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Um minuto com Chico Xavier

Ano 7 - N° 344 - 5 de Janeiro de 2014

JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)
 

 

Na semana passada publicamos um conto escrito pelo famoso escritor Humberto de Campos através da mediunidade de nosso Chico. Nesta semana apresentaremos uma crônica escrita pelo mesmo autor, quando este ainda estava encarnado, crônica essa que foi publicada pelo “Diário Carioca” com o título “Poetas do outro mundo”, em que ele fala de sua opinião sobre o jovem médium, com vinte e dois anos na época, que recebeu mensagens de vários poetas conhecidos e consagrados, culminando com o livro “Parnaso de Além-Túmulo”, editado pela Federação Espírita Brasileira.

Vejamos dois parágrafos em que ele trata do assunto:

“Lidando nesta vida com os espíritos medíocres que frequentam a casa de comércio em que trabalha, resolveu Francisco Cândido Xavier tornar-se mais exigente no reino das sombras, buscando nele, para conversar, inteligências superiores, homens de letras e especialmente poetas que já haviam passado por este mundo. Nessas palestras em que a boca se mantinha em silêncio, transmitiam-lhe os seus novos amigos algumas poesias elaboradas depois de desencarnados, e que o jovem caixeiro de Pedro Leopoldo ia escrevendo mecanicamente, sem esforço do braço ou da imaginação. Esses espíritos eram ordinariamente Guerra Junqueiro, Antero de Quental, Augusto dos Anjos, Castro Alves, Casimiro de Abreu, João de Deus, Auta de Souza, Pedro II, Souza Caldas, Júlio Diniz, Cruz e Souza e Casimiro Cunha, poeta vassourense. Às vezes aparecia, também, um anônimo, cuja modéstia não desaparecera nem no outro mundo”.

E, no final da crônica, fala da possível autenticidade das comunicações:

“Eu faltaria, entretanto, ao que me é imposto pela consciência, se não confessasse que, fazendo versos pela pena do Sr. Francisco Cândido Xavier, os poetas de que ele é intérprete apresentam as mesmas características de inspiração e de expressão que os identificavam neste planeta. Os temas abordados são os que os preocupavam em vida. O gosto é o mesmo. E o verso obedece, ordinariamente, à mesma pauta musical. Frouxo e ingênuo em Casimiro, largo e sonoro em Castro Alves, sarcástico e variado em Junqueiro, fúnebre e grave em Antero, filosófico e profundo em Augusto dos Anjos – sente-se ao ler cada um dos autores que veio do outro mundo para contar, neste instante, a inclinação do Sr. Francisco Cândido Xavier para descrever 'À La manière de...', ou para traduzir o que aqueles altos espíritos sopraram ao seu”.    



 


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