DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Caetano do
Sul, SP
(Brasil)
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Doenças
reclamam mudança
E se não
existissem
doenças?... O
orgulho e o
personalismo
humano
atingiriam um
grau tão
extraordinariamente
intenso que, de
há muito, o
planeta já teria
sido detonado.
Há quem diga que
o Espiritismo
enaltece as
doenças, a dor.
Famosa médium
“espiritualista”,
autora de vários
romances
psicografados,
afirmou que
espíritas gostam
de
supervalorizar
sofrimentos,
quando de uma
entrevista em
uma emissora de
TV. Se essa
pessoa
conhecesse mesmo
a Doutrina
Espírita,
saberia que toda
experiência
associada com
dor e
infelicidade
neste mundo diz
respeito a uma
reforma moral.
Diria que a
doutrina dos
Espíritos não
vende direta ou
indiretamente
concessões ou
vantagens
terrenas,
tampouco
“salvação” de
suposta
infelicidade
eterna porque
“felicidade” se
conquista com o
custoso trabalho
de melhora
íntima. Os
Benfeitores
Espirituais nos
ajudam
inspirando-nos
resignação como
consenso do
coração, se não
podemos evitar a
dor, sem ter
nada a ver com
conformismo
religioso.
Causa e efeito
- O estado
mórbido de uma
mente viciosa é
o que provoca
enfermidades. Em
geral, falta de
saúde significa
aviso da
natureza com o
propósito de
conterem um
processo de
autodestruição.
Isso é o que faz
se dar
importância à
saúde do corpo
físico, o mais
sublime dos
santuários e uma
das
supermaravilhas
da Obra Divina.
Se não ouvimos
esse aviso,
podemos nos
submeter às mais
desagradáveis
sensações,
transformando a
nossa existência
em verdadeiro
inferno.
Revoltas e atos
de violência
tendem a gerar
infortúnios. A
infelicidade da
criatura humana
pode principiar
da antipatia
para o ódio, do
ódio para uma
enfermidade. As
enfermidades não
acontecem por
acaso: são
consequências de
maus pensamentos
e sentimentos
que acabam
atingindo o
organismo.
Há um princípio
possuidor de
vontade livre,
imperecível, o
Espírito, que,
encarnado, dá
vida, movimento
e expressão ao
aspecto corpóreo
denso. O
Espírito
encarnado
exprime um
sentimento
através de
gestos, da voz,
de uma
fisionomia. No
caso, trata-se
do único
responsável pelo
conjunto dos
seus atributos
morais
peculiares que
partem da
própria
consciência.
Repulsa, ódio,
rancor podem
enfraquecer as
defesas do
organismo,
sobretudo, ao se
pensar em
vingança.
Se desejamos a
desgraça de
fulano, ou
fulana, logo,
desejamos a
própria
desgraça. Afora
dar espaço ao
mal, envenenamos
o coração com
dosagens
aniquiladoras.
Se não perdoamos
sinceramente,
infligimos pena
a nós próprios,
sujeitos a uma
intranquilidade
capaz de nos
conduzir a
profunda
angústia
suscetível de
até obtermos
tumores malignos
ou alguma úlcera
e outros
processos
inflamatórios,
além de
possíveis
distúrbios
psíquico-obsessivos.
Por falar em
distúrbios
psíquico-obsessivos,
acrescentemos
mais um pouco.
No instante em
que exageramos
um sintoma de
determinada
moléstia ou de
um simples
achaque, a fim
de comover os
mais próximos
(há quem adore
supervalorizar
uma doença!),
causamos também
problemas às
células, às
gamaglobulinas,
existentes no
plasma ou no
soro sanguíneo.
A mente é
notável fonte
criadora que
concretiza
nossos desejos,
modelando certos
estados
patológicos sem
eficácia do
medicamento.
