Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A.
Quantas e quais são as
categorias de médiuns
escreventes, conforme a
natureza de suas
faculdades?
De acordo com Léon Denis, são três as categorias: 1ª
Puramente autômatos: os
médiuns não têm
consciência do que
escrevem; só o braço
lhes é influenciado; 2ª
Escreventes
semimecânicos: nos quais
o cérebro e a mão são
igualmente
impressionados; eles têm
consciência do que
escrevem; 3ª Escreventes
intuitivos ou
inspirados: nos quais só
o cérebro é
influenciado; têm
consciência prévia do
que escrevem.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XVIII - Escrita direta. Escrita mediúnica.)
B. É
verdade que a
mediunidade intuitiva
pode desenvolver-se com
o exercício e tornar-se
bem definida?
Sim. Ela pode desenvolver-se, e é exatamente por
isso que não deve ser
desdenhada. Entretanto,
é preciso – como a
respeito de todas as
produções mediúnicas –
jamais deixar de
submeter seus resultados
à inspeção de nosso
critério e raciocínio. O
discernimento e uma
certa educação
científica são
necessários para
determinar a verdadeira
origem e o valor das
comunicações, para fazer
a distinção entre as
diferentes causas que
intervêm no fenômeno.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XVIII -
Escrita direta. Escrita
mediúnica.)
C. Que
atitude devemos tomar
ante as revelações ou
opiniões transmitidas
por um Espírito?
Não devemos adotá-las simplesmente porque se trata
de um Espírito, mas
unicamente se nos
parecem justas e boas.
Devemos discutir e
averiguar as produções
do Além com a mesma
liberdade de apreciação
com que julgamos as dos
autores terrestres. O
Espírito não é mais que
um homem libertado de
seu corpo carnal; com a
morte não adquire a
infalibilidade. O espaço
que nos envolve é
povoado de uma multidão
invisível pouco
evoluída. Obviamente há,
acima dela, elevadas e
nobres Inteligências,
cujos ensinos nos devem
ser preciosos. Podemos
reconhecê-las pela
sabedoria que as
inspira, pela clareza e
amplitude de suas
apreciações.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XVIII - Escrita direta. Escrita mediúnica.)
Texto para leitura
774. Em resenha publicada no “Light”, de Londres,
assim se exprime o Sr.
W. Stead, reportando-se
ao trabalho realizado
pelo Escritório Júlia:
“No espaço de dois anos,
500 pedidos nos vieram
de toda parte. Sobre
esse total, nunca viemos
a saber o resultado de
126 por comunicação dos
interessados; destes,
171 nos escreveram
afirmando a convicção de
terem sido postos em
comunicação com os
parentes falecidos; 80
responderam que o
resultado era talvez
satisfatório, mas não o
podiam assegurar; 53,
finalmente, declararam
não ter recebido
comunicações autênticas.
Os êxitos foram mais
numerosos do que seria
lícito esperar e de
molde a excluir a
hipótese de poder ser
invocada a telepatia
para explicar as
mensagens obtidas. Os
postulantes declararam
que, quando fixavam a
atenção num assunto,
nunca era esse o
explanado e as provas
obtidas não eram as que
as perguntas reclamavam.
A telepatia, portanto,
não pode explicar tais
fatos.”
775. O estudo desses fenômenos demonstra que os médiuns escreventes
devem ser classificados
em três categorias,
segundo a natureza de
suas faculdades. São
eles:
1ª - Puramente autômatos
– não têm consciência do
que escrevem; só o braço
lhes é influenciado;
seus movimentos são
bruscos e sacudidos e
eles têm às vezes certa
dificuldade em ler o que
obtiveram. Essa
faculdade é a que maior
garantia oferece, não
sendo o médium mais que
um instrumento, ou,
antes, um agente
passivo, cujo pensamento
e vontade se conservam
independentes dos
movimentos da mão.
