Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
2)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que é uma onda?
Segundo definição de
André Luiz, na falta de
terminologia mais clara,
uma onda é determinada
forma de ressurreição da
energia, por intermédio
do elemento particular
que a veicula ou
estabelece. A fonte
primordial de qualquer
irradiação é o átomo ou
partes dele em agitação,
despedindo raios ou
ondas que se articulam,
de acordo com as
oscilações que emite. As
ondas são avaliadas
segundo o comprimento em
que se expressam,
dependendo esse
comprimento do emissor
em que se verifica a
agitação. Fina vara
tangendo as águas de um
lago provocará ondas
pequenas, ao passo que a
tora de madeira,
arrojada ao lençol
líquido, traçará ondas
maiores. Um contrabaixo
lançá-las-á muito
longas. Um flautim
desferi-las-á muito
curtas.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. I,
pág. 22.)
B. A substância das
ondas ou oscilações
eletromagnéticas é
sempre a mesma?
Sim. Elas se diferenciam
segundo seu comprimento
ou distância que se
segue à crista de uma
onda à crista da onda
seguinte, em vibrações
mais ou menos rápidas,
conforme as leis de
ritmo em que se lhes
identifica a frequência
diversa.
(Obra citada,
Cap. I, pág. 22.)
C. Pode-se dizer que o
homem apenas assinala as
ondas que se lhe afinam
com o modo de ser?
Sim. Pelo menos é o que
André Luiz informa.
Segundo ele, o homem é
uma espécie de viajante
do Cosmo, respirando num
vastíssimo império de
ondas que se comportam
como massa ou
vice-versa,
condicionado, nas suas
percepções, à escala do
progresso que já
alcançou, progresso esse
que se mostra sempre
acrescentado pelo
patrimônio de
experiência em que se
gradua, no campo mental
que lhe é
característico, em cujas
dimensões revela o que a
vida já lhe deu – ou
tempo de evolução –
e aquilo que ele
próprio já deu à vida,
ou tempo de esforço
pessoal na construção do
destino.
(Obra citada,
cap. I, pp. 22 e 23.)
Texto para leitura
6. Tipos e
definições - Que
é uma onda? André Luiz
responde: “À falta de
terminologia mais clara,
diremos que uma onda é
determinada forma de
ressurreição da energia,
por intermédio do
elemento particular que
a veicula ou
estabelece”. Partindo
desse princípio, diz
André ser possível
entender que a fonte
primordial de qualquer
irradiação é o átomo ou
partes dele em agitação,
despedindo raios ou
ondas que se articulam,
de acordo com as
oscilações que emite. As
ondas são avaliadas
segundo o comprimento em
que se expressam,
dependendo esse
comprimento do emissor
em que se verifica a
agitação. Fina vara
tangendo as águas de um
lago provocará ondas
pequenas, ao passo que a
tora de madeira,
arrojada ao lençol
líquido, traçará ondas
maiores. Um contrabaixo
lançá-las-á muito
longas. Um flautim
desferi-las-á muito
curtas. As ondas ou
oscilações
eletromagnéticas são
sempre da mesma
substância,
diferenciando-se,
contudo, na pauta do seu
comprimento ou distância
que se segue ao penacho
ou crista de uma onda à
crista da onda seguinte,
em vibrações mais ou
menos rápidas, conforme
as leis de ritmo em que
se lhes identifica a
frequência diversa.
(Cap. I, pág. 22.)
