WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, SP (Brasil)
|
|
O socorro a
Bruninho
“O prato de
refeição é
importante no
desenvolvimento
da criatura,
todavia não
podemos esquecer
que nem só de
pão vive o
homem.”
(Emmanuel, no
Livro
“Fonte Viva”, item 159, psicografia Francisco Cândido Xavier.)
O assistente
social do
Juizado da
Infância e da
Juventude se
apresentou na
entidade
assistencial,
situada em
bairro
periférico da
cidade para
informar à sua
direção que, por
determinação do
Meritíssimo Juiz
de Direito, o
garotinho Bruno,
de quatro anos
de idade,
doravante
deveria ser
abrigado ali,
durante o dia.
O caso era
sumamente
complicado. Pais
indiferentes e
omissos, que
além de maus
tratos relegavam
a criança a
planos
secundários,
deixando de
atendê-la em
suas
necessidades
básicas, com o
agravante de não
oferecer-lhe
carinho e
afetividade.
Bruno já havia
sido matriculado
em outras
instituições e
sua rebeldia e
agressividade
logo o colocaram
para fora.
Garoto
extremamente
violento,
conseguia pular
os muros com
mais de dois
metros de altura
e ganhava,
sempre que
podia, a rua,
dando asas ao
seu
comportamento
indisciplinado,
indo
frequentemente
se juntar a
outras crianças
e jovens que se
davam ao consumo
de tóxicos.
Naquela
instituição,
talvez tivesse
sua última
oportunidade,
antes que outras
medidas, mais
drásticas,
fossem tomadas.
Suas crises de
choro e
violência se
repetiam
diariamente. A
direção da
creche, apesar
de todos os
esforços
empreendidos,
começava a
perceber que
perdia a batalha
para o menino
sofrido. Agredia
quem dele se
aproximasse,
desferia
pontapés em
portas, pulava
janelas,
quebrava
objetos,
mordia...
Palavras,
silêncio,
paciência,
conselhos...,
nada o convencia
quando se
descontrolava.
Assim, a direção
da instituição
pensava em
marcar uma
audiência com o
Magistrado para
relatar o que
ocorria, quando,
numa última
tentativa,
decidiu-se por
aplicar-lhe
passes
diariamente,
criando ao redor
dele um clima de
preces e
afetividade.
O menino foi
acalmando,
ajustando-se com
a diminuição das
crises de
agressividade,
tornando-se
dócil e afável.
No seu último
descontrole
emocional,
quando partiu
para as
agressões, uma
das pajens da
entidade abriu
os braços em sua
direção e ele,
desesperado,
refugiou-se no
regaço daquela
criatura
chorando
longamente,
afirmando,
posteriormente,
que ninguém
gostava dele,
que ninguém o
amava.
Abraçado
carinhosamente
por todos,
doravante, pôde
sentir o afeto,
a ternura e o
amor.
Seus pais que,
frequentemente,
desferiam
palavrões e
xingamentos na
porta da
entidade, com a
mudança
comportamental
do filho,
sentiram
alteração no
ambiente
doméstico e
começaram a
agradecer o
atendimento que
a criança vinha
recebendo. Sua
mãe, em algumas
oportunidades,
já se prestava a
ajudar como
voluntária, nas
atividades da
creche.
O Bruninho, como
passou a ser
afetivamente
chamado, ganhou
a simpatia de
todos,
tornando-se uma
criança
totalmente
normal, como
qualquer outra.
*
Muitas vezes
aquilo que,
durante muito
tempo, a lei, a
força e a
energia não
conseguem
realizar, o amor
de corações
sensíveis
irmanados à
solidariedade
dos Espíritos
Benfeitores
realiza em pouco
tempo.
Amor, afeto e
carinho – esses
sentimentos
nobres – quanta
falta fazem ao
ser humano,
principalmente
às crianças!