MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil) |
|
E a Vida Continua...
André Luiz
(Parte
28 e final)
Concluímos nesta edição
o
estudo da obra
E a Vida Continua,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1968 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Desidério e Elisa se
encontraram antes da
reencarnação?
Sim. O encontro deles
ocorreu e durou dez
horas consecutivas. Não
se soube o que
conversaram, mas o
resultado foi ótimo para
Desidério, que voltou ao
seu aposento tocado de
novo brilho no olhar.
Seus ressentimentos e
interrogações haviam
desaparecido e ele
mostrou-se, desde então,
paciente e respeitador.
Elisa, por sua vez,
rogou o amparo de
Evelina para internar-se
em um educandário, a fim
de estudar os problemas
da alma e reeducar-se,
antes de retomar o
envoltório terrestre.
Informada de que
partiria para nova
existência no mundo daí
a três anos, para
reencontrar Desidério,
ansiava aprender,
preparar-se e
melhorar-se, ciente de
que todos os valores
conquistados na
Espiritualidade Maior se
transformam em mais
dilatados recursos de
apoio e colaboração,
para aqueles que os
evidenciem, seja onde
seja.
(E a Vida Continua, cap.
26, pp. 227 e 228.)
B. Quem era a mulher que
aceitou ser mãe de
Desidério?
Mariana era seu nome.
Tratava-se de uma das
colaboradoras e obreiras
do Instituto,
reencarnada nas
vizinhanças de Brígida.
Esposa de um lavrador
que a tuberculose
devorava e mãe de quatro
filhinhos, não obstante
a penúria que lhe
marcava a existência ela
aceitou a incumbência.
Tanto o esposo quanto
ela estavam encerrando
valioso ciclo de provas
regeneradoras no mundo e
não conseguiriam
sustentar-se na carne
por muito tempo.
Desidério ser-lhes-ia,
portanto, o filho
derradeiro, antes da
desencarnação, e a
Evelina e Ernesto
caberia o dever de criar
as circunstâncias pelas
quais o recém-nato
entrasse no lar de
Amâncio e Brígida, na
posição de filho
adotivo.
(Obra citada, cap. 26,
pp. 228 a 230.)
C. Como foi que
Desidério acabou sendo
adotado por Brígida e
Amâncio?
Mariana, com a ajuda
espiritual de Evelina,
conseguira emprego na
residência de Brígida.
Antes que o quinto filho
viesse à luz, seu marido
(Joaquim) desencarnou.
Mariana, que já estava
enfraquecida, adoeceu
gravemente. Viúva agora,
apelou para familiares
humildes e entregou-lhes
os quatro órfãos na
previsão da morte
próxima. Brígida,
atônita, ante a crise
que se agravava,
transferiu-a para a
própria casa, onde
nasceu Desidério. Na
íntima convicção de que
se houvera
desencarregado de seu
último e sagrado dever,
Mariana colocou nos
braços dos protetores a
criança ansiosamente
esperada e desencarnou
cinco dias depois.
Estava concluída a
missão conferida a
Evelina e Fantini.
(Obra citada, cap. 26,
pp. 233 a 235.)
Texto para leitura
109. Desidério
reencontra Elisa e se
torna outro -
Desidério não era, pois,
fácil de contentar, e
Evelina aprovava quanto
ele pedia, de modo a
obter-lhe aceitação para
a empreitada programada.
Quando já havia
decorrido um ano desde
a desencarnação de
Elisa, estando Túlio, no
novo corpo, com a idade
aproximada de dois
meses, Desidério deu por
terminadas suas
exigências para o
regresso pacífico ao
mundo carnal, com
exceção de uma só:
queria rever Elisa e
conversar com ela,
inteiramente a sós, de
modo a entretecerem
projetos para o futuro.
Ribas aprovou o pedido
e, conduzido o
requerente às
dependências onde Elisa,
agora lúcida, se
demorava convalescente
e tranquila, puseram-se
os dois em palestra
íntima, plenamente
isolados, num
tête-à-tête que
perdurou por dez horas
consecutivas. Nada
transpirou do que ambos
conversaram, naquele
primeiro e último
encontro, no Mundo
Espiritual, antes da
reencarnação; no
entanto, algo ocorreu de
inesquecível. Desidério
voltou ao seu aposento,
tocado de novo brilho no
olhar. Os ressentimentos
e as interrogações
haviam desaparecido.
Mostrou-se, desde então,
paciente e respeitador.