2ª - Escreventes
semimecânicos, nos quais
o cérebro e a mão são
igualmente
impressionados. Têm
consciência do que
escrevem e as palavras
lhes acodem à mente no
próprio momento em que
são lançadas no papel.
3ª - Escreventes
intuitivos ou
inspirados, nos quais só
o cérebro é
influenciado. Essa
faculdade é incerta, às
vezes ilusória, porque
os pensamentos do
indivíduo se misturam
frequentemente com os do
inspirador oculto e é
difícil distingui-los
uns dos outros. Daí a
hesitação de certos
médiuns dessa natureza.
Não devem eles, todavia,
desprezar esse modo de
trabalho, que se
aperfeiçoa com o
exercício e pode
tornar-se com o tempo
precioso método de
comunicação.
776. Temos muitas vezes notado este fato na mediunidade intuitiva.
A parte de intervenção
intelectual do médium,
considerável ao começo
nas comunicações, a tal
ponto que se chega a
duvidar do próprio
caráter dessa faculdade,
diminui pouco a pouco, e
a parte de intervenção
do Espírito aumenta
gradualmente, até
tornar-se preponderante.
Sempre se encontrarão,
nas comunicações
obtidas, termos,
expressões, construções
de frases familiares ao
médium, dos quais faz
ele habitual emprego,
mas a originalidade, a
divergência das ideias e
opiniões expressas se
afirmarão cada vez mais,
assim como sua
superioridade sobre as
do sensitivo.
777. Aos médiuns que a si mesmos quisessem porventura atribuir o
mérito das comunicações
obtidas, apontaremos o
seguinte fato, referido
pelo Capitão Bloume, em
sua carta ao Sr. L.
Gordy, publicada por “Le
Messager”, de Liège, de
15 de abril de 1900:
“Num grupo de oficiais
do 57º de linha, um 2º
tenente, homem muito
vulgar no que se refere
ao espírito e
inteligência, pouco
instruído, mas bom
médium, estava
persuadido de tirar de
seu próprio cérebro
belíssimas comunicações
morais, e começava a
presumir-se um imenso
talento pessoal como
escritor, quando um belo
dia, no serão
hebdomadário, em meio de
uma bonita frase, para
repentinamente.
Impossível continuar;
seu cérebro se recusa
absolutamente a produzir
a mínima coisa. Durante
esse tempo, um outro
médium explicava que,
sem que se houvesse
pedido, os Espíritos
davam uma lição de
humildade a esse médium
presunçoso. Em uma outra
sessão, esse mesmo
médium escrevia, sobre
três folhas de papel
justapostas, três
comunicações
completamente
diferentes, redigindo
apenas uma linha em cada
folha sucessivamente, e
isso com a maior clareza
e a rapidez habitual.”
778. No curso de numerosas sessões de experimentação, muitas vezes
nos aconteceu propor a
médiuns intuitivos
questões improvisadas,
de ordem assaz elevada e
intencionalmente
abstrata, muito acima de
suas concepções
pessoais. Eram
resolvidas de uma
assentada, em ditados
bem extensos, cuja
forma, tão notável como
o fundo, não comportava
modificações nem
emendas, coisa que os
sensitivos teriam sido
incapazes de fazer por
si mesmos, sem
assistência oculta. Não
obstante as diferenças
de opiniões e de
educação religiosa que
distinguiam entre si os
nossos médiuns, todas as
indicações que recebiam
e transmitiam acerca da
vida futura e da
evolução das almas eram
idênticas em suas
grandes linhas, em seus
aspectos essenciais.
779. Um deles, muito refratário à crença nas existências
sucessivas, recebia
diariamente comunicações
sobre a reencarnação e
suas leis. Outros, muito
imbuídos das ideias
católicas ou
protestantes ortodoxas,
obtinham ditados
demonstrativos de que as
concepções de paraíso e
de inferno são errôneas,
ou pelo menos
alegóricas, e não se
baseiam em nada de real,
e finalmente um conjunto
de noções sobre o Além,
que diferiam
essencialmente das que
lhes eram familiares e
lhes haviam sido
profundamente incutidas
desde a infância.
