EUGÊNIA PICKINA
eugeniapickina@gmail.com
Campinas, SP
(Brasil)
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Em nome do amor
Em meio à
conversa,
naquela tarde, a
menina me
perguntou: – Há
relacionamentos
cuja base seja o
amor
verdadeiro?
Sem receio
respondi de
imediato: –
Claro que sim!
No entanto, meus
amigos, sabemos,
antes que entoem
as vozes dos
céticos, dos
materialistas ou
mesmo dos
“pragmáticos”,
duas coisas:
1. amor e paixão
não são
sinônimos; e
2.
relacionamentos
que se estendem
além da morte,
ensejando
reencontros
felizes na
Espiritualidade,
são fatos raros,
porque a maioria
da uniões na
Terra, por
enquanto, se dá
em razão de
paixão ou
interesses
materiais sempre
perecíveis.
Por isso, estes
dias li um
artigo simplório
do ponto de
vista psíquico,
embora
pertinente para
as massas, e no
qual o autor
estimulava o
apoio filial aos
novos
relacionamentos
iniciados pelos
pais viúvos
(ou pelas mães
viúvas, penso
eu...), dizendo
ele, como
justificativa,
que amor que
perdura além da
morte é
“fantasia”, dada
a incapacidade
humana de
amar...
Creio que o bom
homem na verdade
estava a
ponderar sobre a
maioria dos
relacionamentos
que nos cercam a
existência e
cuja convivência
está mais
estribada nos
laços materiais,
na paixão,
própria ao
terreno do
instinto, do que
no amor situado
nos domínios
nobres do
sentimento.
Logo, para a
maioria dos
materialistas,
ou dos fixados
nas necessidades
do “ávido campo
da carne fraca”,
serve certamente
o conteúdo da
“sabedoria
popular”
leviana, porém
sincera, que
alerta que
“viúvo é quem
morre”...
Mas, de forma
afortunada, as
minorias podem
ter razão. Desse
modo, para ela,
ou seja, para
uma tímida
minoria que se
une por amor –
e, no geral,
também por
deveres além
da hora presente,
já que são almas
que vibram na
mesma frequência
–, o adorável
recado que o
nobre Espírito
Hugo Gonçalves
enviou aos seus
familiares (*),
apenas vem
comprovar minha
imediata
resposta à
menina sobre o
amor e o bem que
se oferta quando
um casal se ama
simples e
verdadeiramente:
“(...) O amor
não morre com a
gente e sei que
a saudade é
grande; já
experimentei
dela e muito.
(...) Dulce está
aqui comigo...
Ela não para e
parece que quer
descontar o
tempo que ficou
andando com mais
dificuldade.
Estamos muito
bem e em nossa
comunidade há
flores e um
jardim tão
perfumado que
iam ficar com
inveja. Eu e
Dulce ficamos
lá, às vezes,
conversando e
trocando ideias,
orando e
beijando cada um
de vocês que
ficaram aí”.
Sim, meus
amigos. Há a
vida que é para
ser intensamente
vivida, mas de
maneira ética e
amorosa. Afinal,
felizmente,
giramos em torno
de Deus...
Contudo, para
nutrir
esperanças de um
mundo melhor
amanhã, não
podemos nos
esquecer destes
exemplos raros,
cujo amor
perdura além das
couraças do
frágil tecido da
carne, à medida
que eles, como
Hugo e Dulce,
ou mesmo o doce
amor sublimado
de Francisco
e Clara, nos
revelam
histórias de
almas que já não
são tacanhas,
pois no seu
entorno edificam
o Bem sem
tamanho e,
quando partem,
para nossa
sorte, deixam na
História o
sublime gosto da
saudade e do
breve adeus.
Por fim, “a
antiga história
de amor entre a
alma e o coração regressa
sempre em vestes
renovadas”, já
nos acalentam as
bonitas partes
de um poema de
Jalal ud-Din Rumi...
(*) (Cf.
Mensagem
psicografada por
Marisa Cajado,
em Guarujá,
2.3.2014, às
17h10, e
transcrita em
O Imortal,
ano 61, março,
2014, p. 1.)