ANDRÉ LUIZ ALVES
JR.
locutorandreluiz@hotmail.com
Curitiba, PR
(Brasil)
|
|
A
homossexualidade
à
luz do
Espiritismo
Alguns a
entendem como
falta de
caráter, outros
como aberração
genética,
fala-se até em
doença com
possibilidade de
cura, desvio de
personalidade ou
simplesmente
"opção". Essas e
outras teorias
são tentativas
frustradas para
definir a causa
da
homossexualidade.
Origem
A palavra
homossexual ou
homossexualidade
deriva do grego
homos -
igual e do latim
sexus -
sexo. E, de uma
maneira
simplificada,
designa a
atração física e
relacionamento
entre indivíduos
do mesmo sexo.
Não é possível
determinar um
ponto de partida
na história da
humanidade para
o aparecimento
da
homossexualidade,
no entanto, ela
é evidente desde
os primórdios
das relações
humanas. Sabe-se
que existiram
civilizações que
até estimulavam
a prática
homossexual, que
inclusive fora
percebida em
várias
personalidades
históricas.
Evolução
Esta polêmica
questão, em um
passado não
muito distante,
era vista com
grande
preconceito pela
sociedade,
apesar da
prática
homossexual não
ser recente. Não
que hoje o
preconceito
tenha
desaparecido,
ele ainda
resiste, seja de
forma explícita
ou velada. Em
alguns países é
caracterizado
como crime, mas
no Brasil houve
um avanço na
garantia dos
direitos
homossexuais
perante a
sociedade civil
e, por
consequência,
maior
visibilidade e
respeito.
Nunca se aventou
tanto a questão
da
homossexualidade
nos meios de
comunicação como
agora. O cinema
e a
teledramaturgia,
formadores de
opinião, tratam
do assunto
abertamente,
rompendo
paradigmas e
derrubando
tabus. Os
próprios
homossexuais
gozam de maior
liberdade para
assumir suas
relações sem
medo de
represálias, o
que nos induz a
pensar que houve
um aumento da
classe
homoafetiva.
A Posição das
Doutrinas ditas
Cristãs
“Se um homem se
deitar com outro
homem, como se
fosse com
mulher, ambos
terão praticado
abominação;
certamente serão
mortos; o seu
sangue será
sobre eles”
(Lev. 20:13).
O que se percebe
na
contemporaneidade
é que a
homossexualidade
ainda enfrenta
grande
resistência por
parte das
doutrinas
religiosas mais
populares, as
quais reafirmam
com veemência
seus dogmas
tradicionalistas,
adotando muitas
vezes uma
política de
exclusão e
incentivando o
preconceito,
mesmo que de
forma
inconsciente.
Até mesmo no
reino animal a
biologia já
identificou
cerca de 5000
espécies que
possuem um
comportamento
homossexual.
Seria o
homossexualismo
uma prática
pecaminosa
também entre os
animais?
Em detrimento
desta segregação
inconsciente, os
homossexuais
perdem sua
identidade
religiosa e
tendem a viver
sem orientação
espiritual, o
que não
contribui em
nenhum aspecto
para o progresso
moral e social.
A
Homossexualidade
Explicada pelo
Espiritismo
Sabemos que os
Espíritos não
possuem sexo, ou
seja, não são
separados por
gênero (homem e
mulher), como
demonstra Allan
Kardec em O
Livro dos
Espíritos:
200. Os
Espíritos têm
sexo?
— Não como o
entendeis,
porque os sexos
dependem da
constituição orgânica.
Há entre eles
amor e simpatia,
mas baseados na
afinidade
de sentimentos.
201. O
Espírito que
animou o corpo
de um homem pode
animar o de uma
mulher, numa
nova existência,
e vice-versa?
— Sim, pois são
os mesmos
Espíritos que
animam os homens
e as mulheres.
202. Quando
somos Espíritos,
preferimos
encarnar num
corpo de homem
ou de mulher?
— Isso pouco
importa ao
Espírito;
depende das
provas que ele
tiver de sofrer.
A questão é
claramente
elucidada pelos
Espíritos, os
quais orientam
que o sexo
existe apenas na
organização
física e sua
determinação
está
condicionada ao
gênero da prova
que o Espírito
necessita
enfrentar. Não
chegaríamos à
perfeição se
estagiássemos
somente em
corpos
masculinos, pois
não
conheceríamos as
dificuldades
enfrentadas
pelas mulheres e
vice-versa.
Desta maneira o
Espírito deve
reencarnar ora
em corpos
masculinos, ora
em corpos
femininos.
O que acontece é
que em algumas
situações os
Espíritos
estagiam
inúmeras vezes
em apenas um
gênero e quando
há a necessidade
de retornar em
um sexo oposto,
o mesmo encontra
dificuldades
para adaptar-se
a sua nova
condição
biológica,
resultando desta
maneira na
homossexualidade.
Homens ou
mulheres que
abusaram da
sexualidade em
vidas
pregressas,
destruindo lares
e sentimentos
alheios, são
convidados a
adotar outra
postura em nova
existência, para
reajustar suas
próprias
tendências.
Muitas vezes os
próprios
Espíritos
solicitam a
reencarnação em
corpos opostos a
suas condições
psíquicas do
momento, para
que, em regime
de clausura
física, possam
resgatar o
passado doloso.
O problema da
homossexualidade
pode ser
compreendido tão
somente pela
misericórdia da
reencarnação,
não se
enquadrando,
portanto, como
doença,
transtorno de
personalidade ou
alterações
genéticas, tão
pouco como opção
e falta de
caráter.
A Conduta
Espírita
A Doutrina
Espírita é
acolhedora e não
se opõe à
estrutura
homossexual do
indivíduo. Mas é
necessário fazer
um alerta com
relação à
promiscuidade
que pode ocorrer
independentemente
da orientação
sexual. O abuso
do sexo
constitui
prática
perturbadora
para o Espírito,
pois visa, tão
somente, à
satisfação dos
instintos mais
primitivos e,
por isso, deve
ser corrigida
para que o mesmo
não acumule
débitos futuros.
Outro aspecto a
considerar é a
questão do
respeito a si
mesmo e a
outrem, visando
à preservação
dos sentimentos
e do corpo e,
sobretudo, não
impor a outras
pessoas a
própria
orientação
sexual, seja ela
qual for.
Como os
Espíritos
necessitam
retornar em
diferentes
corpos físicos,
tanto masculinos
quanto
femininos, a
homossexualidade
constitui um
desvio de
resgate, missão
ou prova. Se ao
Espírito é
fornecida nova
oportunidade em
um determinado
gênero, é porque
se faz
necessário
evoluir como
tal. Porém é
importante
compreender que
todos somos
Espíritos em
processo de
evolução e ainda
somos dotados de
tendências
viciosas que nos
levam a falhar
em dadas
circunstâncias,
seja no campo da
sexualidade ou
em qualquer
outro aspecto da
vida terrena.
Desta forma,
ninguém tem o
direito de
julgar e ou
discriminar a
outrem por
motivo algum,
pois também
estamos sujeitos
a erros. Não é a
orientação
sexual do
indivíduo que
vai garantir a
sua salvação,
mas sim a sua
conduta moral.
A postura da
Doutrina
Espírita,
portanto, é de
amparo,
orientação e
esclarecimento
de forma
racional, sem
proselitismo,
discriminação ou
qualquer forma
de repreensão.