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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 344 - 5 de Janeiro de 2014
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Mecanismos da Mediunidade

André Luiz

(Parte 1)

Iniciamos nesta edição o estudo sequencial do livro Mecanismos da Mediunidade, obra de autoria de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1960 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Diz Emmanuel que no Cristianismo nascente a mediunidade atingiu culminâncias jamais vistas. A que fenômenos ele se refere?

Segundo Emmanuel, a partir das manifestações do dia de Pentecostes, os eventos mediúnicos tornaram-se habituais para os Apóstolos de Jesus, como dá conta o Livro de Atos, que mostra Espíritos materializados libertando Pedro e seus companheiros da prisão, a prática generalizada do magnetismo curativo, a libertação dos obsidiados, a clarividência de Saulo de Tarso, que viu o próprio Cristo, às portas de Damasco e lhe recolheu as instruções. Não somente em Jerusalém, como também em Antioquia, os mensageiros espirituais prestavam contínua assistência aos semeadores do Evangelho, através de médiuns diversos, como Agabo, que realizou importante premonição relatada em Atos dos Apóstolos. (Mecanismos da Mediunidade, Introdução assinada por Emmanuel, pp. 13 a 16.)

B. Ao misturar ciência e religião, os espíritas causam prejuízo à parte científica do Espiritismo?

Não. Reportando-se a essa ideia, André Luiz diz que, apesar do respeito que devemos à pesquisa dos sábios, os espíritas não podem abdicar do senso religioso que lhes define o trabalho. “Consideram os espíritas - afirma André Luiz - que o historiador, o fisiologista e o químico podem não pensar em Além-Túmulo, mas não conseguem avançar desprovidos de senso moral, porquanto o historiador, sem dignidade, é veículo de impudência; o fisiologista, sem respeito para consigo próprio, quase sempre se transforma em carrasco da vida humana, e o químico, desalmado, facilmente se converte em agente da morte.” (Obra citada, Prefácio de André Luiz, pp. 17 a 19.)

C. Com relação à mediunidade, qual é a obrigação dos espíritas?

Segundo André Luiz, é nossa obrigação cultuar a mediunidade e acrisolá-la, aparelhando-nos com os recursos precisos ao conhecimento de nós mesmos, compreendendo que não basta a observação dos fatos em si, mas se fazem indispensáveis a disciplina e a iluminação dos ingredientes morais que os constituem, a fim de que se tornem fatores de aprimoramento e felicidade, a benefício da criatura em trânsito para a realidade maior. (Obra citada, Prefácio de André Luiz, pp. 19 e 20.)

Texto para leitura

1. Registros de Allan Kardec - Abrindo este livro, André Luiz transcreve cinco trechos extraídos das Obras de Allan Kardec, em que o Codificador ensina: I - O Espírito do sonâmbulo, no estado de desprendimento em que fica colocado, entra em comunicação mais fácil com os outros Espíritos encarnados, ou não encarnados, comunicação essa que se estabelece pelo contato dos fluidos, que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento. II - O médium exprime o pensamento dos Espíritos pelos meios mecânicos que estão à sua disposição, mas a expressão desse pensamento pode e deve mesmo, as mais das vezes, ressentir-se da imperfeição de tais meios. III - A mediunidade não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos. Faltando estes, já não há mediunidade. IV - Por toda a parte, há vida e movimento; nenhum canto do Infinito encontra-se despovoado; não existe região alguma que não seja incessantemente percorrida por legiões inumeráveis de Espíritos radiantes, invisíveis aos sentidos grosseiros dos encarnados, mas cuja vista deslumbra de alegria e admiração as almas libertas da matéria. V - São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. (Introdução, pp. 11 e 12.)

2. Mediunidade  - À guisa de introdução a esta obra, Emmanuel refere diversas passagens da História sacra e profana em que se evidenciam as manifestações dos Espíritos, mas assevera que foi justamente no Cristianismo nascituro que a mediunidade atingiu culminâncias jamais vistas. A partir das manifestações do dia de Pentecostes, os eventos mediúnicos tornaram-se habituais para os Apóstolos de Jesus, como dá conta o Livro de Atos, que mostra Espíritos materializados libertando Pedro e seus companheiros da prisão, a prática generalizada do magnetismo curativo, a libertação dos obsidiados, a clarividência de Saulo de Tarso, que viu o próprio Cristo, às portas de Damasco e lhe recolheu as instruções. Não somente em Jerusalém, como também em Antioquia, os mensageiros espirituais prestavam contínua assistência aos semeadores do Evangelho, através de médiuns diversos, como Agabo, que realizou importante premonição relatada em Atos dos Apóstolos. Emmanuel adverte, porém, que tanto ontem quanto hoje os médiuns experimentavam injustiça e perseguição, e padeciam inquéritos e sarcasmos, como se deu com Estêvão, lapidado pelos fariseus, e com Tiago, morto a golpes de espada. Na sequência, após reportar-se, ligeiramente, a sensitivos famosos mais próximos de nossa época, o Mentor espiritual de Chico Xavier, elogiando o esforço de André Luiz na elucidação dos problemas que dizem respeito à mediunidade, fecha seu comentário, afirmando: “Em nosso campo de ação, temos livros que consolam e restauram, medicam e alimentam, tanto quanto aqueles que propõem e concluem, argumentam e esclarecem. Nesse critério, surpreendemos aqui um livro que estuda. Meditemos, pois, sobre suas páginas”. (Introdução assinada por Emmanuel, pp. 13 a 16.)

