O leitor Fábio Borges
Maciel, em carta publicada
nesta mesma edição, diz que,
pelos fenômenos que vêm
ocorrendo em sua vida,
desconfia que seja médium e,
em face disso, nos pergunta
como deve proceder, como
deve lidar com o fato.
O tema mediunidade tem sido,
com frequência, objeto de
perguntas enviadas por
leitores.
Lembremos aqui alguns
conceitos já mencionados em
nossa revista que podem
ajudar o leitor a
compreender os fatos que
descreve.
Diz Allan Kardec que toda
pessoa que sente num grau
qualquer a influência dos
Espíritos é médium, ou seja,
intermediário entre
desencarnados e encarnados.
Essa faculdade é inerente ao
homem; não constitui, pois,
um privilégio exclusivo e
poucas são as pessoas que
não revelem rudimentos dela,
o que nos permite dizer que,
de um modo geral, todos
somos médiuns.
Costuma-se, porém, aplicar o
qualificativo de médium
apenas àqueles cuja
faculdade medianímica é
claramente caracterizada e
traduz-se por efeitos
patentes e de certa
intensidade, o que requer um
organismo mais ou menos
sensitivo.
Há um diagnóstico para saber
se alguém é médium?
Não há. Os sinais físicos
pelos quais algumas pessoas
julgaram ver indícios não
têm nada de certo. A
faculdade mediúnica se
encontra nas crianças e nos
velhos, nos homens e nas
mulheres, quaisquer que
sejam o temperamento, o
estado de saúde, o grau de
desenvolvimento intelectual
e moral. Não há senão um
meio de verificar se a
faculdade existe: é
experimentar.
Os sintomas que anunciam a
mediunidade variam ao
infinito. Martins Peralva os
enumera: reações emocionais
insólitas, calafrios e
mal-estar, sensação de
enfermidade, irritações
estranhas... Algumas vezes,
porém, pode a faculdade
mediúnica eclodir sem nenhum
sintoma, espontânea,
exuberante. É por isso que a
paciência, a perseverança, a
boa vontade, a humildade, o
estudo e o trabalho
constituem fatores de
extrema valia na educação e
no desenvolvimento da
faculdade mediúnica.
Registre-se, contudo, que o
mais comum é vermos a
mediunidade vinculada à dor,
sobretudo no seu início, o
que não é difícil de
compreender, uma vez que
vivemos em um mundo de
expiações e provas, habitado
por seres encarnados e
desencarnados com os quais
nos afinizamos e em quem
predomina a imperfeição
moral, expressa na forma de
inveja, ciúme, ódio,
despeito, vingança e tantos
outros filhos do orgulho e
da ignorância. São as
vibrações decorrentes dessas
imperfeições que o médium
iniciante, com a
sensibilidade ampliada,
passa a sentir, sem ter
ainda condições de lhes
oferecer resistência, o que
lhe virá posteriormente com
o trabalho nobre, a
perseverança no bem, o
estudo sério, a oração e a
vigilância.
Que fazer quando surja
espontaneamente a faculdade
mediúnica num indivíduo
qualquer?
O correto nesse caso é
deixar o fenômeno seguir seu
curso normal: a Natureza é
mais prudente do que os
homens e a Providência é
sábia, porquanto, tendo seus
objetivos, o menor deles
poderá ser o instrumento das
maiores realizações. É
sempre útil, em tais casos,
procurar pôr-se em relação
com o Espírito para saber o
que ele deseja. Os seres
invisíveis que revelam sua
presença por efeitos
sensíveis são, em geral, de
categoria inferior e que
podemos dominar pelo
ascendente moral. É esse
ascendente moral que é
preciso adquirir. Com isso,
em lugar de entravar os
fenômenos, o que raramente
se consegue, o médium acaba
impondo-se ao Espírito, ao
invés de ser por ele
dominado, o que lhe permite
dar passividade apenas no
momento em que isso seja
conveniente.
Seria importante ao leitor
informar-se sobre o tema e,
quando possível, buscar
auxílio no Centro Espírita
mais próximo, onde receberá,
com certeza, a orientação
necessária.
Sugerimos, por fim, que o
leitor e demais interessados
leiam os textos abaixo
indicados, todos eles
publicados nesta revista,
nos quais diversos aspectos
relacionados com o tema
mediunidade são examinados:
Normas a observar no
desenvolvimento mediúnico:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/113/esde.html
Oportunidade do
desenvolvimento mediúnico:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/114/esde.html
Adaptação psíquica no
desenvolvimento da
mediunidade:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/115/esde.html
Sinais precursores da
mediunidade: mediunidade
como prova:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/116/esde.html
A educação mediúnica e a
evangelização do médium:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/117/esde.html
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