780. Essas manifestações eram muitas vezes confirmadas pela visita
e descrição dos
Espíritos, que se
conservavam ao pé dos
sensitivos e os dirigiam
e inspiravam. Nessas
condições, o médium
vidente completava o
médium escrevente. É bom
ter assim, num grupo,
alguns sensitivos cujas
diferentes faculdades
servem reciprocamente de
contraprova.
781. A mediunidade
intuitiva, dizíamos nós,
não deve ser desdenhada,
porque com o exercício
se desenvolve e torna-se
bem definida.
Entretanto, é preciso –
como a respeito de todas
as produções mediúnicas
– jamais deixar de
submeter os seus
resultados à inspeção de
nosso critério e
raciocínio. Não é a
credulidade menor mal
que o cepticismo
intransigente. O
discernimento e uma
certa educação
científica são
necessários para
determinar a verdadeira
origem e o valor das
comunicações, para fazer
a distinção entre as
diferentes causas que
intervêm no fenômeno.
782. A autenticidade das
mensagens é, às vezes,
difícil de
estabelecer-se. O abuso
de nomes célebres, de
personalidades veneradas
entre os homens, é
frequentemente praticado
e torna-se um elemento
de dúvida e de confusão
para os observadores.
Certas produções, de
deplorável banalidade,
num estilo
incorretíssimo,
subscritas por nomes
ilustres, despertam a
desconfiança e levam
muitas pessoas a
considerar o Espiritismo
uma grosseira
mistificação.
783. Para o analista calmo e imparcial esses abusos demonstram
simplesmente uma coisa:
é que o autor do ditado
nem sempre é o que diz
ser. No mundo invisível,
como entre nós, há
Espíritos embusteiros,
sempre prontos a
apropriar-se de títulos
ou merecimentos, a que
nenhum direito possuem,
com o fim de se imporem
ao vulgo. É, portanto,
necessário dar mais
atenção ao próprio
conteúdo das
comunicações que ao nome
que as subscreve. Pela
obra se julga o
operário. Os Espíritos
superiores, para se
fazerem reconhecer, em
lugar dos nomes que
usavam na Terra, adotam
de bom grado termos
alegóricos.
784. Em regra, os nomes e títulos não têm no outro mundo a
importância que lhes
damos. Os julgamentos do
Espaço não são os da
Terra, e muitos nomes
que fulguram na história
humana se eclipsam na
outra vida. As obras de
dedicação, amor e
caridade constituem lá
valiosos e duradouros
títulos. Os que as
edificaram nem sempre
hão deixado seus nomes
na memória dos homens.
Passaram obscuros, quase
desconhecidos neste
mundo, mas a lei divina
consagrou sua existência
e sua alma refulge com
um brilho que muitos
Espíritos, reputados
grandes entre nós, estão
longe de possuir.
785. Há nas regiões inferiores do Espaço, como na Terra, Espíritos
sofísticos que tratam de
impingir suas concepções
sob a capa de nomes
pomposos. Neles, o erro
se dissimula sob as
formas austeras ou
sedutoras, que iludem, e
são por isso ainda mais
perigosas. É
principalmente em tais
casos que se deve
exercer o nosso
discernimento.
786. Não devemos adotar as opiniões de um Espírito, simplesmente
porque se trata de um
Espírito, mas unicamente
se nos parecem justas e
boas. Devemos discutir e
averiguar as produções
do Além com a mesma
liberdade de apreciação
com que julgamos as dos
autores terrestres. O
Espírito não é mais que
um homem libertado de
seu corpo carnal; com a
morte não adquire a
infalibilidade. O espaço
que nos envolve é
povoado de uma multidão
invisível pouco
evoluída. Acima dela,
porém, há elevadas e
nobres Inteligências,
cujos ensinos nos devem
ser preciosos. Podemos
reconhecê-las pela
sabedoria que as
inspira, pela clareza e
amplitude de suas
apreciações.