7. Homem e ondas
- Simplificando
conceitos em torno da
escala das ondas,
recordemos que,
oscilando de maneira
integral, sacudidos
simplesmente nos
elétrons de suas órbitas
ou excitados apenas em
seus núcleos, os átomos
lançam de si ondas que
produzem calor e som,
luz e raios gama,
através de inumeráveis
combinações. Assim é que
entre as ondas da
corrente alternada para
objetivos industriais,
as ondas do rádio, as da
luz e as dos raios X,
tanto quanto as que
definem os raios
cósmicos e as que se
superpõem além deles,
não há qualquer
diferença de natureza,
mas sim de frequência,
considerado o modo em
que se exprimem. O
homem, colocado nas
faixas desse imenso
domínio, somente
assinala as ondas que se
lhe afinam com o modo de
ser. Temo-lo, assim, por
viajante do Cosmo,
respirando num
vastíssimo império de
ondas que se comportam
como massa ou
vice-versa,
condicionado, nas suas
percepções, à escala do
progresso que já
alcançou, progresso esse
que se mostra sempre
acrescentado pelo
patrimônio de
experiência em que se
gradua, no campo mental
que lhe é
característico, em cujas
dimensões revela o que a
vida já lhe deu –ou
tempo de evolução –
e aquilo que ele
próprio já deu à vida,
ou tempo de esforço
pessoal na construção do
destino. Para a
valorização e
enriquecimento do
caminho que lhe compete
percorrer, recebe dessa
mesma vida, que o
acalenta e a que deve
servir, o tesouro do
cérebro, por intermédio
do qual exterioriza as
ondas que lhe marcam a
individualidade, no
concerto das forças
universais, e absorve
aquelas com as quais
pode entrar em sintonia,
ampliando os recursos do
seu cabedal de
conhecimento, e das
quais se deve
aproveitar, no
aprimoramento intensivo
de si mesmo, no trabalho
da própria sublimação.
(Cap. I, pp. 22 e
23.)
8. Continente do
“infrassom” -
Ajustam-se ouvidos e
olhos humanos a balizas
naturais de percepção,
circunscritos aos
implementos da própria
estrutura. Abaixo de 35
a 40 vibrações por
segundo, a criatura
encarnada, ou que ainda
se mostre fora do corpo
físico em condições
análogas, movimenta-se
no império dos
“infrassons”, embora
alguns autores entendam
que os infrassons
comecem abaixo de 16
vibrações por segundo.
Isso significa que os
sons continuam
existindo, mas o homem
não dispõe de recursos
para assinalá-los. A
ponte pressionada por
grande veículo ou a
locomotiva que avança
sobre trilhos agita a
porta de residência não
distante, porta essa
cuja inquietação se
comunica a outras portas
mais afastadas, em
regime de transmissão
“infrassom”. Nesse
domínio das correntes
imperceptíveis,
identificaremos as ondas
eletromagnéticas de
Hertz – chamadas também
de ondas hertzianas –, a
se exteriorizarem da
antena alimentada pela
energia elétrica e que,
apresentando frequência
aumentada, com o emprego
dos chamados “circuitos
oscilantes”,
constituídos com o
auxílio de
condensadores, produzem
as ondas da telegrafia
sem fio e do rádio
comum, começando pelas
ondas longas, até
aproximadamente mil
metros, na medida
equivalente à frequência
de 300.000 vibrações por
segundo ou 300
quilociclos, e avançando
pelas ondas curtas, além
das quais se localizam
as ondas métricas ou
decimétricas,
disciplinadas em serviço
do radar e da televisão.
Em semelhantes faixas da
vida, que a ciência
terrestre assinala como
o continente do
“infrassom”, circulam
forças complexas;
contudo, para o Espírito
encarnado ou ainda
condicionado às
sensações do Plano
Físico, existe nessas
províncias da Natureza
apenas silêncio.
(Cap. I, pp. 24 e 25.)
9. Sons
perceptíveis -
Aumente-se a frequência
das ondas, nascidas do
movimento incessante do
Universo, e o homem
alcançará a escala dos
sons perceptíveis, mais
exatamente qualificáveis
nas cordas graves do
piano. Nesse ponto,
penetraremos a esfera
das percepções
sensoriais da criatura
terrestre, visto que,
nesse grau vibratório,
as ondas se
transubstanciam em
fontes sonoras que
afetam o tímpano,
gerando os “tons de
Tartini” ou “tons de
combinação”, com efeitos
psíquicos, segundo as
disposições mentais de
cada indivíduo. Eleva-se
o diapasão. Sons médios,
mais altos, agudos,
superagudos. Na
fronteira aproximada de
pouco além de 15.000
vibrações por segundo,
não raro, o ouvido
vulgar atinge a zona
limite, embora se saiba
que a escala de
percepção é extremamente
variável. Há pessoas,
por exemplo, que
continuam a ouvir além
desses marcos, como se
dá com certos animais,
como os cães, portadores
de profunda acuidade
auditiva, que escutam
ruídos no “ultrassom”,
para além das 40.000
vibrações por segundo.
