FERNANDO
ROSEMBERG
PATROCÍNIO
f.rosemberg.p@gmail.com
Uberaba, MG
(Brasil)
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Certezas do poeta e
da lei
Quem, dentre nós, nunca
ouvira falar de
Francisco Otaviano de
Almeida Rosa (1825 –
1889), advogado,
escritor e brilhante
jornalista, que fora
também Deputado, Senador
e Diplomata? É
considerado, com louvor,
um dos patronos da
Academia Brasileira de
Letras. Todavia, se
ainda não ouviu falar do
eminente letrista,
certamente conhece algo
de uma sua tocante e
célebre poesia do nosso
cotidiano de lágrimas:
Quem passou pela vida em
branca nuvem,
E em plácido repouso
adormeceu;
Quem não sentiu o frio
da desgraça,
Quem passou pela vida e
não sofreu,
Foi espectro de homem,
não foi homem,
Só passou pela vida, não
viveu.
E o fato é que a Dor,
nas suas mais diversas
nuanças, física ou
simplesmente
consciencial, ou moral,
ou espiritual, é
companheira assídua dos
nossos passos, sobretudo
nos ambientes
endividados, de
consciências sombrias de
um Mundo Provacional, de
grandes expiações.
Há quem diga que alguns
elementos são
invulneráveis à Dor;
estudos “comprovaram”
que sociopatas,
indivíduos egoístas,
interesseiros e
manipuladores, bem como
homicidas frios e
calculistas, são
insensíveis a ela,
estando isentos das
cobranças de sua
consciência que não lhes
pede um ajuste de
contas, um acerto
social. E, dir-se-ia:
“felizardos, por imunes
que são”. Entretanto,
não acredito, de forma
cabal, completa e
absoluta, em tais
“comprovações” e, por
isso, minhas aspas.
Óbvio que alguns
indivíduos de
consciência rastejante,
ou seja, de patamares
evolutivos mui baixos e
mui grosseiros, quiçá,
até se sintam mais
confortáveis,
psicologicamente, diante
do que resulte dos seus
atos cruéis e violentos;
mas chegar ao absurdo de
que tais elementos não
sentem pesar, de que
tais pessoas não sentem
a dor consciencial, de
que tais indivíduos
sejam imunes às
cobranças de retificação
de seus erros, vai uma
distância enorme, pois
que todos, do mais alto
ao mais baixo nível de
espiritualidade e de
humanização, sentem
algum grau perceptivo da
dor, da cobrança
consciencial, pois que,
do contrário, a Lei de
Deus, feita para todos,
indistintamente,
estaria, de certa forma,
sendo derrogada por
alguns poucos e aplicada
à maioria deste Mundo
infernal, feito de
lágrimas e de dores, a
que nos sujeitamos como
filhos da Consciência
Maior, que espera do
criado a consciência
reta, isenta de falhas,
rumo à perfeição.
Afirma-se, e não duvido
de tal, que a dívida
pode até ser transferida
no tempo, mas terá de
ser quitada sempre, pois
que tal é o ditame da
Soberana Lei.
Entretanto, isto não
quer dizer que nossa
consciência não faça
suas cobranças, que não
nos recorde os crimes,
que não nos mostre o
abismo de nossa criação,
pois na consciência se
instala o Tribunal do
Supremo, que aguarda,
com paciência, nosso
arrependimento, mas
também nos exige o
condigno resultado da
expiação.
Creio, sim, que o
Tribunal de Deus
encontra-se instalado em
nossa consciência
palingenésica, perene e
imortal, havendo, pois,
diversificados níveis da
mesma, não excluindo e
não exonerando, em tempo
algum, quem quer que
seja, pois que a
Perfeita Lei não
distribui privilégios ou
favorecimentos, não
promove conluios ou
negociatas a benefício
de uns e prejuízos de
outros, pois que se
firma na Ordem, na
Justiça e no
Merecimento, não se
dobrando às dívidas do
filho infrator.
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