JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
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Respeitemos o pecado
original, mas ele nada
tem de teologal
Segundo a doutrina do
pecado original, da
metáfora de Adão e Eva,
toda a humanidade o
herdou.
Mas o que existe é a lei
inexorável de causa e
efeito ou cármica,
presente nas escrituras
sagradas de todas as
religiões. Ela é chamada
também de lei da
colheita da semeadura,
semeadura essa que é
fruto do livre-arbítrio
ou da nossa vontade, e
cuja colheita é
obrigatória. Semeando-se
o bem, colhe-se o bem.
Semeando-se o mal,
colhe-se o mal. “Na
mesma medida com que
medirdes, sereis
medidos.” (Mateus 7:2).
“Quem com a espada mata,
pela espada seja morto.”
(Apocalipse 13:10).
A doutrina do pecado
original é contrária à
Bíblia. Aliás, é por
isso que ela virou
dogma. E, na Idade
Média, quem negasse um
dogma, morria na
fogueira.
E vamos a mais dois
exemplos bíblicos que
deixam mais claro esse
assunto. “A alma que
pecar, essa morrerá; o
filho não levará a
iniquidade do pai, nem o
pai, a iniquidade do
filho; a justiça do
justo ficará sobre ele,
e a perversidade do
perverso cairá sobre
este.” (Ezequiel 18:20).
“Os pais não serão
mortos em lugar dos
filhos, nem os filhos em
lugar dos pais: cada
qual será morto por seu
pecado.” (Deuteronômio
24:16).
Mas o batismo de água
instituído por João
Batista era de
arrependimento, e não
para lavar o pecado
original! Ademais, por
que quem é batizado
sofre? E o próprio
Batista desfez-se desse
batismo com água (Mateus
3:11). Também Paulo
disse que Cristo não o
enviou para batizar. (1
Coríntios 1:17). O
batismo importante,
segundo o Batista, é o
de fogo (prova de fogo)
ou do Espírito, com a
conversão (“metanoia”),
ou mudança total de
vida. (Mateus 3:11).
É estranho, pois, que os
teólogos cristãos
antigos criassem a
doutrina do pecado
original, e mais
estranho ainda é que os
de hoje a apoiem, já que
ela, como vimos, é
totalmente contrária à
Bíblia, à lógica e ao
bom senso!
Provavelmente, foi para
incentivar a prática
rendosa do batismo das
crianças, pois dizem que
ele lava o pecado
original.
Pelo estudo teologal,
ficamos conhecendo a
perfeição infinita de
Deus. Como, pois, os
teólogos podem atribuir
a Ele esse erro de
justiça divina e
universal de causa e
efeito? E, se Adão e Eva
são uma metáfora, como
se poderia tirar dela
uma doutrina verdadeira?
Se o fosse realmente,
ela nos daria a
impressão de que a
justiça de Deus seria
mais imperfeita do que a
dos homens!
Mas na verdade, o pecado
original, com o qual
nascemos, são as nossas
faltas cometidas em
reencarnações passadas,
ainda não resgatadas, e
que têm que o ser, pois
ninguém deixará de pagar
tudo até o último
centavo. (Mateus 5:26).
De fato, se a causa do
sofrimento fosse mesmo o
tal pecado original, ele
deveria ser igual para
todos, mas uns sofrem
mais, e é exatamente
porque eles têm mais
carma de sofrimento!