A ciência já comprovou a
reencarnação?
O Espírito realmente
existe? E, se a resposta
for positiva, será ele
imortal? E, mais ainda:
suscetível de retornar
ao mundo por um novo
nascimento, proposta
esta da reencarnação?
Tais perguntas são
desprovidas de lógica
para um espiritista
convicto como eu, que
não tenho fé em tais
perspectivas, mas sim,
algo de muito concreto,
de certeza adquirida,
tal como princípios
muito bem resolvidos em
mim mesmo, e, portanto,
já
não se trata
de questões de ordem
fideísta, e sim, de
coisas inabaláveis, tão
certas como a obviedade
de que o Sol é o centro
do nosso sistema de
mundos, sistema,
portanto, heliocêntrico,
e não geocêntrico da
ingênua postura
anterior.
Ora, se a evolução, ao
longo do tempo, tem como
escopo o aperfeiçoamento
da espécie, ou, das
muitas espécies, qual
seria o ponto
culminante
da mesma? Até onde
seríamos levados, e por
quem? Se a evolução se
dá do menor para o
maior, do verme ao
homem, qual o ápice do
homem? Não seria a
Consciência, o Espírito?
Penso que sim, que o
cume da evolução seria
este despertar do Ser
Principal, e que evolve
ainda, certamente, para
planos éticos e
conscienciais mui
sublimados, conquanto,
ainda, de nossa
incompreensão.
Isto, pois, é o que o
Espiritismo preceitua:
que a evolução há de ser
conduzida por algum
princípio diretor e
organizador da matéria,
que, obviamente, vai se
sutilizando na medida em
que os grosseiros corpos
se vão, também, e, como
consequência, se
substituindo e se
embelezando na escala
evolucional, desde os
primeiros tipos ao
homo sapiens,
ápice de aperfeiçoamento
a que chegamos desde as
primeiras formas de
remotíssimos tempos.
Do ponto de vista
antropológico, ou, das
mais diversas culturas
humanas, o fato é que a
reencarnação se
patenteia como algo
multimilenar, atingindo,
no Cristianismo, sua
forma confirmativa de
máxima expressão nos
termos seguintes: “É
preciso que nasçais de
novo” (Jesus).
Para se purificar e se
elevar consoante
expresso no: “sede
perfeitos como vosso Pai
Celestial é Perfeito”,
sendo tais sentenças,
esta e aquela outra,
preceituadas antes mesmo
do Cristo, nas antigas e
sábias culturas gregas,
afirmando, por exemplo,
que:
“Depois da nossa morte,
o gênio que nos fora
designado durante nossa
vida, nos conduz para um
lugar onde se reúnem
todos aqueles que devem
ser conduzidos ao Hades,
para aí serem julgados.
As almas, depois de
terem permanecido no
Hades o tempo
necessário, são
reconduzidas a esta vida
em numerosos e longos
períodos”. (Sócrates).
Sendo “o gênio”, um anjo
da guarda; o “Hades”, um
local do mundo
invisível; e, “são
reconduzidas a esta
vida”, pela
reencarnação, por
inúmeras vezes e por
longos períodos, até que
se dê a sua purificação.
O que se confirma na
mais completa, mais
generosa e consoladora
Doutrina de todos os
tempos da humanidade, se
firmando no mundo como
Cristianismo Redivivo –
ou Espiritismo - com
seus filósofos e
cientistas mais
eminentes, tais como
Kardec, Denis,
Flammarion, Delanne,
Crookes e muitos outros
mais que lhe confirmaram
sobejamente, ao âmbito
da verdade, da mais
rigorosa Ciência
experimental.
Presentemente,
cientistas renomados
tais como os Drs.
Banerjee, Hernani
Andrade, Ian Stevenson
têm deduzido que a
reencarnação é hoje uma
hipótese científica não
descartável, a
solucionar, por sua vez,
o tão controverso
problema da
sobrevivência humana.
