ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
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Nem
anula, nem simplifica
O dinâmico processo de
viver, aprender,
progredir e,
especialmente,
aprimorar-se no
intelecto e na
moralidade, estabeleceu
valiosas experiências
nos relacionamentos com
terceiros e, claro,
consigo mesmo, na
individualidade. Afinal,
o amadurecimento
psicológico-emocional é
fator preponderante para
o equilíbrio diante dos
gigantescos desafios de
viver em harmonia.
Especialmente se
pensarmos na velha
questão do autoencontro,
pois que muitos de nós
nos esmeramos em
diversas atividades para
além da própria
intimidade, auxiliando
muita gente,
distribuindo
conhecimento, e nos
esquecemos de auxiliar a
nós mesmos.
A maior tarefa é a da
autoeducação, do
autoaprimoramento. Somos
pródigos no
aconselhamento para
terceiros e nos
debatemos em aflições
quando as adversidades
nos atingem diretamente,
esquecendo-nos de que o
que falamos deveríamos
usar primeiro em favor
próprio, equilibrando as
próprias emoções.
Dentre os fatores do
dinamismo da vida está a
transformação trazida
pelo fenômeno biológico
da morte. É um fenômeno
natural, integrante
desse processo todo, uma
vez que somos mortais
apenas no corpo, pois
que imortais como seres
inteligentes. As
conquistas e
dificuldades continuam,
pois. Ela, a morte, não
anula, nem simplifica as
dificuldades, uma vez
que levamos o equilíbrio
ou a desarmonia
interior, conosco. Uma
vida moral e
emocionalmente
equilibrada desde já
resultará num Espírito
desencarnado também
equilibrado. Uma mente,
por sua vez, emocional e
moralmente
desequilibrada, levará
para a vida espiritual
um indivíduo
desequilibrado,
requerendo as mesmas
providências que nos são
exigidas continuamente
durante a vida corpórea.
Tais reflexões são
resultantes da leitura
do capítulo 15 – Os
inimigos desencarnados,
constante do livro
Tramas do Destino,
edição FEB, na
psicografia de Divaldo
Franco e de autoria do
Espírito Manoel
Philomeno de Miranda.
Afirma o autor no citado
capítulo:
“(...) Não sendo a morte
outra coisa senão um
instrumento da vida
estuante em toda parte,
a desencarnação não
anula, nem simplifica as
dificuldades. Cada um se
desenovela dos liames
físicos consoante a
força vitalizadora de
que se utilizava na sua
sustentação.
Transferem-se de uma
para a outra posição da
realidade espiritual os
sentimentos cultivados,
as aspirações
irrealizadas, as
fixações, os resíduos
morais. (...) Cada um
desencarna conforme se
encontra reencarnado. Os
conflitos não
equacionados, como os
ódios e os amores,
prosseguem com maior
volúpia. (...)”.
Por isso é importante o
esforço desde já no
equacionamento dos
conflitos que ainda
trazemos, nos distúrbios
emocionais e
psicológicos, arejando a
mente com os recursos
valiosos da alegria de
viver, da confiança em
Deus, da resignação
ativa e do trabalho no
bem. E isso pode começar
com uma virtude sempre
esquecida: a gratidão.
Sim, a gratidão, que é
valioso ponto de apoio
ou alavanca incomparável
para início dessa
trajetória de progresso.
Aprendermos a agradecer.
Há muitas razões para
isso, basta parar para
pensar um pouco...
Por isso, a valiosa
informação no mesmo
capítulo: “(...) O
conhecimento da vida
espiritual representa
valiosa aquisição para a
responsabilidade e a
ascensão do indivíduo
(...)”.
A ascensão e a
responsabilidade
individuais são
conquistas da alma,
determinadas pela
Sabedoria Divina, por
meio da Lei do
Progresso.
Viver é, pois,
prosseguir aprendendo.
Muitos, diante dos
desafios, desejam fugir
da vida e dos desafios.
Alguns se entregam ao
equívoco do suicídio ou
à perda do encantamento
pelas maravilhas da vida
e suas riquezas. Não
adianta. A lei da vida é
dinâmica e nos determina
o progresso contínuo.
Por isso, acionemos a
poderosa alavanca da
vontade, levantemo-nos
de nossas fraquezas e
sigamos adiante. A morte
não muda o que somos, e
como diz o autor
espiritual na obra em
referência, não anula
nem simplifica as
dificuldades. Essas
deverão ser superadas
com o contínuo
aprendizado decorrente
dos enfrentamentos
inevitáveis da evolução.
Com a clareza do
pensamento espírita,
nossa gratidão à
fabulosa e incomparável
obra da Codificação
Espírita, de Allan
Kardec.