MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga, Distrito Federal (Brasil)
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Perdão das ofensas
Acostumados a vermos uma
mídia tendenciosa e
muito bem engendrada no
tecido social, que só
demonstra aspectos
negativos do
Oriente, como se lá só
houvesse terroristas e
bárbaros, e não
existissem pessoas de
bem, ficamos estupefatos
com uma recente notícia,
muito auspiciosa, acerca
do perdão:
“Um iraniano declarado
culpado do assassinato
de um policial foi
‘perdoado’ pela família
da vítima no momento de
sua execução, quando o
homem já estava
pendurado na forca,
informou nesta
quinta-feira a agência
Mehr. A família da
vítima gritou que o
perdoava quando o
assassino já estava
pendurado há alguns
segundos”.
A cena divulgada pelos
jornais foi, realmente,
chocante! Entretanto, o
gesto de piedade
externado no último
minuto pela família é
digno de reflexão.
Devido ao nosso atavismo
aos instintos violentos,
temos o hábito de
revidar no mesmo
diapasão a falta
sofrida. Entretanto,
quando conscientes das
Leis Soberanas, essa
mesma consciência nos
acusa que revidar “na
mesma moeda” constitui
um erro grave e não
resolve a problemática
(visto que não traz o
assassinado de volta).
É verdade que só quem
passa por uma situação
nevrálgica como essa
sofre o turbilhão dos
sentimentos (positivos e
negativos) no íntimo do
coração. Mas, são
contextos como esses, de
extremo testemunho,
que temos ensejo de
testar se os
ensinamentos do Mestre
Incomum são colocados em
prática efetivamente
ou se ficam apenas no
campo das ideias
teóricas.
O perdão é, pois, o
refrigério da alma.
Configura-se como um ato
de nobreza e doçura. É a
prática inconteste da
lei de Jesus. Merece
todas as nossas
congratulações o gesto
da família, além,
obviamente, das nossas
preces para que a paz
encontre morada em seu
coração, assim como do
rapaz que cometeu o
homicídio.
Diz-nos O Evangelho
segundo o Espiritismo:
Ai daquele que diz:
nunca perdoarei. Esse,
se não for condenado
pelos homens, sê-lo-á
por Deus. Com que
direito reclamaria ele o
perdão de suas próprias
faltas, se não perdoa as
dos outros? Jesus nos
ensina que a
misericórdia não deve
ter limites, quando diz
que cada um perdoe ao
seu irmão, não sete
vezes, mas setenta vezes
sete vezes
(KARDEC, 2002, p. 170).
Que o fato sirva de
registro para os nossos
corações e que possamos
perdoar as ofensas
sofridas. Porque se uma
família, numa dor
pungente, teve a nobreza
de perdoar ao inimigo,
por que nós, espíritas,
que sofremos pequenas
adversidades no
cotidiano, não teremos a
mesma condição? Ainda
mais amparados pelas
leituras da Revelação?
Que coloquemos em
prática os
conhecimentos
teóricos. Isso fará
toda a diferença.
Referências
bibliográficas:
CORREIO BRAZILIENSE
<http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2013/05/09/
interna_mundo,365232/assassino-iraniano-e-perdoado-por-familia-de-vitima-com-a-corda-no-pescoco.shtml>.
Acesso em 10/05/2013
KARDEC, Allan. O
Evangelho segundo o
Espiritismo. 120.
ed. Rio de Janeiro:
Federação Espírita
Brasileira, 2002.