Como foi elaborada a
doutrina espírita?
Mais de um neófito em
matéria de Espiritismo já
nos apresentou essa questão,
um assunto que mesmo entre
os adeptos da doutrina
espírita é pouco discutido.
Conhecendo-o, passamos a
valorizar ainda mais o
trabalho dos pioneiros que,
junto de Allan Kardec,
fizeram com que as ideias
espíritas formassem um corpo
harmônico e lógico.
Kardec, em diversos itens de
A Gênese, sua
derradeira obra, escreveu a
respeito do assunto. Assim,
o que adiante diremos
baseia-se nas informações
firmadas pelo próprio
Codificador do Espiritismo.
Como meio de elaboração, o
Espiritismo procedeu
exatamente da mesma forma
que as ciências positivas,
aplicando o método
experimental.
Fatos novos se apresentavam,
que não podiam ser
explicados pelas leis
conhecidas. Ele os observou,
comparou, analisou e,
remontando dos efeitos às
causas, chegou à lei que os
rege. Em seguida,
deduziu-lhes as
consequências e as
aplicações úteis.
Em nenhum dos casos não se
estabeleceu nenhuma teoria
preconcebida. Desse modo,
não foram sugeridas como
hipóteses a existência e a
intervenção dos Espíritos,
nem o perispírito, nem a
reencarnação, nem qualquer
dos princípios da doutrina.
É bom lembrar que não
existiam espíritas àquela
época, e que o meio onde os
fenômenos se tornaram
marcantes era dominado por
católicos e protestantes.
A existência dos Espíritos
se impôs quando isso
ressaltou evidente da
observação dos fatos, e de
igual maneira se procedeu
quanto aos outros
princípios. Não foram os
fatos que vieram confirmar a
teoria: a teoria é que veio,
subsequentemente, explicar e
resumir os fatos.
Esse é o motivo que levou
Kardec a afirmar,
categoricamente, que o
Espiritismo é uma ciência de
observação e não produto da
imaginação. Sabe-se que as
ciências em geral só fizeram
progressos importantes
depois que seus estudos se
basearam sobre o método
experimental. Ocorre que
muitos pensavam que esse
método só era aplicável à
matéria, ao passo que ele é
também aplicável às chamadas
coisas metafísicas, e foi
exatamente esse o mérito de
Kardec.
Eis um exemplo por ele
citado:
Ocorre no mundo espiritual
um fato muito singular, de
que seguramente ninguém
houvera suspeitado: há
Espíritos que, embora
desencarnados, não se
consideram “mortos”, ou
seja, pensam que ainda
pertencem ao plano em que
nós, encarnados, militamos.
Os Espíritos superiores, que
sabem perfeitamente disso,
não vieram dizer
antecipadamente: «Há
Espíritos que julgam viver
ainda a vida terrestre, que
conservam seus gostos,
costumes e instintos». Não
foi isso que ocorreu. Eles
provocaram a manifestação de
Espíritos que se encontravam
na aludida situação, para
que fossem observados.
Tendo-se visto Espíritos
incertos quanto ao seu
estado, ou afirmando ainda
serem deste mundo,
julgando-se aplicados às
suas ocupações ordinárias,
deduziu-se a regra. A
multiplicidade de casos
análogos demonstrou que o
fato não era excepcional e
que constituía mesmo uma das
fases da vida espírita, pela
qual muitos passam. Pôde-se
então estudar todas as
variedades e as causas de
tão singular ilusão,
apurando-se, graças à
observação, que tal situação
é própria, sobretudo, de
Espíritos pouco adiantados
moralmente e peculiar a
certos gêneros de morte, mas
é sempre temporária, ainda
que, em alguns casos, possa
durar semanas, meses ou
anos.
Foi assim que a teoria
nasceu da observação e o
mesmo se deu com relação a
todos os outros princípios
da doutrina.
 |
Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
 |
Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
|
|
|
|