(Cap. I, pág. 25.)
10. Outros reinos
ondulatórios -
Salientando-se no oceano
da Vida Infinita, outros
reinos ondulatórios se
espraiam, ofertando
novos campos de evolução
ao Espírito, que a mente
ajustada às
peculiaridades do
planeta não consegue
perceber. Sigamos
através das oscilações
mais curtas e seremos
defrontados pelas ondas
do infravermelho.
Começam a luz e as cores
visíveis ao olhar
humano. As micro-ondas,
em manifestação
ascendente, determinam
nas fibras
intrarretinianas,
segundo os potenciais
elétricos que lhes são
próprios, as imagens das
sete cores fundamentais,
facilmente
descortináveis na luz
branca que as sintetiza,
por intermédio do prisma
comum, criando
igualmente efeitos
psíquicos, em cada
criatura, conforme os
estados mentais que a
identifiquem. Alteia-se
a ordem das ondas e
surgem, depois do
vermelho, o alaranjado,
o amarelo, o verde, o
azul, o anilado e o
violeta. No comprimento
de onda em que se
localiza o violeta, em
4/10.000 de milímetro,
os olhos humanos cessam
de enxergar; todavia, a
série das oscilações
continua em progressão
constante e a chapa
fotográfica, situada na
vizinhança do espectro,
revela a ação
fotoquímica do
ultravioleta e,
ultrapassando-o,
aparecem as ondas
imensamente curtas dos
raios X, dos raios gama,
dirigindo-se para os
raios cósmicos, a
cruzarem por todos os
departamentos do Globo.
Semelhantes notas
oferecem ligeira ideia
da transcendência das
ondas nos reinos do
Espírito, com base nas
forças do pensamento.
(Cap. I, pp. 25 e 26.)
Glossário
Átomo -
Sistema energeticamente
estável, formado por um
núcleo positivo que
contém nêutrons e
prótons, e cercado de
elétrons. A menor
quantidade de uma
substância elementar que
tem as propriedades
químicas de um elemento.
Todas as substâncias são
formadas de átomos, que
se podem agrupar,
formando moléculas ou
íons.
Circuito
– Eng. Elétr. Conjunto
de componentes passivos
e ativos, e de fontes de
força eletromotriz,
ligados eletricamente
entre si, e no qual
existe pelo menos um
caminho fechado ao longo
das ligações e
componentes; circuito
elétrico.
Condensador
– Fís. Dispositivo em
que se realiza a
condensação de um vapor,
e que consta de um
conjunto, por onde passa
o vapor, envolto numa
camisa por onde circula
um líquido de
refrigeração.
Corrente alternada
– Eletr. Aquela cuja
intensidade varia
senoidalmente com o
tempo [siglas: AC e CA].
Eletrôn. Corrente
elétrica cuja
intensidade e sentido
variam periodicamente
com o tempo.
Corrente elétrica
– Eletr. Fluxo de carga
elétrica através de um
condutor. Intensidade do
fluxo de carga elétrica
através de um condutor.
Crista -
O ponto mais alto de um
monte; ápice; ponto
culminante.
Diapasão
- Tom, padrão, medida.
Em música: timbre ou
registro; âmbito ou
extensão de uma voz ou
de um instrumento;
altura relativa de um
som na escala geral.
Eletromagnético -
Relativo ao
eletromagnetismo ou que
dele decorre.
Eletromagnetismo -
Estudo da interação
entre correntes
elétricas e campos
magnéticos.
Elétron -
Partícula fundamental na
constituição dos átomos
e moléculas, portadora
da menor quantidade de
carga elétrica livre que
se conhece, com massa
igual a 1/1837 vezes a
massa do próton.
