Em família
Cornélio Pires
Há casais em rixas
graves,
Entretanto, a maioria
Resolve qualquer
problema
Na paz de grande
alegria.
Num casal desajustado
O namoro era um jardim
De festa, flores e
abraços
Sob a ternura sem fim.
Decorridos longos meses
Eis a rotina em ação,
Enfararam-se um do outro
Ao primeiro palavrão.
Fosse em diálogos
simples
Ou em notícia que agite,
A conversa disparava
Para aplausos ao
desquite.
Despenderam tantas horas
No insulto amargo e
infeliz,
Que por fim deliberaram
Levar o caso a um juiz.
O juiz ouviu-lhes,
calmo,
Com bondade e
compreensão
E pediu aos dois amigos
Não buscar separação.
Ouvindo tantos conselhos
Repletos de sensatez,
A esposa reconfortada
Entrou para a gravidez.
Em seguida aos noves
meses,
Do casal nasceu Julinho,
Um meninão bochechudo
Uma glória de carinho.
Não se falou mais ali
De desquite e irritação,
Era só – Julinho, meu
filho!
Venha cá, meu
coração!...
A jovem mãe encontrara
O amparo que sempre
quis,
O pai agora mudado
Sentia-se forte e feliz.
E entendi que em todo
lar,
Seja de crentes ou
ateus,
Toda criança que nasce
É uma esperança de
Deus.
Do livro Ação, Vida e
Luz, obra ditada por
Espíritos diversos,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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