3. Ante a mediunidade - Em seu prefácio, André Luiz diz que, embora um século de Doutrina Espírita haja transcorrido, persiste ainda a incompreensão em torno da mediunidade. Enquanto os intelectuais vinculados ao ateísmo prático a desprezam, os experimentadores a observam com reserva, e somente os espíritas, conscientes de sua presença e significado perante a vida, sustentam-lhe a bandeira de trabalho e revelação. Reportando-se aos que dizem que os espíritas, ao misturar ciência e religião, causam um grande prejuízo para a parte científica do Espiritismo, André observa que, apesar do respeito que devemos à pesquisa dos sábios, os espíritas não podem abdicar do senso religioso que lhes define o trabalho. “Consideram os espíritas - afirma André Luiz - que o historiador, o fisiologista e o químico podem não pensar em Além-Túmulo, mas não conseguem avançar desprovidos de senso moral, porquanto o historiador, sem dignidade, é veículo de impudência; o fisiologista, sem respeito para consigo próprio, quase sempre se transforma em carrasco da vida humana, e o químico, desalmado, facilmente se converte em agente da morte.” Dito isto, acrescenta André: “Se caminham atentos à mensagem das Esferas Espirituais, isso não quer dizer se enquistem na visão de mundos etéreos, para enternecimento beatífico e esterilizante, mas para se fazerem elementos úteis  na edificação do mundo melhor. Se analisam as emanações anímicas é porque desejam cooperar no aperfeiçoamento da vida espiritual no Planeta, assim como na solução dos problemas do destino e da dor, junto da Humanidade, de modo a se esvaziarem penitenciárias e hospícios, e, se algo procuram, acima do terra-a-terra, esse algo é a educação de si mesmos, através do bem puro aos semelhantes, com o que aspiram, sem pretensão, a orientar o fenômeno a serviço dos homens, para que o fenômeno não se reduza a simples curiosidade da inteligência”. (Prefácio de André Luiz, pp. 17 a 19.)

4. Ciência e mediunidade - Depois de asseverar que existem manifestações da luz, da eletricidade, do calor e da matéria, desconhecidas nas faixas da evolução humana, das quais somente poderemos, por enquanto, recolher informações pelas vias do espírito, André Luiz explica que recorreu a diversos trabalhos de divulgação científica do mundo contemporâneo, para tornar a substância espírita deste livro mais seguramente compreendida. Ele, entretanto, adverte que é preciso, quanto aos apontamentos científicos humanos, reconhecer-lhes o caráter passageiro, no que se refere à definição e à nomenclatura, atentos à circunstância de que a experimentação constante induz os cientistas de um século a considerar, muita vez, como superado, o trabalho dos cientistas que os precederam. Por causa disso, as notas dessa natureza, neste livro, tomadas naturalmente ao acervo de informações e deduções dos estudiosos da atualidade terrestre, valem por vestimenta necessária, mas transitória, da explicação espírita da mediunidade, que é, nesta obra, o corpo de ideias a ser apresentado. “Não podemos - assevera André - esquecer a obrigação de cultuar a mediunidade e acrisolá-la, aparelhando-nos com os recursos precisos ao conhecimento de nós mesmos. A Parapsicologia nas Universidades e o estudo dos mecanismos do cérebro e do sonho, do magnetismo e do pensamento nas instituições ligadas à Psiquiatria e às ciências mentais, embora dirigidos noutros rumos, chegarão igualmente à verdade, mas, antes que se integrem conscientemente no plano da redenção humana, burilemos, por nossa vez, a mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, que revive a Doutrina de Jesus, no reconhecimento de que não basta a observação dos fatos em si, mas também que se fazem indispensáveis a disciplina e a iluminação dos ingredientes morais que os constituem, a fim de que se tornem fatores de aprimoramento e felicidade, a benefício da criatura em trânsito para a realidade maior.” (Prefácio de André Luiz, pp. 19 e 20.) 

5. Agitação e ondas  - A inteligência do século XX, após esforços persistentes de muitos sábios encarnados no mundo, chegou ao entendimento de que a Terra é um magneto de gigantescas proporções, constituído de forças atômicas condicionadas e cercado por essas mesmas forças em combinações multiformes, compondo o chamado campo eletromagnético em que o planeta, no ritmo de seus próprios movimentos, se tipifica na Imensidade Cósmica. Nesse reino de energias, em que a matéria concentrada estrutura o Globo de nossa moradia e em que a matéria em expansão lhe forma o clima peculiar, a vida desenvolve agitação. E toda agitação produz ondas. Uma frase que emitimos ou um instrumento que vibra criam ondas sonoras. Liguemos o aquecedor e espalharemos ondas caloríficas. Acendamos a lâmpada e exteriorizaremos ondas luminosas. Façamos funcionar o receptor radiofônico e encontraremos ondas elétricas. Em suma, toda inquietação se propaga em forma de ondas, através dos diferentes corpos da Natureza. (Cap. I, pp. 21 e 22.) (Continua na próxima edição.)

 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita