conselho de
Ministros da Romênia,
concentrando a própria
vontade antes de
adormecer, pôde
exteriorizar-se,
aparecer ao Doutor
Hasden, senador romeno,
a mais de 50 quilômetros
de distância, e por ele
se fazer fotografar em
espírito. Na chapa
distingue-se a imagem
fluídica do professor,
encarando o obturador do
aparelho.
528. Uma certeza resulta
desse conjunto de fatos:
é que a alma humana, ao
contrário do que
pretendem os
materialistas, não é uma
resultante do organismo,
transitória como ele,
uma função do cérebro,
que se aniquile por
ocasião da morte, mas um
ser em si mesmo real,
independente dos órgãos.
Sua ação se pode exercer
fora dos limites do
corpo; a alma pode
transmitir a outros
seres seus pensamentos,
suas sensações, e mesmo
desdobrar-se e aparecer
em sua forma fluídica.
Sobranceira às leis do
tempo e do espaço, ela
vê à distância e se
transporta ao longe; lê
no passado e pode
penetrar o futuro.
529. A existência da
alma se revela,
conseguintemente, por
fatos. O corpo não é uma
condição indispensável
de sua existência e, se
a ele se acha ligada
durante a passagem
terrestre, esse laço é
apenas temporário.
Depois de sua separação
do organismo físico ela
continua a manifestar-se
por fenômenos de ordem
espírita, cujo estudo
fará o objeto dos
capítulos que se vão
seguir.
530. O estudo da alma
exteriorizada durante a
vida nos conduz, assim,
ao estudo de suas
manifestações depois da
morte. As leis que regem
esses fenômenos são
idênticas. A
exteriorização não é
mais que uma preparação
do Espírito para o
estado de liberdade,
para essa outra forma de
existência em que ele se
encontra desembaraçado
dos liames da matéria. (Continua no próximo
número.)