787. Uma objeção nos tem sido algumas vezes formulada. Diversos
grupos evocam o mesmo
Espírito e obtêm, ao
mesmo tempo,
comunicações assinadas
por ele. Deve-se ver
sempre nisso um embuste?
Não. Sabemos que o poder
do pensamento se
engrandece com a
elevação do Espírito e
sua irradiação pode
abranger um círculo
vastíssimo. A alma,
chegada a um elevado
grau de adiantamento,
torna-se um foco
poderoso cujas
irradiações podem
penetrar em todo lugar
onde uma súplica e uma
evocação lhe é dirigida.
É o que deve ter feito
acreditar, em certos
casos, no dom da
ubiquidade.
788. A deficiência de
certas comunicações não
provém unicamente dos
que as ditam: pode-se
também atribuí-la à
falta de aptidão, de
preparo, de
conhecimentos do médium
que as recebe. Espíritos
de real valor se veem
muitas vezes reduzidos a
empregar instrumentos
imperfeitíssimos, por
meio dos quais não
percebemos mais que
enfraquecidas
manifestações de seu
pensamento, pálidos
reflexos de seu gênio.
789. Na generalidade dos casos, médiuns imperfeitos só conseguem
transmitir comunicações
imperfeitas, no que se
refere à linguagem e à
riqueza das ideias; mas
há também organizações
mediúnicas admiráveis,
que se prestam, com uma
facilidade que chega a
ser prodigiosa, às
intenções do Espírito.
Vimos em Paris, em casa
da Duquesa de P. e
noutros centros, uma
jovem médium, a Srta. J.
D., que, numa
obscuridade quase
completa, enchia em
muito pouco tempo
numerosas páginas de uma
escrita rápida e
corrente. Esses ditados
sempre se referiram às
mais altas questões de
moral e de filosofia.
Num estilo grandioso,
exprimiam os mais nobres
pensamentos. Era um
profundo encanto
ouvir-lhes a leitura e,
apesar de não trazerem
assinatura, provinham,
sem dúvida possível, das
mais brilhantes
Inteligências do Espaço.
790. As contradições que apresentam certos ditados entre si e a
raridade das provas de
identidade constituem
também grandes motivos
de incerteza. Assim, por
exemplo, comunicações
assinadas por parentes
nossos nem sempre
oferecem o caráter de
autenticidade que nelas
nos agradaria encontrar.
Muitas incoerências
devem ser antes
atribuídas aos
obstáculos encontrados
pelos manifestantes, que
à intenção de enganar.
Se aos que evocamos
falta a aptidão para se
comunicar, têm que
recorrer a
intermediários, a
Espíritos mais
experientes, que tomarão
seu nome, a fim de
tornar mais inteligível
ou mais eficaz a
comunicação. Daí certas
inexatidões ou
deficiências, imputáveis
aos transmissores.
Nossos meios de
percepção, de
investigação e análise
são ainda fracos e, na
maioria dos casos, nada
fazemos do que é
necessário, como método
de adestramento moral e
físico, para estabelecer
a comunicação em mais
perfeitas condições.
791. No médium inspirado deve a razão equilibrar-se com a intuição.
Esta é sempre segura e
fecunda, quando provém
das almas elevadas; é às
vezes enganadora e
perigosa quando emana de
Espíritos de ordem
inferior, cujas ideias e
apreciações são
errôneas. Nisso, como em
tudo que se refere às
nossas relações com o
mundo oculto, só há uma
regra:
espiritualizar-se.
792. A matéria é qual
muralha que se ergue
entre nós e o invisível.
Procuremos por todos os
meios atenuar-lhe a
opacidade. Para isso é
preciso recorrer aos
seres superiores e,
pelas irradiações de
nossa alma, facilitar a
comunhão com eles. Não
empreguemos senão com
respeito e desinteresse
as faculdades que nos
são concedidas, isto é,
nunca as utilizemos a
pretexto ou para
interesses materiais,
mas visando unicamente o
nosso bem moral. Quanto
mais se desprende o
médium das influências
terrestres, mais se
engrandecem e aprimoram
as suas faculdades.