Ao mesmo tempo, Elisa
rogou o amparo de
Evelina para internar-se
em algum educandário, a
fim de estudar os
problemas da alma e
reeducar-se, antes de
retomar o envoltório
terrestre. Informada de
que partiria para nova
existência no mundo, daí
a três anos, para
reencontrar Desidério,
ansiava aprender,
preparar-se e
melhorar-se, ciente de
que todos os valores
conquistados na
Espiritualidade Maior se
transformam em mais
dilatados recursos de
apoio e colaboração,
para aqueles que os
evidenciem, seja onde
seja. Evelina anuiu,
satisfeita, e assim se
fez, preparando-se Elisa
em colégio adequado às
suas necessidades, sob
custódia e
responsabilidade da
filha de Desidério dos
Santos. Recolhido este
aos gabinetes de
restringimento para a
reencarnação, as
autoridades concluíram
que não lhe seria
proveitoso o
conhecimento prévio do
lar em que lhe cabia
renascer, porquanto a
condição de enjeitado
haveria de compeli-lo a
mergulho mais profundo
no passado para a
revisão de existências
outras, em que fizera
jus à prova em
perspectiva, e isso não
seria útil. Felizmente,
após o encontro com
Elisa, ele patenteava-se
calmo, confiante e
aceitava todas as
promessas que lhe eram
formuladas. (Cap. 26,
pp. 227 e 228)
110. Escolhida a
mãe de Desidério
- Situava-se Desidério
nos serviços
preparatórios do
renascimento, quando
Ribas convidou Ernesto e
Evelina para tomarem
contacto com a senhora
humilde e simples que
seria a genitora dele.
Competia-lhes assisti-la
e auxiliá-la quanto
possível, na gravidez
próxima, e orientar o
encaminhamento do amigo
renascido ao lar de
Amâncio Terra, visto que
entre as colaboradoras e
obreiras do Instituto,
reencarnadas nas
vizinhanças de Brígida,
fora ela quem aceitara a
incumbência de
recebê-lo nos braços
maternais, não obstante
a penúria que lhe
marcava a existência.
Tratava-se de Mariana,
jovem mulher, esposa de
um lavrador que a
tuberculose devorava,
mãe de quatro filhinhos
em constrangedoras
necessidades. Ela mesma
já se achava em
condições orgânicas
precárias, sentenciada
a contrair a mesma
moléstia. Tanto o esposo
quanto ela estavam
encerrando valioso ciclo
de provas regeneradoras
no mundo e não
conseguiriam
sustentar-se na carne
por muito tempo;
Desidério ser-lhes-ia o
filho derradeiro, antes
da desencarnação, e a
Evelina e Ernesto
caberia o santo dever de
criar as circunstâncias
pelas quais o recém-nato
entrasse no lar de
Amâncio e Brígida, na
posição de filho
adotivo. Era noite alta
no plano físico quando
Mariana, em
desdobramento espiritual
através do sono comum,
penetrou a sala em que
Ribas e os amigos a
esperavam. Escoltada
carinhosamente por um
mensageiro, ela não
poderia apresentar-se
de maneira mais simples.
Detendo-se diante de
Ribas, ajoelhou-se e
pediu-lhe a bênção.
Ribas pediu-lhe que se
levantasse e, após
apresentar-lhe Ernesto e
Evelina, disse,
apontando Evelina: "Esta
é a irmã que velará por
você, na próxima
gravidez. Por favor,
Mariana, esforce-se para
retê-la na
lembrança!..." Mariana,
após rogar a Evelina o
seu auxílio, disse que
tudo faria para cumprir
a vontade de Deus,
recebendo mais um filho:
"Joaquim, meu esposo,
está mais fraco, mais
doente... Lavo e passo,
trabalho quanto posso,
mas ganho pouco...
Quatro filhos
pequenos!... Ignoro se
já sabeis, mas nosso
barraco não está
resistindo às chuvas...
Quando o vento atravessa
as paredes rachadas,
Joaquim piora, tosse
muito!... Não estou a
queixar-me, meu pai, mas
peço o vosso
auxílio!..." (Cap. 26,
pp. 228 a 230)
111. Brígida faz
planos para o filho
- Ribas, sensibilizado
com a humildade da
mulher, disse-lhe: "Oh!
Mariana, não tema! Deus
não nos abandona! Seus
filhinhos serão
sustentados e, muito em
breve, você e Joaquim
estarão numa casa
grande..." Mariana
agradeceu dizendo
confiar em Deus e no
Instrutor, sem imaginar
que ele se referia à
próxima desencarnação do
casal, quando, por
merecimento genuíno,
teriam os dois cônjuges
novo domicílio na Vida
Maior. De volta ao lar,
Mariana acordou o marido
e lhe relatou o sonho.