Espectro -
Função que caracteriza a
distribuição de energia
numa onda, ou num feixe
de partículas, e que
exprime esta
distribuição em termos
de variáveis apropriadas
(comprimentos de onda,
frequência etc.).
Resultante de um
processo, ou de um
fenômeno, em que se
observa ou registra um
efeito resultante da
distribuição de energia
numa onda ou num feixe
de partículas.
Fotoquímico -
Referente à fotoquímica:
parte da físico-química
que investiga a
influência da luz nas
reações químicas.
Frequência
– Em um movimento
periódico, número de
oscilações ou de
vibrações realizadas
pelo móvel na unidade de
tempo; número de ciclos
que um sistema com
movimento periódico
efetua na unidade de
tempo.
Hertz
- De Heinrich Hertz,
físico alemão
(1857-1894). Unidade de
medida de frequência
igual à frequência de um
movimento periódico de
um segundo; um ciclo por
segundo. (Símbolo: Hz.)
Hertziana
– refere-se à unidade de
medida cuja descrição se
deve a Hertz.
Infrassom
– Fís. Onda acústica
cuja frequência é
inferior e inaudível aos
seres humanos.
Infravermelho
- Radiação
eletromagnética com
comprimento de onda
superior ao da radiação
visível e inferior ao
das micro-ondas.
Relativo à parte do
espectro situada antes
do vermelho, da qual os
comprimentos das
radiações são maiores
que 0,76 do mícron.
Íon -
Átomo ou grupamento de
átomos com excesso ou
com falta de carga
elétrica negativa;
iônio; ionte.
Micro-onda
- Onda eletromagnética
com frequência
compreendida entre
500MHz e 300GHz.
Onda
- Perturbação periódica
mediante a qual pode
haver transporte de
energia de um ponto a
outro de um material ou
do espaço vazio.
Onda curta
- Onda eletromagnética
com frequência
compreendida entre 1 e
30 megahertz,
aproximadamente.
Onda de rádio
- Onda eletromagnética
utilizada em
radioemissão e
radiorrecepção e que tem
comprimento de onda
situado aproximadamente
entre 50 e 3.000 metros.
Onda eletromagnética
- Campo eletromagnético
periódico não
estacionário que se
propaga no espaço ou num
meio material;
perturbação periódica de
natureza eletromagnética
que se propaga num meio
material ou no espaço
vazio e é portadora de
energia.
Oscilação
- Fenômeno em que uma
grandeza ou um conjunto
de grandezas de um
sistema varia segundo
função periódica de
tempo. Variação
alternada; flutuação;
mudança.
Prisma -
Sólido de substância
transparente, com forma
prismática, utilizado
para dispersar ou
refratar ou refletir
luz. Poliedro em que
duas faces são polígonos
paralelos e côngruos, e
as outras faces são
paralelogramos. Cristal
com duas faces planas
inclinadas, que decompõe
a luz
Próton -
Núcleo estável, com
número de massa
unitário.
Raios cósmicos
– Fís. Nucl. Conjunto
formado por partículas
de grande energia, de
origem extraterrestre, e
pela radiação
corpuscular ou
eletromagnética que elas
provocam ao interagir
com a atmosfera da
Terra; radiação cósmica.
Raios gama
- Radiação
eletromagnética, de
pequeno comprimento de
onda, emitida num
processo de transição
nuclear ou de
aniquilação de
partículas.
Raios X
- Radiação
eletromagnética de
comprimento de onda
compreendido,
aproximadamente, entre
10 elevado a -8 e 10
elevado a -11 cm; raios
Roentgen.
Retina
- A membrana interna do
globo ocular, sensível à
luz e diretamente
relacionada ao nervo
óptico, sendo, assim, o
instrumento essencial da
visão.
Retiniano
- Relativo ou
pertencente à retina;
retínico.
Tons de Tartini
– relativo a
Giuseppe Tartini
(1692-1770), violinista
e compositor italiano.
Sobre Tartini, leia o
texto disponível em
http://www.deldebbio.com.br/2011/12/02/o-trinado-do-diabo/
Vibração
– Oscilação, balanço.