Para que se possa
apreciar como a Ciência
vem tratando seriamente
a questão, repisemos
algo relativo ao
trabalho do catedrático
de psiquiatria da Escola
de Medicina da
Universidade de
Virgínia/EUA, Dr. Ian
Stevenson: “Vinte Casos
Sugestivos de
Reencarnação” (1970 –
Edit. Difusora
Cultural).
Nas décadas de pesquisas
em que percorreu o mundo
todo, o Dr. Stevenson
conseguiu levantar mais
de 3.000 casos mui bem
detalhados que reforçam
a Palingenesia, o
retorno do Espírito à
vida material, ou,
simplesmente,
Reencarnação. Dito
pesquisador prestou-se
ao trabalho de descobrir
pessoas, de preferência
crianças que, desde
tenra idade, revelassem,
aos de sua convivência,
conhecer dados de um
passado transcorrido,
dados estes que surgiam
no cérebro do infante
como lembranças precisas
de uma vida anterior.
Mas não
se trata
de brincadeiras ou de
fantasias infantis, pois
que tais elementos deram
informações confirmantes
de suas vidas passadas,
com a menção de nomes de
pessoas, parentes,
datas, objetos de uso
pessoal, lugares onde
viviam etc., com uma
precisão e uma firmeza
admirável, a ponto de
levar à convicção até
mesmo os mais
refratários a tal ideia.
Com postura positivista,
de quem busca a verdade
de forma imparcial, o
Dr. Stevenson foi
constatando, após uma
minuciosa apuração de
dados e exaustivos
labores de campo para a
sua confirmação, que
aqueles informes,
envolvendo outras
pessoas, outros lugares,
ambientes e objetos do
seu conhecimento e de
uso pessoal, retratavam
a mais fiel e
surpreendente verdade: a
de que o Espírito é um
fato concreto, que tal
já experienciara outras
vidas, já reencarnara
outras personalidades no
curso do tempo-evolução.
Espírito este que,
reencarnado, chega até
mesmo aos prantos ao
reencontrar-se com
familiares e amigos do
pretérito vivido; que se
emociona, junto com os
demais, ao trocar
confidências íntimas só
deles conhecidas e de
mais ninguém; Espírito
este que, reencarnado,
tem a plena recordação
de localidades, de fatos
e ocorrências
pormenorizadas
absolutamente reais,
extraídos do cotidiano
vivido no mundo, da
própria experiência do
“sujet” que, no seu
montante, dão o mais
autêntico testemunho da
Lei Palingenésica, da
Reencarnação.
Negá-la, por uma fé
simplista e cega, e,
portanto, por
ignorância, até se
compreende; mas por vis
interesses de casta, de
grupos que pretendem
esconder a verdade, é
deveras baixo e
extremamente reprovável.
Mas a recordação precisa
de vidas passadas são
casos eventuais; eles só
se verificam pela
permissão divina para
que o homem pesquise,
faça suas minuciosas
observações e retire
conclusões filosóficas
do fato experimental.
Tais casos, pois, servem
para afastar o homem da
ignorância,
ampliando-lhe os
horizontes da vida,
constatando sua
imortalidade, conquanto
tenha de viver outras
vidas, outras provas da
reencarnação.
Com isto, o presente
viver, o nosso hoje,
parece não ter tido o
seu início no berço, e
sim, no longínquo ontem
de eras passadas, pois
que o homem, ao que tudo
indica, e, por provas
irrecusáveis, é um Ser
palingenésico imortal.
Verdade que a Ciência
moderna e, independente
de quaisquer religiões
ou posturas filosóficas
de antanho, está
descobrindo ou
confirmando por suas
próprias experienciações!
Nota do articulista:
O Dr. Stevenson nunca
foi espírita, mas deixou
provas cabais que
confirmam os postulados
espiritistas; o seu
livro, resumos e tudo o
mais, já está
disponibilizado na
internet para quem tenha
interesse em ampliar
seus horizontes
científicos e culturais,
libertando-se das
amarras do preconceito e
da ignorância humanas.