"Teriam mais um filho e,
em breve, uma casa
grande..." Joaquim
riu-se e aditou,
ignorando que abordava a
realidade: "Ah! minha
mulher!... Casa grande?
só se for no outro
mundo!..." Evelina e
Ernesto, que assistiam à
cena, sorriram... Dois
dias transcorreram e
Evelina, instalada com
permissão superior na
mansão de Amâncio Terra,
pôs-se a influenciar o
coração materno, com
vistas à realização
esperada. Promoveu-lhe
sonhos com o pequenino
que lhe chegaria aos
braços, povoou-lhe as
reflexões com ideais de
caridade e esperança,
sugeriu-lhe leituras
renovadoras,
inspirou-lhe
conversações com o
marido e, pela primeira
vez, naquela casa,
apareceu o hábito
regular da prece,
porquanto Brígida, ante
a doce atuação da filha,
conseguiu que o esposo
lhe compartilhasse as
orações, todas as
noites, no preparo do
sono. Espantado, anotava
ele o fervor da mulher,
a inflamar-se de amor ao
próximo, e, porque
fosse, de si mesmo,
devotado à prática da
solidariedade humana,
encorajava-lhe os rasgos
de altruísmo. Os planos
para o futuro filho
foram crescendo. A ideia
do casal era transferir
residência para São
Paulo, onde poderiam
educá-lo com esmero.
Solicitariam para isso a
cooperação de Caio, o
genro que se casara
outra vez mas que
continuava amigo. Quatro
meses haviam
transcorrido sobre a
nova situação, quando,
numa ensolarada manhã,
em que os velhos
cônjuges haviam
palestrado com ênfase
acerca de assistência às
mães desvalidas,
Mariana, inspirada por
Evelina, bateu à porta.
Brígida a atendeu e,
enlaçada de imediato
pela filha, ouviu a
recém-chegada com
simpatia. (Cap. 26, pp.
231 a 233)
112. Nasce
Desidério -
Mariana implorava
trabalho. E relacionou
em voz triste alguns
pedaços da própria
história. Engravidara de
novo, embora já tivesse
quatro filhinhos.
Achava-se, porém, sem
recursos, com o marido
muito doente... Brígida
deu-lhe algum dinheiro e
prometeu visitá-la em
pessoa, naquele mesmo
dia, logo que o marido
voltasse do serviço
para o descanso caseiro.
Amâncio não regateou
atenções ao pedido da
companheira e, ao
crepúsculo, ei-los
juntos na casa
paupérrima. Condoídos
ambos, providenciaram a
remoção da família em
penúria para estreito
mas confortável
domicílio na gleba que
cultivavam. Antes que o
quinto filho viesse à
luz, Joaquim demandou a
Espiritualidade,
louvando os
benfeitores. Mariana,
desde muito
enfraquecida, adoeceu
gravemente. Viúva agora,
apelou para familiares
humildes e entregou-lhes
os quatro órfãos na
previsão da morte
próxima. Brígida,
atônita, ante a crise
que se agravava,
transferiu-a para a
própria casa, onde
Desidério, reencarnado,
abriu, por fim, os
olhos, de novo, para a
existência terrestre. Na
íntima convicção de que
se houvera
desencarregado de seu
último e sagrado dever,
Mariana colocou nos
braços dos protetores a
criança ansiosamente
esperada e desencarnou
cinco dias depois!
Benfeitores
desencarnados acolheram
a piedosa mãe, ao mesmo
tempo que osculavam o
pequenino. Misturavam-se
ali, na mansão florida,
o adeus e a chegada, a
tristeza da morte e a
alegria da vida.
Brígida chorava e ria.
Amâncio meditava, tocado
de emoções e ideias
renovadoras. Ernesto e
Evelina, em preces de
gratidão, notavam,
surpresos, que tanto
para Mariana, no
esquife, quanto para
Desidério, no berço,
enviava Deus a bênção de
novo dia!... À noite,
pequena carruagem
voadora, em forma de
estrela irisada, depunha
Fantini e Evelina na
cidade que lhes servia
de residência. E no
Instituto de Proteção
Espiritual, todos
atiravam-lhes flores,
porque a partir daquele
dia começavam ambos uma
nova experiência,
consagrados um ao outro
em sublime união! (Cap.
26, pp. 233 a 235)
- Fim -