MARCUS
VINICIUS DE AZEVEDO
BRAGA
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)
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Uma risadinha
Certa feita, no
ambiente
profissional,
naqueles
intervalos
produtivos,
falávamos do
futuro, dos
sonhos e das
incertezas. Após
cada um falar de
seus desejos e
planos, alguns
detalhados
amiúde, ouço de
sagaz amigo o
seguinte adágio:
”toda vez que
fazemos um plano
bem elaborado,
Deus dá uma
risadinha”.
Incômoda verdade
nos traz essa
sentença da
sabedoria
popular! Pois
então, em face
de essa
realidade, de
nada vale
planejar?
Nenhuma
importância têm
os sonhos?
Viajamos em um
tenebroso mar de
incertezas
diante de um
Deus sarcástico,
ao estilo do
Olimpo
greco-romano? O
medo e a falta
de fé nos
assaltam nesses
momentos.
O Espiritismo
nos apresenta
uma visão mais
coerente dessa
questão. À
medida que
amadurecemos
espiritualmente,
Deus, como um
pai amoroso, nos
permite ter mais
autonomia, como
um exercício de
crescimento.
Avançamos, sob o
amparo fraterno,
de um pai
amoroso.
À maneira de
crianças, não
compreendemos
essa dinâmica e
nos debatemos.
Por vezes não
temos o que
pedimos, ou o
que sonhamos.
Será que o
desejado é o
melhor para nós?
Devemos querer,
construir, mas
também saber
para onde ir!
Lembramos a
metáfora
evangélica em
Lucas:
“E
qual o pai de
entre vós que,
se o filho lhe
pedir pão, lhe
dará uma pedra?
Ou, também, se
lhe pedir peixe,
lhe dará por
peixe uma
serpente? Ou,
também, se lhe
pedir um ovo,
lhe dará um
escorpião? Pois
se vós, sendo
maus, sabeis dar
boas dádivas aos
vossos filhos,
quanto mais dará
o Pai celestial
o Espírito Santo
àqueles que lho
pedirem?”
Sonhamos coisas
egoístas,
evidência,
posses e
planejamos
nossas vidas com
pressupostos que
ignoram a
realidade
espiritual.
Seguimos na
nossa
imaturidade
espiritual,
tutelados e
procurando que o
nosso potencial
floresça, a seu
tempo.
Da mesma forma,
resistimos às
mudanças que a
vida nos impõe,
esquecendo-nos
de aproveitar as
coisas novas que
também são boas.
Os planejamentos
são flexíveis,
assim como nós
também mudamos a
nossa forma de
ver o mundo, os
pontos de vista
e os valores.
Como dizia o
velho ditado
estadunidense: “People
change”.
Assim, diante
dos reveses da
vida, cabe-nos
perceber os
caminhos novos a
serem trilhados,
e, ainda, a
pertinência
desses sonhos
que vemos
esfarelar. O
homem propõe e
Deus dispõe,
ditado sábio que
subordina a
nossa vontade
aos imperativos
do amor, como
lei maior do
nosso
crescimento
espiritual. E
amar exige
amadurecimento!
Esse
entendimento nos
mostra como a
nossa vida é
boa, “amando
tudo o que
temos”, e que os
“gramados
verdes” dos
vizinhos por
vezes escondem
perigos que
jamais
ousaríamos
enfrentar.
Iludidos em
nossas
frustrações,
olhamos a vida
por lentes
escuras,
colecionando
agruras e
esquecendo
bênçãos.
O otimismo não é
uma força
ilusória que nos
cega para os
problemas. Ele
nos traz um novo
olhar sobre
eles, a luz do
contexto maior.
Planejamos e
colhemos na
lavoura da vida,
mas esquecemos
dos pressupostos
pelo qual
analisamos
nossos frutos e
que nos guiam na
hora de avaliar
sua qualidade. É
preciso
identificar o
bem!
Navegamos na
vida, com a mão
firme no timão e
seguindo a nossa
carta náutica,
mas ignoramos as
tempestades e os
perigos
submersos. A
confiança e o
planejamento
devem conviver
harmoniosamente
com a humildade
de entender que
não controlamos
todos os
processos e que
a vida é mais
que uma
existência.
A cada passo na
jornada da vida
nós crescemos.
Avançamos quando
acertamos, mas
também quando
erramos, nos
progressos do
aprendizado. A
vida nos aponta
caminhos e
seguimos, com um
sentimento
profundo chamado
de fé, que nos
lembra de que a
risadinha do Pai
de todos é mais
um sorriso
bondoso, a nos
lembrar de nossa
infância
espiritual e que
nossos sonhos
precisam
amadurecer, sem
envelhecer.