Na
hora da caridade
Não te furtarás
ao serviço de
emenda e nem
recusarás a
constrangedora
obrigação de
restaurar a
realidade, mas
unge o coração
de brandura para
corrigir
abençoando e
orientar
construindo!...
A dificuldade do
próximo é
intimação à
beneficência,
entanto, assim,
como é preciso
condimentar de
amor o pão que
se dá para que
ele não amargue
a boca que o
recebe, é
indispensável
também temperar
de misericórdia
o ensinamento
que se ministra
para que a
palavra
esclarecedora
não perturbe o
ouvido que o
recolhe.
Na hora da
caridade, não
reflitas apenas
naquilo que os
irmãos
necessitados
devem fazer!...
Considera
igualmente
aquilo que não
lhes foi
possível fazer
ainda!...
Coteja as tuas
oportunidades
com as
deles.
Quantos
atravessaram a
infância sem a
refeição de
horário certo e
quantos se
desenvolveram,
carregando
moléstias
ocultas!
Quantos
suspiraram em
vão pela riqueza
do alfabeto,
desde cedo
escravizados a
tarefas de
sacrifício e
quantos outros
cresceram em
antros de
sombra, sob as
hipnoses da
viciação e do
crime!...
Quantos
desejaram ser
bons e foram
arrastados à
delinquência no
instante justo
em que o anseio
de retidão lhes
aflorava na
consciência e
quantos foram
colhidos de
chofre nos
processos
obsessivos que
os impeliram a
resvaladouros
fatais!
Soma as tuas
facilidades,
revisa as
bênçãos que
usufruis,
enumera as
vantagens e os
tesouros de
afeto que te
coroam os dias e
socorre os
companheiros
desfalecentes da
estrada,
buscando
soerguê-los ao
teu nível de
entendimento e
conforto.
Na hora da
caridade,
emudece as
humanas
contradições e
auxilia sempre,
mas sempre
clareando a
razão com a luz
do amor
fraterno, ainda
mesmo quando a
verdade te exija
duros encargos,
semelhantes às
dolorosas
tarefas da
cirurgia.
Do livro
Coragem,
obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier,
de autoria de
Espíritos
diversos.