Ao nos deixarmos
levar por
melindres,
rancores,
congelando-os,
indignados com
tudo e com
todos, seguimos
cega e
celeremente em
direção a um
lamentável e
triste
precipício. Os
sentimentos
menos dignos nos
impedem de
pressentir um
abismo de
desventuras.
Comparemos os
nossos
permanentes
interesses
mesquinhos,
desprezíveis, a
uma venda... Ela
nos impede de
ver provável
situação que nos
imobilizará as
energias. No
entanto, as
amarguras da
existência por
causa dos
prejuízos à
cadeia
harmoniosa do
progresso
assemelham-se a
asas dadas à
Alma; elas a
ajudam a se
desprender e a
elevar o
pensamento às
alturas.
Não aceitam
– É difícil
aceitarem a Dor,
até mesmo a
maioria dos
espiritualistas
não a encara com
tranquilidade.
Ao contrário de
como o
Espiritismo vê
as doenças,
esmagadora
maioria somente
lhes alcança os
resultados, e
não os motivos.
Muitos choram,
desanimam
revoltosos,
presos ao leito,
e à medida que
uma multidão
deplora
insubmissa os
golpes da sorte,
outra multidão,
a dos
Benfeitores
Celestiais,
dá-lhe alento.
Atentemos nestes
conceitos
formados pelo
Espírito
Emmanuel: “A
maioria dos
nossos irmãos na
Terra caminha
para Deus, sob o
ultimato das
dores, mas não
aguardes pelo
açoite de
sombras, quando
podes seguir
calmamente pelas
estradas claras
do amor”.1
Também de
Emmanuel: “Não
basta sofrer
simplesmente
para ascender à
gloria
espiritual,
indispensável é
saber sofrer
extraindo as
bênçãos de luz
que a dor
oferece ao
coração sequioso
de paz”.2
Pois é. Deus não
criou a dor, e
as doenças não
correspondem à
“vontade divina”
nem se referem a
castigo. Os
Espíritos, o
próprio Allan
Kardec, jamais
afirmaram sequer
de modo sutil ou
indireto que se
busque o
sofrimento
voluntário com
intenção de
subida
espiritual.3
Só uma alma
enfermiça
optaria por
submeter o seu
veículo físico a
torturas por
penitência, ao
supor o perdão
divino
assegurado e
assegurado o seu
lugar “à
direita” do Pai
Eterno. Ninguém
logrará a
felicidade,
ainda que
relativa deste
mundo, sem ser
menos egoísta,
menos orgulhoso.4
Jesus de Nazaré
não desejou
somente curar
corpos enfermos.
A ideia era a
cura de coxos do
pensamento, de
aniquilados do
sentimento, de
cegos da luz
espiritual. Os
bons Espíritos,
os Espíritos
superiores
esforçam-se por
nos esclarecer
acerca do
verdadeiro
sentido das
“bem-aventuranças”.5
Só quem busca de
verdade o
autoconhecimento
e faz com que se
melhore será de
modo absoluto
bem mais ditoso
que aquele que
só visa à
própria
felicidade em
prejuízo da
felicidade dos
outros; sofrerá
tremenda
decepção na
câmara escura
dos estágios
probatórios.
Referências
bibliográficas:
1
XAVIER,
Francisco C.
Pão nosso.
Pelo Espírito
Emmanuel. 10.
ed. Rio de
Janeiro:
Federação
Espírita
Brasileira (FEB),
1984. Tema 39,
p. 89.
2
XAVIER,
Francisco C.
Vinha de luz.
Pelo Espírito
Emmanuel. 7. ed.
Rio: FEB, 1983.
Tema 80, p. 178.
3
KARDEC, Allan.
O Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Tradução
Herculano Pires.
62. ed. São
Paulo: Lake —
Livraria Allan
Kardec Editora,
2001. Cap. 5º,
item 26, p. 92.
4
_____ . _____ .
Cap. 17, item
11, p. 232.
5
_____ . _____ .
Cap.
5.o,
item 1, p. 73.
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