ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
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O egoísmo
O egoísmo é o orgulho
exagerado aos próprios
valores e interesses a
despeito dos de outrem;
é um exclusivismo que
leva uma pessoa a se
tornar como referência a
tudo; vaidade excessiva,
pretensão, orgulho,
presunção.
É – como o orgulho – um
dos vícios e uma das
chagas da Humanidade,
isto é, a de mais
difícil erradicação,
dele derivando todo o
mal que aflige a
sociedade. Ele se
concentra na
importância da
personalidade.
Prende-se à influência
da matéria, da qual o
homem, muito próximo de
sua origem, não pode se
libertar e essa
influência prejudica,
enormemente, suas leis,
sua organização social e
sua educação. É
incompatível com a
justiça, o amor e a
caridade. Ele neutraliza
todas as outras
qualidades. É um mal
que recai sobre todo o
mundo e do qual cada
um é, mais ou menos,
vítima.
Para ser extirpado, o
egoísmo deve ser atacado
em sua raiz e destruído
em sua causa. Somente
será destruído ou
atenuado na medida em
que o homem for se
esclarecendo sobre as
coisas espirituais,
quando der menos valor
às coisas materiais,
quando a vida moral
predominar sobre a vida
material. Isto se fará
com a reforma das
instituições humanas, com
reflexos em sua
educação. Não a educação
que faz homens
instruídos, mas a que
tende a fazer homens de
bem.
O egoísmo se prende à
inferioridade dos
Espíritos encarnados na
Terra e não à Humanidade
em si mesma. Os
Espíritos vão se
depurando pelas
encarnações sucessivas,
perdendo o egoísmo como,
também, outras
impurezas do caráter.
Não vemos na Terra
pessoas desprovidas
de egoísmo e praticando
a caridade? São
Espíritos que
já alcançaram uma certa
evolução. Conhecemos
muito pouco dessas
pessoas, porque a
virtude delas não as
deixa se colocarem em
evidência. E quando isto
acontece, a mídia não
explora, não dá Ibope,
como dizem.
Longe de diminuir, o
egoísmo aumenta com a
civilização que o
excita. Quando o mesmo
estiver em níveis
insuportáveis, virá a
necessidade de
extirpá-lo. É o que está
começando a se esboçar,
ainda de maneira
bastante fraca, nos
organismos
internacionais, como os
desníveis clamorosamente
apresentados entre
países ricos do Ocidente
e os pobres e miseráveis
da África.
Quando os homens tiverem
se despojado do egoísmo
que os domina, eles
viverão como irmãos, não
se combatendo mais,
procurando ajustar-se
reciprocamente, com
aplicação do sentimento
de solidariedade mútua.
E aí teremos uma nova
Humanidade, onde o forte
será o apoio do fraco,
não se constatando mais
o homem a sofrer
necessidades físicas e
sanitárias mínimas de
sobrevivência porque,
então, todos ou quase
todos, estarão
praticando a Lei de
Justiça.
É preciso combater o
egoísmo como se combate
uma doença orgânica: ir
à fonte. Que se procure,
em todas as partes do
organismo social, da
família aos povos, da
cabana ao palácio, todas
as causas, todas as
influências patentes ou
ocultas, que excitam,
entretêm e desenvolvem o
sentimento do egoísmo.
Uma vez conhecidas as
causas, o remédio se
mostrará por si mesmo.
Não se tratará de as
combater se não todas de
uma vez, pelo menos
parcialmente e, pouco a
pouco, o veneno será
extirpado. A cura poderá
ser demorada, porque as
causas são numerosas,
mas não é impossível. E
isto somente será
possível pela educação,
pois esta, se bem
entendida, é a chave do
progresso moral.