Teu campo de
luta
É preciso na
vida identificar
os nossos campos
de luta! Esta é
uma certeza que
me persegue a
cada dia...
Dentre as
diversas frentes
que demandam
nossos esforços,
é necessário
enxergar as
prioridades,
onde somos mais
necessários, mas
também onde
necessitamos
trabalhar, isso
tudo em uma
ótica, digamos
assim,
espiritual.
Desde a
juventude somos
convidados a
amadurecer esse
discernimento.
Nossas forças
vitais, nosso
tempo, nossa
inteligência, à
feição dos
talentos da
parábola
evangélica,
necessitam ser
aplicados e bem
aplicados, para
se reproduzirem
em bênçãos
sem-fim. Em um
dizer
empresarial,
precisamos
identificar
nosso
“business”, para
sobre ele atuar.
Como um
investidor
atento, a vida
nos pede bom
senso, para
sabermos o
melhor local
para alocar os
nossos tesouros.
No dizer de
Kardec n’O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
temos que “A
inteligência é
rica em méritos
para o futuro,
mas com a
condição de ser
bem empregada”,
destacando a
necessidade
pétrea de dar
uso ao nosso
potencial. Mas
isso demanda
opções...
Melhorar o mundo
ou aumentar o
nosso consumo?
Casar ou
estudar? Música
ou engenharia?
Nossas escolhas
dizem muito
sobre nós! Temos
que fugir do
“tanto faz”
diante dessas
possibilidades,
construídas pela
nossa caminhada
evolutiva, para
identificar as
múltiplas
micromissões que
nos cabem no
latifúndio da
encarnação, e
sobre elas nos
debruçarmos.
Por vezes
passamos os dias
enfurnados na
casa espírita,
fazendo desta
nosso primeiro
lar, fugidios
das questões da
família, do
trabalho, da
comunidade. Como
sacerdotes
modernos, na
nossa clausura
enxergamos a
religiosidade
como único campo
de luta
possível,
esquecidos de
que a
religiosidade
deve sim se
espraiar sobre
as outras
dimensões de
nossa vida, na
necessidade de
sermos bons
pais, bons
cidadãos e bons
profissionais,
atuando no mundo
sem ser do
mundo, mas em
uma visão
holística da
existência.
Faz-se
necessário
lermos os
sinais, sentindo
onde nossos
braços se fazem
necessários,
ainda que esse
não seja, por
vezes, o caminho
mais fácil ou,
ainda, mais
popular. Às
vezes, essa
senda não é
clara, mas Deus
nos guia, se
soubermos ouvir
as suas palavras
entre os gritos
da luta.
Entender isso
nos faz ver um
pouco de ideal
nas pequenas
coisas e a
grandeza de
muitas coisas
que realizamos.
Ao final da
jornada, finda
mais uma
existência, nós
teremos que,
mais cedo ou
mais tarde,
fazer um balanço
da nossa
existência
pregressa. Do
que dispúnhamos,
o que fizemos e
o quanto
avançamos. Pouco
será perguntado
pelas posses que
amealhamos e
muito nos
cobraremos do
nosso
crescimento,
construído no
convívio com os
nossos irmãos.
A estrada da
vida é feita de
escolhas, que
não são
imutáveis e que
dizem muito de
nosso passado e
nosso futuro.
Como Espíritos
eternos, devemos
olhar a
aplicação de
nossas energias,
e, mais ainda,
se nessas
tarefas agimos
de maneira
vibrante ou se
caímos no reino
do “morno”, no
dizer de Paulo
de Tarso.
Fazendo uso da
obra de ficção
científica “Uma
princesa de
Marte”, de Edgar
Rice Burroughs,
publicada em
1917, na qual um
capitão da
guerra da
secessão
estadunidense,
sem um rumo na
vida, encontra
um sentido para
a sua existência
no longínquo
planeta
vermelho,
podemos
aproveitá-la na
conclusão desse
breve artigo.
A versão filmada
desse livro,
lançada pelos
estúdios Disney
em 2012, “John
Carter-Entre
dois mundos”,
traz na sua cena
final o Capitão
Carter, que
antes de seu
regresso para a
morte, dizia ao
seu sobrinho: “Adeus,
Ned! Ned? Você
deveria adotar
uma causa,
apaixonar-se,
escrever um
livro talvez”.
Salutar conselho
de quem
encontrou um
norte para a sua
vida.
É preciso
encontrar uma
causa, uma
frente de
batalha, do “bom
combate” por um
mundo melhor. A
religião nos
fornece esse
sentido para a
vida, essa
“razão nobre”,
mas ela só tem
razão de ser em
uma vida sentida
em sua
diversidade de
dimensões.
Isolamentos do
mundo nos
afastam de
nossos campos de
luta, tão caros
ao nosso
progresso e dos
que nos cercam.
Cabe-nos pensar
sempre o porquê
de termos
nascido e o que
motivou a
bagagem que
levamos às
costas.