RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
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O que vale a pena
“Louco, esta noite te
pedirão a tua alma, e o
que tens preparado para
quem será? Assim é
aquele que para si
ajunta tesouros e não é
rico para com Deus.” -
(Lucas, 12: 16-21)
Na revista VEJA,
edição 2341 de 2 de
outubro de 2013, páginas
116 e 117, encontramos
várias notícias de gente
famosa que mobilizou o
dinheiro em favor do
próximo não o guardando
egoisticamente para si e
para a família. Vamos
reproduzir alguns
trechos da reportagem.
“Milionários – ou com o
futuro bem encaminhado
-, muitos astros de
futebol se dedicam à
filantropia. O francês
Zinedine Zidane, o
brasileiro Ronaldo e
Iker Casilas (Real
Madrid e seleção
espanhola), por exemplo,
são embaixadores do PNUD
(Programa das Nações
Unidas para o
Desenvolvimento), da
ONU. Nos jogos anuais
contra a pobreza, eles
ajudam a arrecadar
fundos para vítimas de
catástrofes. O italiano
Roberto Baggio, por sua
vez, representa a
Organização para a
Alimentação e a
Agricultura da ONU. O
ex-goleiro holandês
Edwin van der SAR atua
em favor da Make-a-Wish,
organização
internacional que libera
sonhos de crianças
vitimadas por doenças
terminais. Em 1998,
quando ainda jogavam,
Raí e Leonardo (ex-São
Paulo e seleção
brasileira) criaram a
Fundação Gol de Letra,
que se tornou modelo da
UNESCO na formação
socioeducacional de
crianças e jovens
carentes. Ao visitar um
amigo que fazia trabalho
voluntário em Serra
Leoa, o atacante galês
Craig Bellamy acabou
impactado pela miséria
que encontrou. Foi o que
bastou para criar uma
fundação que promove o
esporte e a educação
entre crianças no país.
Outro que resolveu
arregaçar as mangas,
literalmente, foi o
meio-campista italiano
Damiano Tommasi: ele
passou as férias
levantando casas
populares. Um incansável
filantropo é o astro
David Beckham.
Embaixador do UNICEF e
presença constante em
eventos beneficentes,
ele tem sua própria
fundação, a Victoria and
David Beckham Charitable
Trust, que ajuda
crianças deficientes em
todo o mundo. No ano
passado, abriu mão
integralmente de seu
milionário salário pelo
Paris Saint-Germain em
favor da caridade.”
Conforme ensina Joanna
de Ângelis, rico é
todo aquele que doa,
assim espalhando os
recursos, que se
multiplicam em diversas
mãos em benefício geral.
O rico verdadeiro é
investidor consciente,
que não paralisa o
crescimento da
sociedade, antes amplia
sua área de realizações.
Sabe que é mordomo
transitório e não dono
permanente, devendo
prestar contas,
oportunamente, dos
valores que lhe foram
confiados.
É muito bom ver todas
essas pessoas, que se
tornaram célebres no
exercício de suas
profissões, estenderem o
produto daquilo que
ganham ou ganharam em
direção aos desprovidos
de recursos. É o que
vale a pena. Sem
absolutamente negar o
sucesso que fazem na
atualidade, se tornarão
inesquecíveis aos
corações que recebem a
filantropia oriunda da
sensibilização dos que
têm mais. Esses
profissionais se
consagram e se
consagraram perante o
mundo, mas o que
realmente ficará são as
benesses que espalham
aos sofredores em cada
lugar do mundo.
Como traduzirmos em
palavras ou letras o que
fizeram Chico Xavier,
Madre Teresa de Calcutá
ou Irmã Dulce, que deram
de si mesmos já que
fortuna material nenhuma
possuíam?!
Alexandre, o Grande, se
notabilizou pela sua
tática nas guerras de
conquista. Em 334 a.C.
enfrentou o exército de
Dario III e obteve a sua
primeira vitória na
Ásia, tornando-se o
senhor da Ásia menor.
Na primavera de 333 a.C.
derrotou o exército
persa. Submeteu o
litoral sírio e penetrou
o Egito. Na primavera de
331 a.C. deixou o Egito
após ter fundado
Alexandria. Depois de
derrotar o império
persa, continuou suas
guerras de conquista
tendo terminado seus
dias como senhor do
mundo oriental.
Pressentindo que iria
morrer, Alexandre, O
Grande, chamou seus
generais e deixou três
pedidos para o seu
enterro. O primeiro é
que o seu caixão fosse
carregado pelos seus
médicos.
O segundo pedido, que os
objetos de ouro e prata
e todas as joias
preciosas conquistadas
aos povos vencidos
fossem jogadas no
trajeto por onde seu
caixão passasse. E o
terceiro, que suas mãos
deveriam ser deixadas
para o lado de fora do
caixão.
Espantados com esses
pedidos estranhos, seus
generais pediram para
que o Imperador
explicasse esses seus
três desejos.
Alexandre, então,
explicou que os médicos
deveriam transportar o
seu caixão para que
todos soubessem que a
morte era certa e não
podia ser vencida.
O segundo desejo, o de
ver seus tesouros
jogados no trajeto do
seu enterro, era para
mostrar que os bens
materiais ficavam
inevitavelmente no
mundo.
Finalmente, as mãos
livres para fora do
caixão eram para deixar
bem claro que nada
trazemos ao mundo e nada
levamos desse mundo.
Creio que esses senhores
consagrados em suas
posições na atualidade
não precisarão utilizar
desse recurso no dia em
que se forem do corpo
físico, porque já
espalham do que lhes
sobra em favor daqueles
que tão pouco ou quase
nada dispõem. É
exatamente isso o que
vale a pena!