793. A escrita mediúnica
reveste algumas vezes as
mais caprichosas formas.
Enquanto fora da
influência oculta, os
médiuns seriam incapazes
de escrever nessas
condições, alguns obtêm
a escrita invertida,
também denominada
“escrita em espelho”,
legível somente por meio
de um espelho. Outros
escrevem às avessas, de
tal sorte que é preciso
ler as suas produções em
sentido inverso,
começando as frases pela
última letra e
terminando na primeira.
794. Nos “Proceedings da S. P. R.”, Frederic Myers menciona o
seguinte caso:
“A viúva de um clérigo
punha absolutamente em
dúvida a escrita
automática: ‘Pegasse eu
num lápis – dizia ela –
até à consumação dos
séculos, e minha, mão só
escreveria o que eu
quisesse.’ Não tardou,
entretanto, a entrar-lhe
a mão em movimento,
enquanto ela desafiava o
Espírito a escrever o
nome e troçava da sua
incapacidade em tal
sentido. Era um tanto
ilógico, pois a mão lhe
era já vencida pelo
movimento, apesar dos
esforços que fazia por
imobilizá-la. E
rabiscava, contra a
vontade, linhas
incoerentes, que uma
resistência intencional
desfigurava por
completo. Abandonou por
fim o lápis, cantando
vitória. Eis aqui,
porém, o ardil;
lembrou-se uma das
pessoas presentes de
colocar o papel em
frente a um espelho, e
todos puderam ler: –
‘Unkind, my name is
Norman.’ (Mau! Meu nome
é Norman.) É evidente
que a vontade hostil do
sensitivo teria impedido
esse rascunho, se a
formação dos caracteres
no sentido normal
tivesse podido ser
acompanhada pela
vista.”
795. A essa ordem de
fenômenos se acha ligado
um conjunto de trabalhos
que não poderíamos
passar em silêncio.
Trata-se de desenhos
executados, quer a pena,
quer a lápis, por
pessoas que não tinham
de desenho a mínima
noção. Cobrem o papel de
folhas, de flores
esquisitas e graciosas
de cores brilhantes, de
arabescos, de animais,
ora de pura fantasia,
ora imitando a flora ou
a fauna de planetas
longínquos.
796. Victorien Sardou obteve gravuras representando construções
ideais. Hugo d'Alési
desenhou retratos de
pessoas falecidas, cuja
semelhança foi
reconhecida. Helena
Smith, completamente
ignorante do assunto,
pintou quadros que
impressionam. Pode-se,
pois, dizer que a
mediunidade se presta a
mil variadas obras.
797. No Congresso Espírita efetuado em Paris em setembro de 1900,
na Rua d'Atenas, algumas
dessas obras foram
colecionadas numa sala
especial e expostas à
curiosidade do público.
Atraiu particularmente a
atenção uma série de
retratos obtidos
automaticamente pelo Sr.
Fernand Desmoulins,
pintor de talento, muito
conhecido no mundo
parisiense. Havia
figuras de sonho e de
assombro, cuja vista
causava desagradável
impressão; perfis
deliciosos, de
melancólico sorriso;
cabeças de supliciados,
que exprimiam uma dor
horrível; semblantes de
uma intensidade de
expressão
extraordinária, de
olhares súplices ou
interrogativos.
798. Esses desenhos tinham sido executados, ora
obliquamente, as mais
das vezes às avessas,
outras na obscuridade ou
com os olhos fechados,
sob o império de uma
vontade estranha – a de
um invisível, que
assinou: “O Preceptor”.
O Sr. Desmoulins
empregava de dez a vinte
minutos para fazer esses
quadros, ao passo que
lhe são necessários
cinco ou seis dias para
compor um dos de sua
autoria.
(Continua no próximo
número.)